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Luz azul

  Quando olhava o que ele fazia, ficava extasiada. Era capaz de fazer qualquer coisa andar, especialmente, quando manejava seu tempo. Era me...

quarta-feira, 26 de abril de 2017

É sou

Ainda sou a mesma, não lamento. O próximo
dia é só um dia, o que foi já foi ontem.
Não me importo e nem me intrometo em estações de ninguém.
O que sou, sou eu, o que outro é, é sou também.
Hertinha Fischer

Deixe o amor reinar em você

Tanta ansiedade faz aumentar a pressão...Não force quando o destino do momento não te agrada... O momento passa... a vida continua.. coisas vão acontecendo, nós vão desatando... o tempo vai passando..e quem mais sofre é o seu coração!
Relaxe....As peças que Deus reservou em sua vida... devagar, sem pressa, vai se encaixando direitinho. pense na eternidade de seus dias, haverá apenas um minuto de descanso, então, você também será as alturas.
Porque o reino de Deus é paz e confiança.. Abraço!

terça-feira, 25 de abril de 2017

Sou mais eu

Vi na penumbra o seu olhar
que se foi
sem avisar
distanciou-se
no silencio
sem palavras para me
consolar.
Fui de mansinho sobre
a dor e pedi para
ir embora, porque
lá fora, o dia começava, e eu,
por sua causa, não podia
perder o espetáculo.
As flores se abriam, pássaros
cantavam, tudo fluía, mas
com a dor eu não via.
Despi-me então do silêncio, e
arranquei-me de dentro,
como quem nasce de novo,
e de novo me fiz sem você.
  Hertinha (Herta Fischer)

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Nada morre, tudo se transforma

Mais uma vez o sol
se levantou mais cedo.
trazendo com ele
as obrigações.
Mais uma vez, a vida se
move em várias direções.
Entre o nascer e morrer só
ha alguns segundos, algo ou alguém
está definhando agora.
Enquanto todos estão trabalhando
sem nenhuma preocupação,
á não ser no que se faz, alguém
sofre em dores, mas, não ha
dor maior do que morrer.
Será?
A morte só é triste para quem vive para ver
 a morte do outro, o outro chorará
por você, mas, você estará dormindo.
Quão doce é saber-se devedor e poder
ter pago a divida.
Ha um renascer constante, ha um
nascer constante, há  um morrer constante.
Ha beleza em tudo, se parar para pensar, só para
a dor não deveria haver lugar.
Quantas vezes a roseira floresce antes de ver
o seu próprio fim?
Será alguém voltando ao seu lugar
de origem, será alguém tornando-se
o que já foi, para novamente, em algum momento,
tornar a reaver-se a forma moldada.
Porque um vaso, uma vez feito de um jeito,
jamais será de outra forma que não seja ele mesmo.
mesmo que tente moldá-lo a outra forma, jamais
se conseguirá o mesmo resultado, não existe
alquimia capaz de torná-lo diferente.
A mesma sabedoria que o fez, será a mesma sabedoria
capaz de reavivá-lo, pois retem a formula com ele.


 “Os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem absolutamente nada, nem têm mais recompensa, porque toda lembrança deles caiu no esquecimento. Tudo o que a sua mão achar para fazer, faça-o com toda a sua força, pois não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria na Sepultura, o lugar para onde você vai.” * — Eclesiastes 9:5, 10.


Em termos simples, a Sepultura é o lugar para onde os humanos vão quando morrem; é um lugar ou condição simbólicos onde toda consciência ou atividade deixa de existir. Vejamos o conceito que Jó, um homem fiel do passado, tinha sobre a Sepultura. 
Num só dia, Jó perdeu todos os seus bens e filhos. Depois, ele foi atingido por terríveis furúnculos em todo o corpo. Ele implorou a Deus: “Quem dera que me escondesses na Sepultura  (Jó 1:13-19; 2:7; 14:13) Fica claro que Jó não achava que a Sepultura era um inferno de fogo, onde seu sofrimento seria ainda pior. Para ele, a Sepultura era um lugar de alívio.

Um lugar de descanso até a vinda do Senhor.. Repousará o espírito no Senhor, e o corpo já sem função fica retido em si mesmo, de onde foi tirado.. do pó!

Hertinha (Herta Fischer.)

domingo, 23 de abril de 2017

Não se tem como fugir

Poesia,
porque foges de mim?

Encontrei amor em meus pais, mas esse amor
nem sempre foi bem recebido, pois, amor
sem ordem não subsiste.
Achei que era livre, mas livre não sou.
Ainda sonho com dias melhores, ainda
penso em amor, mesmo que o amor me acompanhe.
Quando me deparei com um olhar, não sei contar,
mas, me apaixonei, e essa paixão só me fez sofrer.
Não dei conta de meus sentimentos, eles não me bastaram,
porque ainda dependia do seu.
E o seu se limitou ao seu querer, ao seu prazer, ao seu
ideal, e eu tive que me adaptar, não
ao meu sonho, mas, ao seu.
A felicidade que deveria haver em mim,
foi a felicidade de ser o que queria, independente
do que eu sentia e podia, eu tive que me enquadrar
nos seus desejos á seu modo.
E ainda hoje, quando os anos me levam a lugares
desconhecidos dentro de mim,
quando ainda posso me libertar, não sei
para onde ir.
Assim como as nuvens seguem o regimento
do ar, e não podem fugir de seu estado natural,
eu também tenho que me limitar ao lugar
que me estacionei.
Herta Fischer   (Hertinha)





Na contramão

Até parece que eu falo sobre o mesmo assunto
todo dia.
Mas todos os dias são iguais, exceto
pela mudança no sentir.
Olhe para fora, no lugar em que vive,
o que você vê?
Por acaso alguém vive diferente?
Você vê mudança na forma de viver, só
muda as estações, ora: muito calor,
ora: temperatura mais amena. ora:
 frio,
ora: gelo. Então, do que mesmo
estamos falando?
Como posso falar de outros mundos, se nunca estive lá.
Seria levar você para um sonho, uma ilusão qualquer,
que desconheço.
Não posso falar de amor, se desconheço, ou saudade,
quando não sinto, ou, de vida, quando já morri.
Então, falo de terra, de caminho, de flores, de dias,
de passado, de lembranças, de sentimentos, porque
é disso que vivo.
E o que vejo e sinto, só eu sei. ninguém
pode olhar pelos meus olhos, a não ser o
que descrevo, mas, mesmo descrito, ainda é você
quem pode ver segundo sente.
Não tem como falar de coisas que não vivi, mesmo
que eu escreva sobre a vida de alguém ainda, assim, sou eu a criar,
segundo o que conheço, mas a maior
parte, ainda é sentir.
O sentimento move a vida, a vida move os sentimentos, e
nós existimos apesar de.
Eu gosto de alguém que talvez você deteste,  Ou você gosta
de algo que eu não gosto.
Assim é, que bom!
Pois se todos gostassem das mesmas coisas, algumas, ou varias coisas
já não existiriam.
Imagine você querendo virar o dia, porque o dia não
trouxe satisfações, e o outro, que esta vivendo seu melhor momento, segurar
o dia, que guerra não haveria?
É isso que está acontecendo no mundo: todos querendo e ninguém
pensando na mesma forma de querer.
Dentro de uma casa, quando cada um
quer fazer a sua lei, na obrigação de cumprir. Quem ganhará?
Se tornaria uma bagunça. A rosa pedindo chuva,
a margarida emburrada porque com a chuva sua pétalas
se fragilizam.
A raposa querendo ninhos, e as galinhas não pondo para
não perdê-los.
A aranha com fome, esperando pelo grilo que nunca vem, pois
cansado de morrer em teias, encarou mais cedo a morte.
O leão sem carne,  pois os preservadores dos animais, o colocaram onde
não ha o que comer.
Os navios cansados de enfrentar o mar se recolheram, o Mar enfadado com sujeiras
que nele jogam, não quer mais ser mar.
Veja que situação o mundo enfrenta, veja quanto mal ha em  pensar separado.
Muitas cordas esticadas, muitas mãos puxando na mesma direção. E tudo
indo, como se diferente fossem, sem ordem nem progresso, só sussurros
na solidão, e sofrimentos nas esquinas, e mortes vãs, e felicidade a deriva.


Herta Fischer   (Hertinha)









quinta-feira, 20 de abril de 2017

Espaço encantado (asas tenho)

Olhei para o céu, para as coisas,
poucas coisas, quase nada ante a 
percepção do olhar.
Uma frágil plantinha aqui,
outra ali, sentida de não poder
se alastrar sobre um chão de concreto.
Casinha humilde, cheias
de gente, entre mansões
suntuosas sem ninguém.
Carros que passam acelerados, com
medo da fuga do tempo, quase imperceptível ante
o costume de vê-los.
Se parecem com gente, mas, não são, só
motores barulhentos dentro de uma
caixa vazia. Dentro mora, talvez,
uma satisfação repentina de liberdade, mas
é tudo ilusão.
Por isso criei asas e me pus a voar.
Já estou voando á algum tempo, entre uma
realidade de sonhos que me levam, onde
eu quero estar.
Me desvencilhei dos sonhos
que se assemelham a nada, passei a construir
em mim, alguma coisa irreal aos olhos humanos.
Não conto para ninguém, apenas tento viver
neste mundo, no meio dele, mas, sem dele
fazer parte.
Estou a quilometro de distancia, Lá em cima, onde
os anjos moram. falo com eles quando preciso,
E constantemente eles também falam comigo.
Bato minhas asas sem cessar, e ouço a brisa
do tempo  me afagando, sentindo, mais que falando.
Em silencio olho para as nuvens que quase me tocam,
e abaixo, vejo homens se matando.
Já me disseram em algum momento, que sou
triste por que falo de despedida.
É dolorido pensar que se vai, quando nos prendemos
ao terreno. Mas, quando voamos mais alto, tudo
fica tão pequenininho, mais parecendo ilusão do
que outra coisa mais elevada.
Aquele que se conforma em se levantar, deitar
e dormir, vê a vida passando, e só.
batalha pelo pão e se satisfaz com migalhas:
 roupas novas, bons moveis, um carro, talvez!
Como se disso dependesse a vida.
Eu tenho, também já trabalhei, mas é como
se de nada precisasse. Só deste sonho de voar.
Não um voo aleatório, sonhado materialmente,
meu sonho é mais real, não tem nada a ver com o voo
das gaivotas, nem com o voo dos flamingos,
que tem  como objetivo, apenas comer.
É um voar por dentro, la na penumbra que de todos
se esconde. Onde não há desejos, nem abstinência, nem
hipocrisia qualquer.
Ha um céu aqui dentro, um céu também azul, que me encanta
e fascina. Com nuvens aceleradas, que passam constantemente,
ha chuva e ha sol, ha controversas, concavo e convexo.
Há algo mais valioso que tudo que já conheci. um céu
para voar, um infinito indomável, com possibilidades mil.
Ha aqui dentro um amor sem igual, que os homens ainda não encontraram.
Sabe, aquela felicidade sonhada, que dificilmente se concretiza,
quem vem com a rapidez de um raio, e como um raio se vai?
Então, essa felicidade mora neste céu, como um pergaminho
que oculta preciosos dizeres, estampados por todos os lados.
E, eu voando, na macies do espaço, sem nenhum obstáculo,
dentro de uma certeza:  a de que tudo é razão.
E vou voando, voando e voando. só de  vez em quando paro um pouco,
desço das minhas asas, cumpro com meus compromissos,
e volto a voar, completamente descompromissada com o
que aqui se faz...

Herta Fischer (Hertinha)









quarta-feira, 19 de abril de 2017

Entre um sonho e outro.

Chegara mais um tarde de sábado,
e eu já me preparava para sair.
Coloquei meu vestidinho de chita,
pés descalços, cabelos emaranhados, e bochecha
rosada pelo frio intenso do mês de junho.
Tirei meu cavalo da estrebaria, com o pretexto de levá-lo
até um pasto melhor. mas, na realidade só queria trotar um pouco
sobre a luz solar.
Dei um pulo sobre ele, primeiro de barriga, e fui escorregando
de leve, com um tremendo esforço, que quase não aguentei.
Ser pequeno tem dessas coisas.
Logo que me vi sobre seu lombo, curvei-me para a frente, encolhendo
a barriga, ficando numa posição militar. Gostava de me sentir assim, como
uma verdadeira amazona.
Meu cavalo começou a trotear com uma maestria sem igual, e eu, sentindo-me
especial.
Subi até a estradinha de terra batida que sumia ao longe, meu cavalo
conhecia meus sonhos,e
se pôs a trotear feliz.
O vento estava cortante, quase a sufocar-me, tirando-me o ar, mas
não havia incomodo algum em minha alma sonhadora.
Enquanto meu cavalo adivinhava o caminho que queria seguir,
eu olhava a minha volta.
Os coqueirinhos sumiam atrás das frondosas árvores, e suas folhas,
se esgueiravam  entre elas, só para me verem passar.
A solidão das vozes estavam vestidas de conselhos, no barulho dos cascos ativos
que me levavam.
Me contavam de outros sons inaudíveis que vinham do céu em festa, o
dia era tão especial quanto os outros, mas aquele dia me falava de paz.
Entre as coisas que via, estava meu coração a palpitar, como que, domesticado
pelo silêncio, num sonar baixo, quase que a parar de tanta emoção.
Não havia mais nada no mundo a não ser aquele momento, como se tudo
se resumisse numa só palavra: felicidade!
Deixei meus medos para trás, e eles sumiram nas curvas da estrada empoeirada,
e a minha estatura parecia cada vez menor.
Pensei não ser real, como era bom sentir-me assim, como quem está fora de qualquer realidade
ruim.
As fadas povoavam minha mente com cantos de vitoria. Eu na santidade do momento, eu
ao encontro de mim mesma, sobre um cavalo encantado.
Tinha já uma certa idade, mas me sentia criança, como se tempo não houvesse.
E tempo não havia, só o limiar do sol a compôr o céu azul, e uma vontade de
chegar a Deus.
Foi então que parei de sonhar: hora de voltar.
Dei meia volta, puxando as rédeas, meu cavalo bufou, quase a chorar por
ter que voltar.
De longe já podia ver o telhadinho entre os arbustos verdinhos,a dançar sobre o vento sul,
o sol intimidado pela minha tristeza, se preparava para dormir. Então se desenhou
no céu uma aquarela que me tirou novamente o folego, e meu cavalo parou, e ficamos lá
por algum tempo, até o céu se descolorir ante meus olhos marejados.
Hora de seguir, como se ouvisse meu pensamento, o cavalo começou a trotear,
um tanto devagar, parecia que não queria de mim, se separar.
Descemos até a área que circundava a casa, tudo em silêncio, as escuras, descemos
até a cerca da estrebaria,  saltei num ímpeto, deslizando até o chão.  aliviei a corda, tirei o
cabresto, e deixei meu cavalo solto. Ele ficou parado por um momento, depois me lambeu
as mãos, em sinal de agradecimento.
Só então, fechei a porteira e subi sem olhar para traz. La dentro de casa, minha mãe esperava
ansiosa, sentada em seu banquinho com uma lamparina acesa.
Me colocou para dormir, e o sonho se acabou.
La fora o vento uivava raivosamente, e entre as cobertas eu pensava
em meu cavalo fiel, que dormia no relento. Então, fechei os olhos, e o
trouxe para dormir comigo, pois em sonho, tudo se torna possível.
 Herta Fischer (hertinha)






terça-feira, 18 de abril de 2017

Tem um anjo aqui comigo

Mareando um pouco nestas idas e vindas
como quem precisa de termos.
Não sou mar, sou como um
riacho a deitar-se sobre a terra
sedenta, que de pouco em pouco
vai subindo como vapores sugados.
Entre eu e o céu, aquilo de que preciso, ar.
Não me conforta nem um pouco
o passar dos anos, que me anuvia os olhos,
e me enfraquece os dentes. só o
que se fortalece de fato, é a fé que me
embala.
Sei que preciso sair em algum momento
da historia, e que tudo o que dei valor,
subsistirá sem mim.
Não mais me afetará os acontecimentos, nem
lamentações se fará ouvir.
Sairei, assim como a água que em vapores
se transformam, invisíveis e solitários, não
sabem bem para onde vão, nem
se voltarão.
No limiar desta loucura, ainda insisto
no verdadeiro sentido de ser alguém, não um
subterfúgio, pois não posso negar esta presença
que vive aqui dentro.
Tenho casca, e esta casca se derrete na chapa do tempo, mas, ha
algo de valioso, a poupa que submete-se a sabedoria que me faz.
Entendo tão pouco dessa lucidez, entendo tão
pouco desse ser que quer ficar, e ao mesmo
tempo anseia em sair.
Embora não procure respostas, estou sempre recebendo
ensino, Talvez exista um anjo aqui do lado,
que me cochicha ao ouvido algo que eu
precise saber, e que, ao mesmo tempo, me exclui
do muito querer.
Vou indo como enxurrada de chuva fraca, sugada
depressa demais, sem poder parar de sonhar com
a profundidade que lhe espera.
Herta Fischer (Hertinha)






sábado, 15 de abril de 2017

Nascidos de Deus

Quão grande batalha o homem trava consigo
mesmo e com seu pecado, quando ainda
precisa compactuar com solenidades
cuja única função é colocar Deus em um
madeiro qualquer, na figura  fraca de um homem
corruptível achando que com isto, estará
prestando-lhe homenagem?
Por sorte, o Senhor Jesus diz: - Perdoa-lhes, Pai, eles não sabem o
que fazem!
Na ânsia de demonstração de fé, acabam se utilizando destes
meios para se aparecer aos homens, como um espetáculo
de tourada, ou outro espetáculo qualquer.
Pense que Cristo desceu de Seu trono, para tornar-se forma
humana, sem o qual não poderia realizar o sacrifício.
Se apenas usasse da palavra para realizar seu intento,
em sua forma espiritual, com toda a certeza, não
acreditariam Nele, Então, se fez necessário, tornar-se na figura fraca de um
homem e sofrer como um, O Senhor veio em forma humilde, em fraqueza,
vivendo como mortal, enfrentando a arrogância dos poderosos do mundo,
como cordeiro amolado, sendo preparado para sacrifício posterior.
Porque o maligno tocara o coração humano, e já não se via a pureza
nem mesmo onde se professava Deus.
Cristo, por sua vez, vinha se preparando, antes mesmo de seu nascimento, para realizar
tal sacrifício, para que os humanos, entendessem de uma vez por todas
que o sacrifício que realizaria, seria eterno, não mais necessitando de tantas
matanças de animais, Pois a ordem
do tabernáculo era que entregassem um animal macho e sem defeito todos os meses,
para realização do sacrifícios pelos pecados. No entanto, o diabo
agia na consciência do homem, e o fazia pensar que o sacrifício em grande
quantidade era mais eficaz. E os comerciantes sentavam á porta do templo
com todo tipo de animais, levando a sacrificar milhares de uma só vez.
Deus, no entanto, se enojava diante de tanta aberração á ponto de dizer:



Escutai a palavra de Javé, chefes de Sodoma; prestai atenção ao ensinamento do nosso Deus, ó povo de Gomorra: Que Me interessa a quantidade dos teus sacrifícios? - diz Javé. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos. Não gosto do sangue de bois, carneiros e cabritos. Quando vindes à minha presença e pisais os meus átrios, alguém vos exige alguma coisa? Deixai de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para Mim; luas novas, sábados, assembleias... não suporto injustiça juntamente com solenidade. Eu detesto as tuas luas novas e solenidades. Para Mim tornaram-se um peso que já não posso suportar. Quando para Mim ergueis as mãos, Eu desvio o meu olhar; ainda que multipliqueis as vossas orações, Eu não vos escutarei. As vossas mãos estão cheias de sangue.

Porque, na verdade, o que Deus esperava dos homens era justiça, Ele, na verdade, desde Sempre, pregava justiça, sendo que, do castigo, Ele mesmo se encarregava. No entanto, ainda hoje, depois de termos nos beneficiado com ao fato de nos tornarmos herdeiro da graça, ainda queremos estar acima, como
se todos fossemos discípulos e Apóstolos só para sermos bem vistos em meio aos homens.
E assim como nos tempos em que ainda nem todos  conheciam o Deus verdadeiro, quando ainda havia muita gente ligada a uma tradição ou outra, mantendo  uma relação com deuses estranhos,,
atualmente, ainda se faz. Quando não reconhecemos o sacrifício do Cordeiro de Deus e sentimos a necessidade de reverenciar homens, e objetos considerados sagrados por eles mesmos, desconsiderando todas as normas cristãs, que a Escritura ensina.
Não haveria necessidade do Verbo, se não houvesse necessidade de ensinamentos.
Porém, homens se desviam da Palavra, por não crerem na onipotência de Deus, por não crerem no sacrifício Pascal.
Ficam de um lado ao outro se dizendo profeta e apóstolos por si mesmo, desqualificando os verdadeiros profetas instituídos por Deus, que levaram a mensagem da cruz e do salvamento por todos
os cantos, que foram testemunhas fieis de que o que falavam vinha diretamente de Deus e não deles mesmos.
Presenciaram a vida e a morte do Mestre, andaram com Ele, aprenderam Dele, falaram Dele, testemunhando a verdade vista e ouvida.
Depois escreveram a historia, assim como ela aconteceu, nunca li nenhuma narração a respeito de que, cometeram algo como agora, de ficar imitando o sacrifício para que os homens cressem, Muito pelo contrario, apenas usavam da Palavra e com mansidão pregavam a Cristo ressuscitado, levando
a crença na salvação por meio da fé.
Não abusavam do poder que eles receberam, não usurparam a gloria de Cristo, apenas agiam como o próprio Deus determinou: Trabalhando para honra daquele que os chamou para a obra. Exaltando Cristo em todo lugar para que eram mandados.
Cristo era o objetivo, nenhum outro nome que não fosse Cristo foi exaltado.

Os anticristos

Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também,agora, muitos anticristos tem surgido, pelo que conhecemos que é a ultima hora.
Eles asira de nosso meio, entretanto, não eram dos nossos, porque se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco, todavia eles se foram, para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.
E vós possuis unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento.
Não vos escrevi porque não saibais a verdade, antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade.
Quem é o mentiroso senão aquele que nega que jesus é o Cristo. Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.
Todo aquele que nega ao Filho, esse não tem o Pai, aquele que confessa o Filho tem igualmente ao Pai.
Permaneça em vós o que ouvistes  desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai.
E esta é a promessa que Ele mesmo nos fez, a vida eterna.
Isto que vos acabo de escrever  e a cerca dos que querem te enganar.

Em Cristo recebestes a unção do Espírito Santo

Quanto á vos outros, diz a palavra: A unção que Dele recebestes permanece em vós, e não tendes  necessidade que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.
Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda.
Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.

Deus é Pai e  é Santo.
Seus filhos são também santos.

Vede que grande amor  nos tem concedido o Pai. a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que,. quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, , porque haveremos de vê-lo como ele é.
E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.
Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.
Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado.
Todo aquele que permanece nele não vive pecando, todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.

Os filhos de Deus e os filhos do maligno.

Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém, aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo.
Aquele que pratica o pecado procede do diabo, o diabo vive pecando desde o principio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.
Todo aquele que é nascido de Deus não vive a prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente, ora, se não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: Todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.

Trechos retirado do livro de João 2,3

Hertinha  (Herta Fischer)






sexta-feira, 14 de abril de 2017

Sem utilidade vivo

Ah, se o sorriso brotasse como
flores num jardim.
como seria bom sorrir em todas as horas,
na fartura de quem sabe colher.
Eu colho, que demais!
Sei sorrir menos que chorar.
estou livre de presunção.
Aquela árvore frutífera que espera
pela estação dos frutos, e se alegra
em passar pelo aperto de ser só,
sabendo que em algum momento
ficará rica em se dar.
Melhor ser esse drama e
saber-se doadora, do que a tristeza
da árvore frondosa que apenas
se satisfaz em existir.
Eu sou aquela que espera pelas
estações sem incômodos, que se regozija
com a neve, na profundeza da terra,
sabendo que em algum momento,
tudo que ela espera é pelo sol.
E sabe que se torna frutífera e soberba
nas mãos acolhedora do tempo.
Se não posso ser útil, de que me serve a vida?
Mas, até mesmo na utilidade, peco.
Pois não sei dar senão o que me sobra.
Não sou abundante em obras, pela pequenez
 das minhas mãos, que fazem mais para mim,
do que para outros.
Se sorrio é porque me alegro,
se sofro, cai meu semblante, não
consigo praticar gratidão
quando não for do meu agrado.
E bondade desconheço se não
for para pensar em mim.
Assim titubeia minha fé, quando
a direção não me guia para
onde eu quero chegar.
Até mesmo a esperança ainda
é uma criança a brincar de esconde-esconde,
onde eu não posso achar...
Hertinha  (Herta Fischer)



terça-feira, 11 de abril de 2017

Marcha a ré

O som que vem de fora
não mais me assusta, pois
aqui dentro desenha-se a paz.
Não compactuando mais com
as coisas mundanas, No querer
ter e perder, perder e chorar
e achar que perdendo se perde.
Valor existe no amanhã, pois o amanhã
é o único que ainda não aconteceu,
e também o único
capaz de realizar mudança.
No hoje se vê
as coisas acontecendo á seu modo. Lá fora,
o sol predomina, mas amanhã, este mesmo sol
poderá estar encoberto por densas nuvens, ou
chovendo, quem sabe?
Hoje eu estou desse jeito, tranquila e serena, amanhã
posso sofrer um revés e estar totalmente insegura e infeliz.
Por isso é necessário praticar constância.
Já me disseram: - Eu não consigo mudar de rumo,
quando estou infeliz!
Medite aqui comigo: - Sofrer é bom?
Então porque é tão difícil se livrar dele?
Porque, na verdade, estamos cercados
pela vaidade, e a  vaidade não deixa a mente livre,
ela vai corroendo o bom parecer, vai desenhando
mais coisas ruins, ao ponto de deixar o individuo no chão,
até que você entenda que viver é ruim.
Não é a vida, não são as escolhas mal feitas,
os verdadeiros culpados, mas , sim, quem
se deixa afundar demais em si mesmo.
Olha para a expansão do tempo, e veja o quanto
o viver individual é curto.
E quanto tempo perdemos nos apaixonando
e sofrendo.
Quando eu me apaixonei pela primeira vez,
a reciprocidade durou apenas dois meses,
por força do destino,ou
por incompreensão, sei lá! tudo
se desfez rapidamente.
Eu não fiquei a amargar meus sentimentos; a luz
se apagou, mas eu achei meus motivos, para
levantar e acender de novo, Não me limitei
a ficar no escuro.
Estava dentro de mim, ou melhor: eu mesma
construí a dependência do outro, então, estava
em mim, o poder de desfazer.
Assim como num lagar, as uvas são pisoteadas
para se transformar em vinhos, mas, se eu gostar
da arte de ficar pisando e pisando, isto nunca acontecerá.
Só quando eu acordar para a realidade, verificando que,
sou capaz de abandonar as dores, podendo sim, controlar
minha mente, e desviá-la para uma outra direção, eu
poderei me desfazer dos enganos.
Tudo é uma questão de lógica. Eu tenho em mim a
capacidade de mudar a direção, não só
a de meus atos, como também, á de meus sentimentos,
pois haverá um tempo, em que terei que perder pra valer.
Ficar a adular dores, é o mesmo que ter que engolir sem querer.
Se eu tenho á minha frente um prato cheio de alimentos
que não gosto, está em mim, poder afastá-lo, ou comer e vomitar.
Eu prefiro afastá-lo, do que, teimosamente engolir e ficar passando
mal.
É simples! Só é complicado para quem gosta de ficar
se fazendo de coitado(a) para chamar a atenção.
Herta Fischer (Hertinha)








segunda-feira, 10 de abril de 2017

Agarrados a vida e seus opróbrios

As vezes me entristeço porque
espero dos outros um tanto de
consideração, e acabo por ter um
sentimento ruim em relação a isto.
Hoje,  eu percebi que dói mais em mim no que nos outro,
essa mania que eu tenho de me doer.
Sou boa aos meus próprios olhos, mas, na verdade,
Bom mesmo é Deus.
Que não faz caso de ver seus filhos desobedientes se virando
para o outro lado.
Que ainda nos da, dia-a-dia a oportunidade de se voltar para ele.
Eu sei que, as vezes, as palavras não consegue nos revelar Deus de verdade,
E ficamos a nos perguntar: Onde Ele Está?
Porque não vem e poe  fim em tantos sofrimentos.
Mas, na verdade, sou eu mesma que provoco a maioria das
minhas dores, por não confiar em Sua onipotência.
Sou eu, que corro em sentido contrario do que Ele me ensinou,
quando fico a me ver com poder para mudar o mundo, sem
mexer um dedo sequer para viver a servir.
Deus nos serviu dando-nos Seu Filho amado para sofrer
e morrer por cada um de nós, E nós não acreditamos em Sua promessa
de vida eterna, e nos agarramos a tudo que é passageiro,
E não querendo pagar a divida para com Ele, vivemos a nos
entristecer com a morte, por não crermos em Seu sacrifício.
Eu vejo "o mundo" como uma ilusão. Assim como o momento
em que compro e não quero pagar, como
se o que valesse, na verdade, fosse o receber prêmios, sem
precisar levantar-me do lugar.
Que triste, já dizia o Apóstolo, quando queremos o favor,
sem prestar nenhum favor.
Que triste querer tudo pronto sem levantar um dedo
para ajudar aquele que cozinha para nós?
Que triste querer viver neste mundo tão mau, e fazer
de tudo para continuar dentro dele?
Agarrados a vida e seus opróbrios.
Desejando o paraíso, e cada vez mais se afastando  dele.
Não seria tão mais fácil viver de acordo com os ensinamentos Divinos,
 abandonando essa natureza pecaminosa para trás,?
A viver como se não vivêssemos, adquirindo sem adquirir,
esperando pela redenção de nossas almas, entregando o
nosso corpo como sacrifício vivo ao Senhor. Não como insensato que
castiga o corpo com vara, mas, oferecendo-nos para os outros com
lealdade, com a mesma lealdade com que acreditamos que o
Senhor se deu por nós.

Herta Fischer  (Hertinha)


domingo, 9 de abril de 2017

Disposição do EU

Eu acho ótimo quem fala apaixonadamente:
por uma causa, por alguém.
Eu acho ótimo que alguém ache que
 a vida só valerá a pena  ser vivida, se tiver alguém
com quem compartilhar momentos.
Eu acho ótimo sonhar em ter uma familia,
filhos, marido, etc...
Só não acho divertido que seja só da boca para fora.
Nenhum autor começa um conto com os dizeres:
E foram felizes para sempre!
Sempre ha dor nos caminhos mortais.
Onde a morte espreita, não ha de se ter alivio,
nem segurança.
Assim como um jardim não fica repleto de flores por
todo tempo, assim, a vida não pode dar só felicidade!
São nos contratempos que a alma cresce, e se desvencilha
dos egos naturais. Aprendendo não ser proprietária de si.
Sabemos ser passagem, e na passagem deixamos para traz
muitas coisas maravilhosas. cujo olhos se extasiaram, mas,
não puderam observar por mais tempo, porque o próprio
tempo se encarrega de mudar.
Se realmente amassemos, amaríamos uma vez só.
O amor não pode pular de pé em pé, não pode ser fruto
de dois pomares distintos, então, o amor não é amor, e sim, necessidade.
Como o organismo consome a energia dos alimentos, mas, esta
energia precisa ser recarregada de tempos em tempos, assim, são todas
as necessidades do corpo.
Hoje se caça, amanhã se come, depois que acaba se sai a caçar novamente,
 assim, consequentemente, num ritmo assombroso enquanto  tempo ainda
há.
Só existirá par enquanto não nos tornamos ímpar, por isso, ou aquilo.
E só seguimos a mesma direção quando os desejos e a necessidade continuarem
tendo o mesmo peso. do contrario, os sobrecarregados se distraem e acabam
pondo tudo a perder.
Deus ensinou-nos a viver longe da prepotência, ensinando-nos
 humildade, mas, quanta humildade ha nos seres?
O eu esta sempre bem disposto quando o assunto é ele.
Herta Fischer (Hertinha)





Mortos que se deixam levar

Nem sempre confiamos no caminho
que seguimos, Vivemos quase que a mergulhar
em sonhos, esquecendo da nossa realidade,
Escolhemos por nós mesmos,e ainda assim,
tem momentos em que duvidamos  de que fizemos
 a melhor escolha.
Porque somos tão relapsos em relação á nós mesmos,
quando colocamos nossos sentimentos acima
de qualquer razão?
Será que somos incapazes de cuidar de nós mesmos?
Andamos quase sempre a mergulhar no vazio de nossa
existência, assim como os mortos que se deixam
levar para o túmulo, de braços dados com a escuridão
daquele momento.
A saber, a escuridão de que vos falo e a escuridão do
saber, do se deixar levar pela ignorância das pessoas
que inventam fábulas para desviar-nos do caminho
que trilhamos.
Lógico que podemos mudar de direção quando surgem
algum perigo eminente,  e que coloca nosso bem estar em perigo.
Lógico que podemos e devemos estar vigilantes, Não como quem fica
a olhar pela fechadura da porta para ver se algo acontece lá fora.
Devemos vigiar a nós mesmos, escolhendo, não o que mais nos dá prazer
momentâneo, mas, o que mais nos traz satisfações por dentro.
Assim como escolhemos o alimento que mais se adequá ao nosso paladar,
sem nos dar conta do que precisamos.
 assim também devemos estar consciente de que nem sempre o que
nos agrada é o melhor.
Dizer que pode escolher os encontros, é fantasia, pois não vem escrito na testa
a formula do espírito de cada um.
Tudo é necessário: a terra, o mar, o frio, a solidão, o calor, a tempestade,
e os homens ruins.
Se a selvageria é algo sem entendimento, então, tem selvagens
que, por mais que o tempo passe, ainda continuarão em seu estado natural.
Se não somos capazes de identificar nem o que é melhor para nós, que dirá
escolher o que é melhor para os outros, embora, nos julgamos sempre
melhores.
Queremos domar cavalos bravos, mas, não conseguimos domar
 a natureza pecaminosa que
mora em cada um  de nós.
Se cada um se servir de si mesmo para  aplacar seus próprios desejos,
com toda certeza,  acabará conhecendo um pouco mais dos outros.
Herta Fischer (Hertinha)








sexta-feira, 7 de abril de 2017

Somos um pouco do tudo

Ha um renascer aqui dentro
como uma semente descartando
cascas e se modificando
na dor de vencer a si mesma.
Rompe-se de dentro para fora se oferecendo a terra
 como libação de seus dias mortos.
E sem merecimentos desce em movimentos
 sinuosos
sobre um vento primaveril que
o leva para onde não pediu nem
creu.
Como uma musica escrita na dor, que com
letras incertas transforma-se em poesia
para se cantar e compor.
Ha uma fadiga sem igual na esperança,
mas, também ha uma esperança
em cada suspiro.
Flui dentro de mim como uma
fonte jorrada em terra seca, a certeza
de ir e de chegar, Pois
de ter e precisar já estou cansada.
Só mais um passo, mais um passo
em direção ao nada que me espera,
Como um viajante se espreita
pelas estradas sem saber para
onde vai, está sempre chegando, nunca
partindo.
Falo de mim, e por mim, sempre
no mesmo ritmo, sempre das mesmices
e inconstâncias que me suprem
e me descarrega dos sonhos
que me ensinaram e que nunca
se concluiu.
Não passei a minha vida a escolher
razões, nem a prestar muita atenção
ao derredor, nem a me desesperar
por nada.
Estava deitada em terra os desatinos, a tristeza sempre
me desmentia ao chegar a aurora doutro dia.
 A luz da felicidade inundava-me enquanto o mundo
sofria sua dores vãs, Pois de certo, eu já sabia,
que o dia tem cheiro de morte, mas a morte
nada é, senão uma parceira da vida que dá, que tira, para
reaver em outra instancia.
Ainda prego á mim mesma, ainda vejo no tempo
as escaladas, o sumiço e o nada, mas que o nada,
tudo é.
Realejo submerso, a entrada e a saída, a saída e a chegada,
os mistérios e universo.
Herta Fischer  (Hertinha)
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Revestidos do Senhor

Vivemos por um determinado tempo,
até que nos seja tirado o folego,
Muita esperança ha no porvir, que
a nossa luta se torna insignificante diante
da promessa Divina.
Para quem crê, tudo é extremamente significativo:
A vida, a morte, os sofrimentos.
Sigo no ritmo do momento, sem
me preocupar com as horas, pois estou sempre
onde deveria estar, no instante em que sou eu, sou
o momento em si.
Depois que eu me for, depois que a minha historia
se completar no tempo devido, quando, então,
fecharei os olhos para tudo que se realiza debaixo do sol,
então, a gloria do esquecimento me alcançara, e só me despertará
para o que efetivamente desejei desde o nascimento.
Serei o que nasci para ser.
Este corpo pesado e infantil se desfará na moenda do tempo,
que me acaba a todo instante, em fraqueza e desalento.
Serei então, algo inimaginável,
Tudo á minha volta é trabalho, tudo á minha volta é luta de uns
com os outros, numa tarefa fútil, mas necessária.
Enquanto espero pela colheita, quando enfim, seremos o
 produto final, preparado para algo muito maior, sobre a cobertura do
Santo que nos assistiu em toda jornada, que nos prometeu refrigério
em sua campana, sobre o sol juvenil da justiça e do Poder que nos
fará sua morada.
Quando enfim raiar o dia, quando a noite se por de largo, e já a escuridão
não mais nos amedrontar, e a luz for plena e farta, ai, sim, estaremos
seguros em nosso lugar, o lugar especial donde fomos arrancados.
A volta para casa paternal, cheia de tudo o que sempre almejamos,
com serestas de anjos em cânticos de louvor, e a gloria
renascendo por todos os cantos, e nós fazendo parte, como sempre,
já revestidos do Senhor..
Herta Fischer (Hertinha)



terça-feira, 4 de abril de 2017

Nada novo

E o que vale nesta vida, senão,
o nascer, o viver e o morrer?
Minha historia não foi diferente das demais.
tinha mãe, pai, amor, talvez?
Como saber em que momento e circunstância nos fizeram?
 De dia ou á noite, só sei que se não fomos
desejados, pelo menos, nascemos do desejo!
Depois, já na luz dos dias, o objetivo
nem era nosso, precisávamos, ou melhor, nem
precisávamos, mas crescíamos.
Não era porque queríamos, nem porque escolhíamos,
já fazíamos parte sem querer.
Numa gloria aparente, quando ao nascer do sol,
saímos a procura da energia, substancia necessária
para a virtude do corpo.
E todo dia se repetia, assim como a nossa necessidade,
que não cansava de aparecer.
Dentro de um mundo pequenino, que só
havia espaço para aquilo que descobríamos,
meio lento ou apressado, na correria do corpo,
na necessidade do mesmo, que de dia em dia
mudava sua direção.
Não se falava em sonhos, só da habilidade
e vontade, fazendo e acontecendo.
Corpos se corrompendo no desejo doutro
corpo, mente cada vez mais aparelhada com
a vaidade.
E assim caminhava meus momentos, sem direção,
sem guia, no colo duma necessidade desconhecida,
á fazer  o que todo mundo faz
Aprendendo com os mais velhos e não podendo
fazer o que eles faziam.
Muitas respostas vinham com lágrimas e recusas, muitas
coisas se aprendiam na força.
Vivia num vale sombrio sem luz e sem memoria, onde
me esgueirava entre um suspiro e outro para alcançar
algum prazer.
E tudo para quê?
Continuar a fazer o que todo mundo faz.
Herta Fischer (Hertinha)



segunda-feira, 3 de abril de 2017

Cada um por si

Ha uma tristeza em mim, lá do fundo, algo
enraizado desde criança, como se me incomodasse.
Tantas coisas vivi, momentos que não me dei
conta de nada e momentos que me dei conta de tudo.
Viver entre os seres é fácil, quando são vividos irracionalmente
com a gente, e racionais com os outros.
Ponderando o que se faz, e não nos dando conta do que fazem
com a gente, porque, vendo distorcidamente, também podemos
distorcidamente sentir.
E distorcidamente sentindo, podemos  distorcidamente sofrer.
A vida é generosa em si, mas a vaidade com que carregamos sentimentos
no decorrer da existência nos faz alienados a troca.
Se me dá motivos para sorrir, se me faz estar satisfeito, ai está
a minha satisfação.
Não acreditamos no servir, achamos que viemos para ser servidos em tudo,
E assim damos cada passo, na necessidade do outro, não como companhia,
mas, como servidor dos nossos desejos.
E acabamos por crescer sem motivações para auxiliar os outros sem contestar,
apenas suprindo nossos desejos meio que na fúria.
Assim como um cão não deixa o outro mexer com sua amante, ou com sua comida,
sem rosnar ou morder, assim, nós não abrimos mão da posse, seja ela quais forem.
Teve um tempo não muito distante, quando éramos livres para ir e vir, de uma distância a outra,
sem que nada interferisse naquele interesse, Hoje, já não podemos desfrutar de nenhuma
liberdade que não seja a liberdade ao quadrado, aquela liberdade comprada, quando pagamos
para desfrutar  ou quando nos sentimos donos de algo.: escravidão de sentimentos.
O mundo está cercado por um muro de vaidades, onde um quer poder mais que o outro, onde
o menor precisa se dobrar a vontade do maior, e aquele que foge um pouquinho das convenções sociais e dogmas religiosos, são, de certa forma, excluídos do rol  familiar e ou social.
Cada vez mais nos trancamos em casa, numa prisão invisível, quase que a morrer de solidão, 
juntos e separados,procurando por nossos merecimentos.
Sinto muita falta do amor. Embora se fale mais em amor hoje em dia.
Porque gostar é uma coisa, amar já é bem diferente. Gostar é estar junto, sentir-se
bem na companhia um do outro, suprir a necessidade na companhia do outro
querer o outro. Mas, amar é diferente, Amar é querer o bem do outro, apesar de.
É colocar-se no lugar do outro,  entristecer-se com a dor do outro, não querer o mal do outro,
estar seguro que, mesmo sofrendo injurias e aborrecimentos, jamais será motivo de tropeço!
E quem que, sendo humano, será esse alguém tão altruísta,
capaz de deixar este eu tão vaidoso?
E mesmo que queiramos, ainda assim, ficamos indignados com a ação do outro, quando
nos damos de forma genuína e ainda assim esse alguém nos trata com um certo descaso.
E assim o tempo segue com seu ritmo acelerado, e vamos perdendo cada vez mais a capacidade
de amar, devido as condições em que vivemos, moldados pelo ambiente nocivo da humanidade
que esqueceu Deus e se limitou a viver por si mesmo.
Herta Fischer  (Hertinha)