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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Palavras tem poder (capitulo 8)

Anita se recolheu em seu quarto, ainda sem saber bem
o que fazer.
Sua mãe nem quis mexer no vespeiro, deixou que ela descansase
de suas renúncias.
No dia seguinte, a sangria parecia estar estancada. Anita acordou,
se vestiu e voltou para a cidade em que trabalhou.
Passou na imobiliária, retirou seu nome da lista. deixando bem claro que se desligava 
da empresa.
Embora houvesse um tanto de tristeza na equipe. Eles entenderam que Anita realmente precisava de um tempo.
Depois que se despediu de todos, ela voltou para a casa da mãe.
Enquanto viajava pensava seriamente em tudo que viveu. Em seus momentos de incertezas, em sua dolorida jornada até ali. trinta e dois anos de aprendizado. Pensou:
E ainda não aprendi nada!
Ao chegar em casa, estava um tanto apreensiva quanto ao que fazer. Encontrou sua mãe sentada na soleira da porta, olhando para a rua.
- O que faz aqui, mamãe?
- Penso na vida, disse: soltando uma gargalhada.
 Anita também sorriu, dizendo logo a seguir: - Engraçado. Eu também pensava o mesmo!
A mãe a olhou dentro dos olhos, para perguntar a seguir: - O que se passou na África, querida?
Você chegou calada, permaneceu calada, e eu não queria forçá-la a dizer nada. Embora esteja curiosa a respeito.
E Anita narrou todos os acontecimentos.
A mãe de Anita balançou a cabeça em negativa, falando a seguir: - Ah, minha filha! Como pode não confiar em si?
- Eu confio mamãe, mais do que o necessário. Só não consigo confiar em amor.
- Como assim? Daniel da vários sinais de que a quer!
- Me quer, mas, não me ama o suficiente para oficializar o que sente. Parece querer ser dono de mim!
Eu me senti tão vulnerável quando ele me contou que bancou a  viagem, e que fez de tudo para que eu não soubesse, até o momento de aparecer como quem tem controle sobre tudo e todos.
Se eu não o amasse, eu teria fugido no primeiro momento, mas, não! Sou idiota! Entrei no jogo, e joguei melhor do que ele, porque, na primeira oportunidade, quando ele menos esperava, eu dei-lhe as costas, assim como ele faz, sem dar a menor satisfação!
- E o que você ganhou com isso? 
- Nada! Mas pelo menos, agora,  ele deve saber como me sinto!
- E como você se sente?
- Uma tola! 
- E agora, o que pretende fazer, já que deixou o trabalho?
- Então, mãe! Eu ainda tenho algumas economias. Pretendo abrir um negocio próprio. Queria ouvir a sua opinião a respeito, e caso se interesse até poderia participar!
Aqui na rua, logo no final, tem uma casa para alugar. `Pensei em abrir uma loja de roupas, ou uma perfumaria. O que você acha?
- Eu acho ótimo, fica perto de casa, eu prefiro que seja uma perfumaria, gosto muito desse tema!
- Será que seu marido se oporia, caso sejamos sócias no negocio? Não quero causar nenhum mal estar entre vocês!
- É claro que ele não se oporia, ele não é esse tipo de homem. Pelo contrario, ele vive dizendo que eu preciso arrumar algo para fazer, que me tire da rotina do lar.
Acredito até que teria prazer em nos ajudar!
 E quanto ao Daniel?
- Como assim?
- Se ele te procurar novamente, o que pretende fazer?
- Sei lá, dona Mariana! sei lá!
um dia de cada vez, um propósito a cada manhã!
Depois de conversarem com Roney, e tudo acertado, elas arregaçaram as mangas, e juntas limparam a casa, compraram as gondolas apropriadas, obtiveram licença de funcionamento. Começaram a pesquisar fornecedores. Após dois meses de intenso trabalho, tudo estava pronto para inauguração.
Distribuíram folhetos, estudaram as possibilidades de ofertar alguns produtos.
Anita se encontrava muito ansiosa para abrir as portas de seu mais novo empreendimento. Tanto que, nem se lembrava mais do antigo trabalho.
Pela manhã, antes mesmo de tomar o desjejum, ela já estava no computador, estudando a melhor maneira de abordar sua clientela. Já tinham contratado uma jovem estudante de dermatologia, e também usavam muitas revistas voltadas a esse mesmo tema.
A mãe de Anita era enfermeira aposentada, conhecia bem o ramo, e tornava tudo tão mais fácil para Anita, que só sabia administrar e vender.
Ao chegarem no estabelecimento já havia uma enorme fila, com muitos amigos e pessoas desconhecidas interessadas em conhecer a mais nova loja de cosméticos da região. Quando as portas se abriram, ficaram de boca aberta com a organização.
Tudo a mão, Tão limpo que dava até vontade de puxar uma cadeira e se instalar por ali.
Foi um sucesso total, tanto que o faturamento do primeiro dia deixou todos muito entusiasmados. Roney não parava de dizer: - Nossa! Se eu soubesse disso, já teria feito ha muito tempo!
Anita deu risada. Respondendo com ar de alegria:- Pois é, mas, a ideia foi minha!
Passou-se alguns meses desde então.
Anita se enfiou no trabalho, fazendo dele sua razão de viver, não soube mais de Daniel.
Certo dia, depois de um longo dia de trabalho, um amigo de infância a convidou para sair, ela aceitou de imediato. Cansou de ouvir sua mãe lhe dizer que precisava viver socialmente, mesmo que isso não lhe fosse de nenhum interesse.
Antonio fora um menino muito tímido, mas, se tornou um homem interessante. sempre fora apaixonado por ela, embora não a visse a tanto tempo. agora, depois de tê-la visto na perfumaria, despertou nele boas lembranças do passado, e aquela paixão de menino veio a tona.
Tomou coragem e a convidou para irem ao cinema.
Depois de assistirem ao filme, eles passaram numa lanchonete para tomarem um drinque. E entre uma conversa e outra, Anita ia percebendo que  havia por parte de Antonio,  outro interesse além de uma simples amizade. Ela não queria, mas, deixou-se envolver pelo fato de que estava muito carente. Nunca deixara se beijar no primeiro encontro, mas, naquele dia, ela se atirou de corpo e alma, numa frenética troca de carinho. Pensava consigo mesma: - Já perdi tempo demais com essa mania de auto-preservação.
Nos dias que se seguiram, os encontros aconteciam assiduamente, muitas vezes, quando ela fechava as portas da loja, ele já estava esperando por ela no estacionamento.
Embora não sentisse a mesma emoção que sentira com Daniel, Antonio fazia bem a ela.
Era um bom companheiro: alegre, divertido.
Todos os dias, pela manhã, ela encontrava uma mensagem de carinho no celular: - Bom dia, princesa, Dormiu bem?
Ela respondia com muito carinho, até que se sentiu meio sufocada com tantos mimos.
Ele não á deixava em paz, Não dava muito espaço para que ela pudesse estar um pouco sozinha a lidar com os próprios pensamentos, mas deixava rolar.
Precisava de auto-controle, precisava mesmo deixar de ser tão chata, lembrando-se dos conselhos da mãe, que sempre a alertava sobre aquela mania que ela tinha de se preservar.
Os dias transcorriam sem que ela percebesse, tanto eram os afazeres.
Certo dia, ela abriu a loja, enquanto não entrava nenhum cliente, abaixou-se atrás do balcão para colocar alguns produtos em ordem.
Não ouviu o sensor da porta avisando que entrara alguém, tão envolvida com o que estava fazendo, até, que, pelo visor do balcão, percebeu um par de pernas encostado quase diante de seu nariz.
Alguém encostara no balcão, mas, se não levantasse, não saberia quem era.
Então, se levantou e quase morreu de emoção, ao ver, debruçado sobre o balcão, nada mais, nada menos, que seu antigo amor.
Daniel estava bem vestido, como sempre! parecia até mais, jovial. Ela reparou no novo corte de cabelo, na blusa de lã, cor azul turquesa jogada no ombro. Na camisa de manga curta branca. Mas seu olhar tentava decifrar o sentimento que aqueles olhos tentava lhe passar.
Antes mesmo que ela conseguisse dizer alguma coisa, ouviu o som daquela saudosa voz lhe perguntando: - Esqueceu-se de mim?
- Não! Não, ela balbuciou- quase que num gemido fraco:
Eu... fez uma pausa -  só não esperava vê-lo por aqui, depois de tanto tempo.
- Pois é! eu tenho tanto para te contar, ele disse com uma voz embargada pela emoção:
 Precisei de muita coragem para vir até aqui. Eu queria te fazer algumas perguntas, e gostaria que fosse muito sincera comigo.
- O que fez você fugir daquele jeito? Logo naquele dia, quando eu lhe preparava uma bela surpresa!
- Que tipo de surpresa, ela, perguntou: - Não entendo!
Quando ele ia responder, alguém entrou na loja.
Daniel nem notou, mas, Anita ficou branca ao perceber Antonio se dirigindo para onde conversavam.
Ao chegar perto dos dois, Antonio encostou no balcão, ao lado de Daniel, e pensando que era apenas um cliente, ele a saudou: - Bom dia, minha querida!
Daniel o olhou de cima a baixo, como se tentasse entender o que acontecia. Para depois perguntar:- Quem é ele?
- Um amigo, ela respondeu:- Antonio, este é Daniel!
- Os dois homens se olharam, estenderam a mão e se cumprimentaram.
Antonio sentindo-se ameaçado, falou logo a seguir: - corrigindo a dama. Sou o namorado dela!
- Seu namorado, Anita?
Anita não sabia onde enfiar a cara. Travou-se de tal modo, que a voz não saiu.
Só depois que Daniel virou as costas, saindo da loja, ela conseguiu se refazer, e olhando bem no fundo dos olhos de Antonio, com muita zanga, consegui ouvir o som da própria voz:- O que faz aqui tão cedo?
 Antonio ainda não tinha percebido o que acontecera. Parecia que vivia em outro mundo.
A resposta veio sem nenhuma emoção na voz:- Apenas ia passando por aqui  e resolvi entrar para ver se não precisava de nada. Qual é o problema?
- Nenhum! ela disse,  procurando controlar o nervosismo.
- Só que não precisa passar por aqui todos os dias, não vê que estou trabalhando?
- Nossa! porque a zanga?
- Não estou zangada, mas, você não trabalha mais? Parece que esta sempre na cidade!
- O que quer dizer?
- Sei lá! Da para gente conversar noutra hora, tem cliente chegando!
- Te pego as oito, podemos jantar juntos?
- Hoje não! - ela disse enfaticamente:
- Porque não? - ele insistiu:
- Eu preciso rever algumas coisas, refazer alguns planos!
- Sobre a loja?
- Não!, sobre a vida! a minha vida! -  ela enfatizou: - Agora me da licença. amanhã nos falamos!
- Fazendo um sinal de positivo com o polegar, ele falou apressadamente: - ok!
E saiu da loja sem olhar para trás. a pensar que aquela dispensa poderia significar mudança.
Anita trabalhou muito naquele dia, parecia que a noite se distanciava cada vez mais, ao invés de se aproximar;
Não teve muito tempo para pensar no ocorrido, nem de colocar seus pensamentos e emoções em ordem. Mas, assim que o ultimo cliente saiu da loja, que conseguiu fechar as portas, ela se deixou cair sobre uma poltrona em seu escritório.
E toda emoção contida veio a tona. Começou a soluçar bem alto, quase que em desespero.
E o amor que sentia por Daniel despertou de uma forma intensa, dolorida como levar um tiro
no coração. entendeu então que andava fugindo do certo, que mesclava um sentimento já construído, colocando outro na história, como se pudesse apagar o que já havia sido e escrito.
Voltou para casa a pé, deixando o carro no estacionamento da loja, precisava de ar puro. Foi andando pelas alamedas arborizadas, a rua agora lhe parecia muito iluminada. seus olhos vermelhos de tanto chorar alcançava o lugar mais alto de sua história. A luz do verdadeiro amor.
Amanheceu, outro dia já estava pronto para ser decifrado e conquistado, Anita acordou bem disposta como ha muito não acontecia.
Já havia tomado uma decisão, não poderia esperar mais nem um segundo para por em prática o que resolvera naquela noite.
Ligou para Antonio, pedindo que fosse tomar café com ela.
E com grande tristeza por ele, ela terminou o namoro.
Depois de contar para a mãe a decisão que tomara. Pediu para que ela tomasse conta da loja, colocando-a a par de todas as tarefas mais urgentes. pegou o carro no estacionamento e seguiu para
São Roque, na casa de Daniel.
Foram quase três horas de estrada, numa velocidade constante, naquela hora a rodovia estava quase vazia, permitindo que fosse o mais depressa possível.
Chegou no portão, estava fechado. Já podia ver ao longe o carro de Daniel estacionado em frente a casa.
Por pura sorte, o portão de entrada de pedestre estava só encostado. ela resolveu entrar. Não havia ninguém por perto. O caseiro devia estar trabalhando em algum outro lugar, distante da entrada.
Ao se aproximar da casa, o coração em disparada. ela notou uma pequena avezinha pulando num galho de árvore. Parecia tão feliz, que a fez parar  um instante para observar.
A avezinha pulava e cantava, parecia um concerto de amor. algo tão maravilhosamente belo, que a deixou muito mais emocionada. Até que, num doce momento, uma outra avezinha, que lhe pareceu ser a fêmea, veio ao encontro do dançarino. Este lhe cortejou até que ela permitiu o acasalamento. Depois do ato, os dois sumiram entre as árvores.
Ela se lembrou de todos os momentos em que estiveram juntos, em jubilo, Do quanto ela se sentia bem ao lado de Daniel, Nem sabia dizer como pudera pensar o contrario. Aquele era o seu lugar, Ele seria o seu parceiro. aquele com quem desejaria passar o resto de sua vida.
Ao bater na porta insistentemente, a emoção já ultrapassava todos os limites. Escutou o som dos passos, sabia que eram dele. assim que ele abriu a porta, ela pulou em seus braços.
Ele a segurou fortemente, ela podia sentir o pulsar de dois corações batendo no mesmo compasso. Os lábios ávidos pela doçura um do outro se abriram, e se entregaram ao beijo jamais esquecido.
Depois seguiram abraçados até a anti-sala. Onde sentaram sem nenhuma pressa.
Daniel lhe confessou baixinho: - Quanta saudade meu amor!
Eu preciso te dizer antes de qualquer coisa: - naquele dia em que te deixei em casa para ir até Kasane. Na verdade, sai para te comprar um presente. Quando voltei e não te encontrei, eu quase enlouqueci. fiquei pensando que você não me amava. Que havia decidido vir embora sem se despedir por estar constrangida em me contar a verdade.
Ela colocou a mão na boca de Daniel para fazê-lo parar de falar. depois encostou novamente os lábios sobre os seus. Beijou-o sofregamente até quase perder o fôlego, como um pedido de desculpas.
Depois olhou-bem dentro dos olhos dele dizendo:- Me desculpe. Eu achei que tinha me deixado, como das outras vezes, sem aviso prévio, então, decidi, por mim mesma, por fim aquele sofrimento de não saber ao certo até que ponto queria estar comigo.
- Ah! minha pequena, talvez, tenha faltado, de minha parte, um tantinho de verdade. Eu deveria ter te contado, que queria estar com você de todas as maneiras possíveis. Só que não podia  falar que ainda não tinha resolvido por completo a historia do divorcio.
Levou quase um ano para que isso acontecesse. Também tive que acertar muitas pendencias na empresa. Não podia simplesmente largar tudo sem colocar alguém de confiança para cuidar dos meus interesses
Bom, mas voltado ao assunto anterior!
Espere um pouco, ele falou:  levantado-se do sofá.
Saiu rumo ao quarto voltando em seguida com uma caixinha numa das mãos.
Isto é para você. O presente que teve que esperar!
- Ela abriu a caixinha, e dentro dela estava um anel de noivado. Ao ver a reação de surpresa estampado no rosto de Anita. ele tomou uma de suas mãos, levou-á aos lábios, levantando-se  ajoelhou ao seus pés.
Com a voz embargada por uma emoção intensa, ele  pediu-á em casamento.
Anita não respondeu de imediato, pois uma lágrima teimosa insistiu em abandonar seus olhos.
- Eu digo mil vezes, sim, ela respondeu:


Herta Fischer  ( capítulo 8)  FIM


















































sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Pai

Tua historia é minha certeza, tua
certeza, a minha vida.
Mãos calejadas por mim, rosto
sereno por nós.
Tua força, meu amparo,
tua tristeza, minha agonia.
És , foi, entre tantos,
o escolhido, para
me semear, em
terreno fértil que foi
minha mãe.
Duas almas, belas colheitas,
dois rostos, mais que amados.
Só hoje, eu compreendo,
que mesmo, em meio
a tantas rugas ou rusgas
fostes em dupla, o que
mais me amou.
Feliz dias dos pais
que é todo dia, na saudade
e ausência, na
presença que não tenho mais.
Herta Fischer

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A humanidade

Eu piso este chão como quem pisa em formigas.. Debaixo dos meus pés estão quem eu esmago com minhas preocupações em excesso.
Não sou mais que um viajante solitário em meus pensamentos
que ora, ama,ora repulsa, Pois na humanidade que defendo sou a filosofia do acho, não do que realmente idealizo.. pois, no mundo, o bem falar é ofensa!
Herta Fischer

sábado, 4 de agosto de 2018

Eis o que sou

Ilusão de momento
O que nos falta, quem somos?
Somos a multiplicação dos pães.
um cesto, milhões de pedacinhos,
um pouco aqui, outro pouco ali, mas
somos os mesmos.
Uma porção que não se acaba, desce um, sobe dois,
assim se permanece.
Passamos, passou e mesmo assim, continua.
Antes eram meus avós, meus pais, hoje
eu, meus irmãos, amanhã meus filhos,
meus sobrinhos. E depois, sei lá! São
eles fazendo a conta, mesmo
sem se dar conta que também
serão passado,
Eu aproveito o meu momento,
o que hoje vivo, é o que tenho,
é com o que posso contar,
Me satisfaço em mim mesma, sem ouro,
nem prata, sem eira, nem beira, sou
eu, passando.
E passando, dias e dias, noites e noites,
com o que sou, sem sonhos,
nem duvidas, nem castelos, nem reis.
Apenas isso, isto que conheço de mim, nem anjo,
nem nada, ilusão de um momento.
Herta Fischer

Detrás de mim

Por detrás de mim
Os sons de musicas e cantos
que se embalaram na beleza
de ontem, não
passam
de sussurros assustados
que se assombram
diante de
um passo já
dado.
Tudo que era belo
e verdejante no jardim
dos desejos nem
em sombra se
formam, as mãos
acostumadas com sua lisura,
na flacidez jaz.
E o sorriso iluminado
em campos de paixão
se fartam hoje de desilusão...
Herta Fischer

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Sentindo amor pelos seres

Hoje eu queria falar da intolerância, que, muitas vezes, vem com a falta
de organização na mente.
Sabe, aquela falha de alguém, que a gente leva ao pé da letra, como se fossemos incapazes de errar?
Pois é! è isso mesmo! Condenamos, sem dar a menor chance de entendermos a fraqueza humana, os desejos secretos de alguém, que acreditou piamente em algo, que passou por tantos pedaços, e que despedaçada por dentro, deu o troco.
E que, depois seguiu em frente, buscando algo que ainda não teve, que, despretensiosamente, com medo da solidão, ou pela mesma fraqueza que sente, cai no mesmo erro de antes.
E nós, que nos vemos forte, que nos julgamos melhores, que condenamos sem clemencia, ficamos devedores de perdão.
Porque precisamos de defesa quanto ao que acontece com outro, porque precisamos ficar a espreita de algo que já aconteceu?
Negando ao outro a possibilidade de sentir o nosso amor, só porque não despertou nele(a) o sentimento desejado?
A terra oferece e não nega a complacência, a chuva oferece e não nega refrigério, os rios oferecem e não negam as bodas. Mesmo que toda a criação se esqueça de oferecer gratidão...
Herta Fischer