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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

domingo, 25 de junho de 2023

Quando eu

 Tinha no olhar os brilhos dos anos, raios de tantos danos.

Promessa descumprida, felicidades prometidas que encheriam baldes e mais baldes de frustrações em massa.
Os trilhos esculpidos por tantas andanças, labaredas de esperança queimando galhos entre lápides frias e inertes
Por lá que desconhecia. por cá que lhe faltava tudo.
Corpo e estômago saciado, alma desassossegada dentro dormia, acordada, sofreria.
Não podia ser nada que não fosse sombra: se fosse sol, destruiria.
Como córrego que adentra a mata, ajeita-se entre galhos, e se  derrama em fonte e nunca trabalha para sustento de si, se derramava até o ultimo gole.
Primavera que não podia colher suas flores. Perfumes que se perdiam em potes.
Hertinha Fischer.

Os versos casos

 Faz seu enredo valer a pena

Semeia poesia entre espigas
mesmo a semente que é tão boa
pode sofrer do moinho intrigas.
Conforto que o dia esconde
pode tão forte vencer as dores
intensidade de sentimentos
pode forçar falsos amores
Entre trapaças olhos coruja,
tudo que é ferro, com água enferruja
Duro é o pensar sem rédeas seguras.
Faz seu passos mais estridente,
confunde a presa, fazendo barulho
Nesta fome que se ostenta, não
haverá lugar seguro.
Vai e confronta a noite escura.
O sol que ilumina, também te queima,
se não dosar a aproximação.
Cuidado é pouco entre acasos
bom é cuidar bem do coração.
Hertinha Fischer.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

A solidão da tarde

 E quando era tarde, lá chovia,

quase que a chamar-me a vida.
Silenciosa, quase triste, a se derramar em lágrimas
vindo de não sei onde. A se derramar por mim.
Ludibriando a dor da solidão - sem sombra, nem sol.
Uma pequena orquídea orbitava entre galhos secos, sem
coração que pulsava, apenas sorria com seus olhos 
vermelhos e miolos brancos.
Mentes de folhas mortas contavam certas histórias,
 no desbotar de suas memórias, 
cercados de plantas viçosas, ali mesmo morriam.
Há quem diga que depois da chuva, tudo desperta,
 menos a tarde que se perdia no horizonte, 
sem nenhuma chance de colorir sua jornada, 
haveria, ainda de esperar pelo sol.
Hertinha Fischer.