Barulho de motor la na rua
ensurdece minha alma
pede paz, pede calma
Humanidade, talvez, que de humano
se esquece.
Vagueia suprido de prazer,
de desprezo, desfalece
Ha quem não veja o outro
ha quem só de si se alimenta
destilando suas fraquezas
por dentro, grande tormenta.
Sem dia claro sem sol
sem futuro, sem ouvido, sem voz
de negritude se alimenta,
Por onde andava a vergonha,
anda agora a arrogância,
matutando em qualquer via
a morte da esperança.
O inverno em pleno verão
O verão em qualquer tempo
casa erguida sem eira,
sem beira e sem cimento
Desmoronada a história
sem começo meio e fim
Como cavalo sem cabeça e rabo
coiceando o seu capim.
Assim segue a debandada
vivendo na disparada
Hertinha Fischer