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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Em busca do ser que mora em mim

Eu tive grandes problemas ao relacionar comigo mesma, quantas
vezes me perdi, mesmo quando era criança,
 em minhas próprias descobertas.
Não tinha, como nos dias atuais, muitas informações, o
que eu aprendi, foi descobrindo, me apunhalando e
me curando.
Eu não fiquei alienada, talvez, pela liberdade que meus
pais me davam, pois, naquela época era comum ter muitos filhos,
e cada um precisava se conhecer por si, eramos como certos animais,
que viviam segundo a metamorfose do crescimento, desenvolvendo-se
conforme os acontecimentos.
Meus familiares nunca conversavam sobre a vida, o nosso conselho
era sempre dado em resposta a alguma coisa mal feita do qual eles
não concordavam. Geralmente, o conselho era uma surra.
Eu cresci sobre esta condição, não sabia o que era certo ou errado,
tinha apenas o modo de vida que meus pais levavam, como espelho.
Mas, também não falavam sobre isto, tudo ficava no ar.
Me lembro de certa vez, quando vinha da escola, com seis anos de idade,
eu e um coleguinha. Passávamos sobre uma plantação de cenoura, e
eu, gentilmente colhi um punhado e falei para o meu amigo: leva
para sua mãe!
O menino pegou as cenouras e se despediu de mim, eu fui para
a minha casa. Ao entrar peguei um copo com água e estava de costas para a
porta, provavelmente pensando em algo, quando senti
queimar as minhas pernas, doeu tanto, que até fiz xixi nas calças,
Quando olhei para ver de onde vinha o açoite, vi meu pai com o cavalo
parado do lado de fora, ele estava com as cordas nas mãos, ainda estavam
enroladas, eu olhei sem entender, com os olhinhos marejados de
lágrimas Só então foi que meu pai falou: Isto é para você aprender a
não roubar cenouras dos outros, e se calou.
E, eu pensei: tudo isto só por causa de meia duzia de cenouras!
Depois disto, toda vez que tinha que fazer algo, certo ou errado, eu fazia
as escondidas, preferia ficar comigo mesma, obtendo as minhas respostas
sem que precisasse apanhar.
Então, o que sou hoje, tem muito a ver com o meu passado, o fato
de não dar muitas satisfações aos outros sobre o que sinto e faço.
Tenho muito medo de causar infelicidade ou mágoa aos outros, que
as vezes até esqueço de mim.
E assim foi a minha juventude, sempre procurando agradar, sempre procurando
fazer certo, para que a vida não me chicoteasse assim como meu pai fazia.
Por sorte, eu sai de casa muito cedo, isto me libertou, me livrando de levar
surras, pois sozinha, não tinha ninguém me controlando, então vivi.
E vivi, e realizei,.Talvez tanto, que é difícil alguém dizer que viveu mais
do que eu. Só que, tomando muito cuidado para não me prejudicar, sobre
a responsabilidade que criei entre eu e eu mesma., de nunca fazer
algo que pudesse em seguida me arrepender.
Eu só podia contar comigo, então este sempre foi o meu foco: O de fazer
as escolhas certas, pois sabia que se errasse, eu teria que, sozinha, arcar com as
consequências.
Hoje, tenho muitas histórias para contar, primeiro, porque tenho (Graças a Deus)
uma boa memória, e segundo, também (Graças a Deus) uma consciência boa em
relação aos outros, e também em relação a minha pessoa.
Herta Fischer






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