Total de visualizações de página

Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Eu, o livro e a árvore


Houve um tempo em que me
encontrei sem objetivo algum, sem ninguém para amparar-me nas dores.
Em meu quintal havia um pé de mangueira que nunca dava frutos. Era imensa e estéril.
Sempre gostei de ler e minha leitura preferida sempre foi romances.
Eu sonhava com um grande amor, assim como acontecia nos livros.. Um pouco enrolado no começo, mas, ao decorrer do tempo, ou, melhor, das páginas, tudo ia se ajeitando, depois desarranjando novamente, até que, no final, vinha o: foram felizes para sempre!
Em cima da árvore, entre seus troncos, eu ficava, saboreando uma realidade que não era minha.
Quando, porém, de lá eu descia, a minha realidade batia em minha porta. Tão solitária e vazia: sem pai, nem mãe, nem aconchego de um lar.
Então, acabei por fazer da árvore e dos livros, o meu mundo!
Toda tarde, depois que chegava do trabalho, cansada e sozinha, eu procurava os braços da árvore para ancorar minhas costas cansadas, e os grandes troncos me faziam companhia.
As letras dançavam sobre meus olhos, e a estória me trazia um pouco de alento e fantasia..
Já tinha meus vinte e tantos anos, e parecia que todos os seres eram totalmente felizes, menos eu.
Fui ficando cada vez mais depressiva. Quando não estava na companhia da árvore, eu só pensava em dormir, para esquecer que existia mundo lá fora.

Comia muito pouco e pouco saia. Do trabalho para casa e da casa para a árvore, sempre com um livro nas mãos.
Isto ocorreu por cinco longos anos, até que despertasse em mim, novamente, a vontade de viver, não mais a realidade dos contos, mas, a minha própria.
Encontrei um moço e comecei a namorar. No incio as coisas não iam bem, acontecia apenas alguns encontros aleatórios, sem compromisso,
Até que foi amadurecendo e se transformou em querência verdadeira. Aos poucos, fui esquecendo dos livros e da árvore.
Enfim, a sorte sorriu para mim, me dando uma família de presente, mas, sempre guardo na memoria, aquela árvore hospitaleira, que, por muito tempo, foi a unica família que me acolhia.
Hertinha

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Inutilidade



A luz se faz em meio a escuridão, pois, não há, um só, que veja a inutilidade ao seu redor: coisas e objetos a circundar seus vazios.
Gente demais querendo ser um rosto de revista, mesmo que venha a ser apenas um pedaço de papel.
Seus sonhos por detrás da tela, historia fictícia a se desenrolar nos deuses vilões e/ou amorosos a arrancar seus olhos.
Uma realidade abstrata, mexendo com seus sentimentos, a mentira de um conto, a insensatez de viver.
Um pássaro cantando a meia noite, gemendo sob a escuridão, sensualizando em sua própria ruína.
Duas estacas vazias a esperar pela rama, cercada de mimos, sem, no entanto, entende-la.
Cada um com seu próprio alivio, a falar do que o coração está cheio, não podem falar de amor, sem pensar em lascívia. Não podem falar de bem, sem que se veja eles mesmos, nem dos outros, sem que depredem o sagrado de cada um...
Hertinha

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Amizade é respeito

Sou amiga de todo mundo, e, ao mesmo tempo, não sou amiga de ninguém, porque a minha amizade se estende até que haja presença.. Na ausência , amizade não é necessária!! 
"Amizade é um relacionamento voluntário de intimidade, e não um sentimento relacionado a algumas pessoas de vínculos pessoais para sempre!!!
"Quando você aprende que o respeito é a melhor das amizades, você percebe que o melhor amigo é aquele que você encontra, por acaso, e nesse encontro ha uma alegria imensa de estar, mesmo que seja só por alguns segundos!!!..."
Herta Fischer

domingo, 1 de dezembro de 2019

Um leito de renuncias

Sinto o cansaço de saber, o cansaço de ir e vir, sem
sair do mesmo.
Dizem que ninguém sabe de nada. Eu, ao contrario,
sei de tudo, até do que se esconde atrás
dos sonhos!
Subitamente, penso como o Rei salomão que dizia: vaidades!
Somos um determinado tempo, o tempo que se torna vazio
em cada hora que passa, para construir em nós mais
e mais alcance para nada. O eu, desejoso, o eu, termo absoluto para eu mesma,.
sistematicamente me tornando poeira atrás de cada passo,
uma carroça a gritar atrás dos bois.
Incansável prazer de adivinhação, de não aceitação do ciclo, de pensar na eternidade das coisas mortas.
Falamos em Deus, desejosos de estar com Ele, mas sem querer pagar o preço.
Muitas vezes, para reconhecer minha pequenez, costumo olhar para o céu á noite, na noite tudo parece grande. Olho para as estrelas e me vejo como uma delas, tão grande se parece para ela mesma, mas, a distância, semeada entre tantas, na imensidão de tudo que existe, parece apenas uma cabeça de alfinete.
E Deus, o Ser desejado, tão grande, que, muitas vezes, me escapa da imaginação. Quero tocá-lo, experimentando a sua grandeza, e me vejo, outra vez, como nada a sumir dentro de mim...
Então, como uma tentativa de me ver viva e vibrante dentro do espaço, eu encaro a minha vida e entendo, que, por mais que eu tente, ainda vivo dentro da casca, que Se Deus Todo Poderoso quiser, me fará brotar em seu meio, acendendo outra vez o lampião apagado, que insiste em transmitir luz...
Hertinha Fischer

domingo, 17 de novembro de 2019

Tatuagem de amor

Ha de espreitar a saudade, dentro
deste peito invade, com vontade de
rever.
seus braços em mim rodeado, seu sorriso
em festa e fado, em meu peito cravado,
feito bala de festim.
No encontro de vozes e feitos, neste espaço refeito,
carinho e amor sem fim.
Ha brado e prantos, ha palavras no recanto do
peito , a fazer-me sem você,
que me deixou sem assunto, sem que precise te esquecer.
O momento tão precioso, do qual nunca me esqueço,
do amor que ainda padeço, do sentimento que aqui se assentou, e de mim nunca se ausentou.
Supriu esse meu desejo de amor, de ser amado, mesmo
que de ti tenha se ausentado, em mim continuou..
Hertinha Fischer

sábado, 2 de novembro de 2019

Unção

E as asas do tempo,
plainando no vento,
procurando o caminho
do sossego no ar.
Ha de se ver de mansinho
entre o céu e o ninho,
a própria imagem
de quem os criou.
Na busca incessante,
da dor e da saudade,
nenhuma maldade a ferir-lhe
a razão.
Lá de cima vê-se abaixo, que de
baixo não teme, o amor é o leme,
o bordão é o coração.
E o tempo desenha,
com tintas e penas,
a doce magia, do pensar
e passar.
Não ha descanso, nem bravo
nem manso, nem tão pouco ha ranço
por trabalhar.
O tempo e a vida, chegada e despedida,
traçando o limite do crescer e morrer,
até se encontrarem, e se abraçarem
num final de provir,
Quando o mar tocar seu lugar, a trombeta soar
e o cântico fluir, os incontáveis grãos
de areia, na maré cheia, novamente se unir.
O tempo e o vento unidos serão, a vida limitada, agora
já vingada, de morte não mais saberá.
Herta Fischer.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Quem sou eu?

É como o sono a bocejar em mim,
procurando o caminho
do fim.
Desenganos prósperos nas
lutas e afins
sentado no trono
a contemplar querubins.
Soneto e silêncio,
a alma padece,
nem sabe o que é ou
logo se esquece...
Entre o sol e o suspiro
da lua, que nunca se vê,
pois ainda está crua.
Andarilho de ré, de contramão
sai a rua,
Não sou e nem me conheço,
por mais que meus pés se agarrem
ao chão, ainda sou tropeço...

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Diálogo de fé

Temos como regra olhar para a figura
ao invés de seguir pelo exemplo.
Cristo, no sentido figurado, como Filho Perfeito,
nos mostrou, através de seus atos, de como devemos
nos comportar diante da autoridade Maior que é o Pai.
Sabendo de antemão que haveria de sofrer, não se deixou
dominar pelo desejo de se corromper. Não duvidou da promessa de
que sairia vitorioso, não como um rei qualquer, vencendo uma guerra
visível, para depois ser coroado.
Mas, por uma vitoria muito maior, a saber, vencer a morte definitivamente e
receber a coroa da vida eterna.

Isaías insiste muito no sacrifício do Salvador; ele o descreve, precisando vários detalhes que serão realizados ao pé da letra durante a Paixão de Jesus: L, 6: "Eu entreguei o meu corpo aos que me feriram, e a minha face aos que me arrancavam a barba; não desviei a minha face dos que me injuriavam e cuspiam. O Senhor Deus é o meu protetor, por isso não fui confundido... e sei que não ficarei envergonhado." LII, 13, LIII: "Eis que o meu servo procederá com inteligência, será exaltado e elevado e chegará ao cúmulo da glória. Assim como pasmaram muitos à vista de ti, assim será sem glória o seu aspecto entre os homens, e a sua figura desprezível entre os filhos dos homens... ele não tem beleza, nem formosura, e vimo-lo, e não tinha aparência do que era, e por isso não fizemos caso dele. Ele era desprezado, e o último dos homens, um homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e o seu rosto estava encoberto; era desprezado e por isso nenhum caso fizeram dele. Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas fraquezas (e pecados), e ele mesmo carregou com as nossas dores; e nós o reputamos como um leproso, e como um homem ferido por Deus e humilhado [3]. Mas foi ferido por causa das nossas iniqüidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e nós fomos sarados com as suas pisaduras. Todos nós andamos desgarrados como ovelhas, cada um se extraviou por seu caminho; e o Senhor carregou sobre ele a iniqüidade de todos nós."

Veja bem quão grande sofrimento recaiu sobre Ele,  e mesmo diante de todos os sofrimentos em que foi sujeito não abriu a sua boca para reclamar.
Assim como uma boi que vai para o matadouro, sem, no entanto, querer comparar, porque um boi não
tem consciência do que lhe será atribuído.

Assim também, sabemos que um dia vamos morrer, e no entanto, ficamos desanimados e aturdidos só em pensar nessa possibilidade. 
 Cristo sabia, e não lançou nenhuma objeção, porque confiava Naquele que consentia. 
As vezes olhamos para Cristo como olhamos para os nossos desejos humanos, Uma joia a enfeitar os dedos,
Alguém que pode trazer muitas satisfações terrenas, que nos livrará dos acasos.
Não confiamos nas promessas do pai, que diz claramente que cristo é o salvador que nos livrará da morte


“Quem me livrará do corpo desta morte?” Certamente não há outro senão Deus que possa libertar-nos disso, seja através da transformação quando Cristo retornar ou quando morrermos em Cristo..
O corpo que levamos é corpo para morte, haveremos de ser transformado pela ação do salvador. A saber: aquele que venceu a morte: Onde esta tu ó morte? onde esta o seu aguilhão?
O primogênito de Deus venceu os seus opositores pela palavra, Não com violência, mas, com entendimento, sabendo á que veio. cumprindo a sua missão com exito.
Que assim também possamos seguir, crentes, de que a promessa de Deus é efetiva, e que a morte nada mais é do que uma passagem comprada com sangue, para a redenção eterna, cujo caminho já esta aberto para quem crê, sem sombra de duvidas em Cristo, O justo Filho de Deus!
No sentido exemplificado!
 Hertinha Fischer






quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Evidenciação

Mês de dezembro infrutífero
e repleto de fé.
Madurou-se a sombra de janeiro,
e a mariposa teimosa de novembro
já subia para a nuvem de luz
Soou bem cedo a madrugada
quando ainda era tarde, e sobejava a
impunidade do dia seguinte.
Olhou de soslaio para o lado
e lado não havia, somente
o desejo de sair ainda atormentava.
-A que veio? perguntou a moça
que até ontem não me conhecia:
Vendo que nada dizia, só o olhar impugnado
de vertigem a olhar sem sentir, desistiu de
questionar.
-Não é preciso dizer que não vim de onde quis, broto
apenas em questão de hora e vago no limite
da consciência. Prefiro o silêncio de quem não diz nada.
do que falar do que ainda aprendo.
Sou o irrisório do nada que se desprende de
um casulo que não morreu, mas, morto, seria
bem mais afetuoso.
O sol quando não se levanta, não significa que não existe, até a chuva que não cai, se esconde em algum lugar.
Pergunta-me: -Á que venho?
Sei tão pouco sobre o que quero, que até tenho medo de me lembrar.
Se eu soubesse o caminho de volta, tenho como certo que não estaria aqui. Se me pergunta: - o que desejo?
Se não for o que todos querem, então nunca serei gente como tu.
Herta Fischer