Me deparo com a luz de mais um dia,
como se fosse o último
legado.
Toco este instante, só um segundo,
e mais outro, já encostada com
o fim.
O horizonte é nítido, e e só
uma miragem, quando o tocar
de leve, já não o terei.
Sinto-me como brisa que passa,
e sobe ao infinito, tão
de mansinho que vira fumaça, antes
mesmo que aconteça.
Insistir em me conhecer
é como conhecer outra pessoa
é passar por mim, sem nunca ter me visto,
Lá dentro, se esconde eu, eu, que de modo
algum reconheço.
Não consigo ver a minha própria
figura, a não ser espelhada,
que não quer dizer quase nada.
Eu me toco para entender
que existo, sentindo que nem faço
parte. que conjunto estranho
ha aqui dentro, juntos e separados.
Existe uma força, isso eu reconheço,
toca meus dedos e se estendem
até os fios dos cabelos,
dor, arrepios,
sentinelas de segredos.
A vida pulsa como
respiração, entra e sai,
se move, se distrai,
bate forte em vários pontos
atiça o coração.
O coração deve ser o meio, o fim é o pensamento.
o corpo a ópera, eu, o
entretenimento.
Hertinha Fischer
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Lá onde aconteceu
Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...
quarta-feira, 28 de março de 2018
Amor platônico
Este amor que sobreveio
como pluma em vendaval,
cercou-me de ciume
em fogo de cristal.
Feito açúcar
em água quente
coado com café
descendo á garganta
goles de cafuné.
Marcha lenta
vai ao vento, rabiscos
de caminhos diversos
esquadrinhando em
minha alma, rimas e versos
Como cantiga antiga, de amor
e de carinho, letras esparramadas
feito ninho de passarinho.
Alvorecer em reverso,
da noite para o dia
como gato que late e cão
que mia.
Emaranhados
de sentimentos,
lucidez desfeita,
sonhos descabidos,
cama desfeita.
Chuva seca em terra molhada
Verão que se fez inverno,
em meio a um céu de ternura,
tudo acabou virando inferno.
Eis que amor desse padeço,
sentido na solidão,
No íntimo se revela
cela, na alma, doce prisão.
Hertinha Fischer
Marcha lenta
vai ao vento, rabiscos
de caminhos diversos
esquadrinhando em
minha alma, rimas e versos
Como cantiga antiga, de amor
e de carinho, letras esparramadas
feito ninho de passarinho.
Alvorecer em reverso,
da noite para o dia
como gato que late e cão
que mia.
Emaranhados
de sentimentos,
lucidez desfeita,
sonhos descabidos,
cama desfeita.
Chuva seca em terra molhada
Verão que se fez inverno,
em meio a um céu de ternura,
tudo acabou virando inferno.
Eis que amor desse padeço,
sentido na solidão,
No íntimo se revela
cela, na alma, doce prisão.
Hertinha Fischer
quarta-feira, 21 de março de 2018
Nada perdido está
As estrelas brilham no céu de minh'alma, entre nuvens
e azul celeste.
Sobeja ternura as margens pura
do universo, entre miríades de anjos
e arcanjos
minha alegria se engaja.
Pureza ha nos fundos negros,
que olhos cansados não
se espreitam.
Cometas disparados,
sem conhecimento do vento,
cumpre a trajetória
do tempo, não vai
em direção alguma,
e chega em qualquer lugar.
Ha sempre que chegar!
Há sempre que chegar!
Nada perdido está.
Herta Fischer
e azul celeste.
Sobeja ternura as margens pura
do universo, entre miríades de anjos
e arcanjos
minha alegria se engaja.
Pureza ha nos fundos negros,
que olhos cansados não
se espreitam.
Cometas disparados,
sem conhecimento do vento,
cumpre a trajetória
do tempo, não vai
em direção alguma,
e chega em qualquer lugar.
Ha sempre que chegar!
Há sempre que chegar!
Nada perdido está.
Herta Fischer
A vida é teu sacrifício.
Vai que é tua.
tens nas mãos o tempo,
que o tempo extingue,
relaxa que amanhã
não és, nem se dará conta
do que houve
ou haverá, tua beleza vai
com o que tens e não
mais se achará,
quando tudo se reduzir
ao que esperou e
não chegou, o amanhecer
será sempre depois
que a escuridão
se vai.
Herta Fischer
tens nas mãos o tempo,
que o tempo extingue,
relaxa que amanhã
não és, nem se dará conta
do que houve
ou haverá, tua beleza vai
com o que tens e não
mais se achará,
quando tudo se reduzir
ao que esperou e
não chegou, o amanhecer
será sempre depois
que a escuridão
se vai.
Herta Fischer
sexta-feira, 16 de março de 2018
Já é chegada a hora
Ainda estou aqui,
olhando através da janela entalhada,
Lá fora, talvez, nem me
lembre mais nada.
A fuga de tantos porvir,
a lembrança
do tanto passar,
a saudade do muito
que se foi, a dor
de não poder mais.
O passado o tempo destrói,
o futuro nos olhos
constrói, o termino
ainda me dói.
O horizonte a cada
segundo
me lembra que já não estou
o tempo no submundo
é o que ainda não me caçou.
Herta Fischer
saudade
A saudade ainda são rabiscos,
é céu sem azul.
La dentro se desenvolve,
longe da luz.
Apagada pelo
interruptor, energia
contida de amor.
Herta Fischer
é céu sem azul.
La dentro se desenvolve,
longe da luz.
Apagada pelo
interruptor, energia
contida de amor.
Herta Fischer
sexta-feira, 9 de março de 2018
Tempo de escuridão
Eu fico a pensar no mundo como está,
Não encontro nenhuma razão para comemorar.
Eu já estava lá quando a estrada sumiu e não
consegui mais ver o que
se escondia do lado de lá.
Preferiria estar a ser ainda criança, quando meus
pensamentos estavam voltados para os
simples brinquedos á minha volta,
que não me causavam nenhum dano.
Quando a minha alma sorria por dentro,
por ver Deus agindo de forma maravilhosa,
enquanto passávamos pelo deserto.
E tudo se acabou em lamentos quando
não veio o que queríamos, não
se importando com o que nos era dado, sonhavamos
com o que deixamos para trás, embora fossemos cativos do
mal.
O mundo transformou-se e nos transformou em fantoches
a sorrir por nada. Um corpo a querer beleza, quando beleza já não se vê.
Já se foi o tempo em que as cordilheiras ficava nas alturas, hoje,
nem nas alturas encontramos real sossego. Tudo infestados por quereres
vãos.
Aprendi, mas desaprendo todo dia, quando olho para o que aqui se faz.
Os homens perderam sua divindade e tornaram-se apenas homens cruéis,
que detestam a paz, mas andam de branco para exemplificá-las.
Alegorias e mais alegorias, contos de fadas!
Sobem ao púlpito sem honrá-lo, falam em Deus sem senti-lo.
E as pelegadas andam atrás como leão atrás da presa, a uivar e
urinar marcando território. ávidos para reclamar audiência
com quem, deveras, não respeitam.
É o mal do mundo no mundo mau
È o ser inteligente usando a força dos cavalos, e os cavaleiros
puxando as rédeas, e a serpente serpenteando ao lado.
Estive aqui por todo o tempo, a assistir a peça toda, mas
não estarei quando a trama terminar, embora, esteja dentro, estou de fora,
a assistir a marginalidade prosperar, e os
homens de bem a gemer de insatisfação, acreditando
que não ha culpa, e se culpando por nada poder fazer.
Herta Fischer
Não encontro nenhuma razão para comemorar.
Eu já estava lá quando a estrada sumiu e não
consegui mais ver o que
se escondia do lado de lá.
Preferiria estar a ser ainda criança, quando meus
pensamentos estavam voltados para os
simples brinquedos á minha volta,
que não me causavam nenhum dano.
Quando a minha alma sorria por dentro,
por ver Deus agindo de forma maravilhosa,
enquanto passávamos pelo deserto.
E tudo se acabou em lamentos quando
não veio o que queríamos, não
se importando com o que nos era dado, sonhavamos
com o que deixamos para trás, embora fossemos cativos do
mal.
O mundo transformou-se e nos transformou em fantoches
a sorrir por nada. Um corpo a querer beleza, quando beleza já não se vê.
Já se foi o tempo em que as cordilheiras ficava nas alturas, hoje,
nem nas alturas encontramos real sossego. Tudo infestados por quereres
vãos.
Aprendi, mas desaprendo todo dia, quando olho para o que aqui se faz.
Os homens perderam sua divindade e tornaram-se apenas homens cruéis,
que detestam a paz, mas andam de branco para exemplificá-las.
Alegorias e mais alegorias, contos de fadas!
Sobem ao púlpito sem honrá-lo, falam em Deus sem senti-lo.
E as pelegadas andam atrás como leão atrás da presa, a uivar e
urinar marcando território. ávidos para reclamar audiência
com quem, deveras, não respeitam.
É o mal do mundo no mundo mau
È o ser inteligente usando a força dos cavalos, e os cavaleiros
puxando as rédeas, e a serpente serpenteando ao lado.
Estive aqui por todo o tempo, a assistir a peça toda, mas
não estarei quando a trama terminar, embora, esteja dentro, estou de fora,
a assistir a marginalidade prosperar, e os
homens de bem a gemer de insatisfação, acreditando
que não ha culpa, e se culpando por nada poder fazer.
Herta Fischer
sábado, 3 de março de 2018
Se eu pudesse falar
Os animais não amam, e não falam, senão eles diriam: Onde foram, seus filhos de uma mãe.. que me prenderam enquanto se divertiam... Não me basta água e comida, eu quero é a liberdade que não lhes falta... Não posso ter com meus amigos de verdade, não posso comer o que eu quero, não posso sair quando eu quero, nem deixar que a natureza em mim, cumpra o seu papel... Até para acasalar eu tenho que seguir seu roteiro.. não vejo amor nesse ato...
Sempre as suas ordens, sempre a seu bel prazer... sempre a serviço de seu ego que satisfaz quando dizem: que bonitinho!
Não sou o melhor amigo do homem, eu gostaria de ser amigo dos da minha própria espécie, mas são vocês que me obrigam a sê-lo.
Eu sou selvagem, meu instinto acaba não se desenvolvendo porque querem que eu aja como humano,quando humano não sou. Nasci para correr atrás da caça, para atiçar a fêmea com meu cheiro, para andar como nômade, para morrer quando chegar minha hora. E me obrigam a ser o que eu nunca pedi para ser... me condicionando a ser como vocês que mal sabem a que vieram...lutando contra o inevitável. E morrendo miseravelmente nessa ilusão...
Herta Fischer
Sempre as suas ordens, sempre a seu bel prazer... sempre a serviço de seu ego que satisfaz quando dizem: que bonitinho!
Não sou o melhor amigo do homem, eu gostaria de ser amigo dos da minha própria espécie, mas são vocês que me obrigam a sê-lo.
Eu sou selvagem, meu instinto acaba não se desenvolvendo porque querem que eu aja como humano,quando humano não sou. Nasci para correr atrás da caça, para atiçar a fêmea com meu cheiro, para andar como nômade, para morrer quando chegar minha hora. E me obrigam a ser o que eu nunca pedi para ser... me condicionando a ser como vocês que mal sabem a que vieram...lutando contra o inevitável. E morrendo miseravelmente nessa ilusão...
Herta Fischer
sexta-feira, 2 de março de 2018
O milho e a casca
-É preciso sair, disse o milho á casca.
Mas ainda esta escuro.
-Sei de mim, respondeu a casca:
Se verde me destruo!
-Olha ai de fora, que de dentro
não tenho olhar.
O que vês? O sol a opinar, ou nuvens
traiçoeiras a desaguar?
-Não tem nada aqui fora, só brisa quente
a desfolhar-me.
Quieto fica sementinha, não perturbes o
tempo,
Se ele se escandalizar com suas
fúteis perguntas, ha
de nos despertar mais cedo. e
tão cedo ha de nos matar.
-Quero logo sair, ver o que tu vês.
-Não se apresses em crescer
não sabes o que fora te espera.
Eu sou para o fogo, e tu és para o
moedor.
-Recolhe-te então, para de se alimentar,
dependo do seu auxilio.
- Não ha como não morrer, se faço se não faço
nosso destino
é o mesmo.
Herta Fischer
Mas ainda esta escuro.
-Sei de mim, respondeu a casca:
Se verde me destruo!
-Olha ai de fora, que de dentro
não tenho olhar.
O que vês? O sol a opinar, ou nuvens
traiçoeiras a desaguar?
-Não tem nada aqui fora, só brisa quente
a desfolhar-me.
Quieto fica sementinha, não perturbes o
tempo,
Se ele se escandalizar com suas
fúteis perguntas, ha
de nos despertar mais cedo. e
tão cedo ha de nos matar.
-Quero logo sair, ver o que tu vês.
-Não se apresses em crescer
não sabes o que fora te espera.
Eu sou para o fogo, e tu és para o
moedor.
-Recolhe-te então, para de se alimentar,
dependo do seu auxilio.
- Não ha como não morrer, se faço se não faço
nosso destino
é o mesmo.
Herta Fischer
Do outro lado
Um sonoro bater de asas
entre as nuvens
e a seara.
La em cima
da terra crua, a buscar
presa e cura,
os abutres contam o tempo
corroído em amargura.
Os homens cá embaixo
como flores entre capim
vivem entre a guerra fria
feito bala de festim.
Um entre outro, boca aberta
a ferir, corpo a corpo medindo força
pouco importa o sentir.
Dentro estou, não estou fora,
só enjoo as vezes flora,
cabresto mais que espora.
Entre grades liberto escravo,
risos, planos, agravo,
clareia o dia e a escuridão
espreita á sombra de
um pinheiro bravo.
Pronto para me despedir,
já tenho para onde ir,
nunca hei de desistir.
encontrar-me-ei com a solidariedade,
posta longe da cidade, onde
mora a tal da felicidade!
Herta Fischer
entre as nuvens
e a seara.
La em cima
da terra crua, a buscar
presa e cura,
os abutres contam o tempo
corroído em amargura.
Os homens cá embaixo
como flores entre capim
vivem entre a guerra fria
feito bala de festim.
Um entre outro, boca aberta
a ferir, corpo a corpo medindo força
pouco importa o sentir.
Dentro estou, não estou fora,
só enjoo as vezes flora,
cabresto mais que espora.
Entre grades liberto escravo,
risos, planos, agravo,
clareia o dia e a escuridão
espreita á sombra de
um pinheiro bravo.
Pronto para me despedir,
já tenho para onde ir,
nunca hei de desistir.
encontrar-me-ei com a solidariedade,
posta longe da cidade, onde
mora a tal da felicidade!
Herta Fischer
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