mesmo cobrindo seu corpo com vestido de algodão florido.
O que interessava vivia nela em todo tempo: aquela magia de quem sabe o que vale.
Talvez tivesse um pouco de ciúme, dentro de si, mas, não o revelava.
Suas mãos, sempre solicita, regavam as partes secas. Um alivio saber que seu marido
admirava as pessoas pelas ações, assim, ela não precisaria de tanto esmero com sua imagem.
Bastava conhecer a arte de acender fogo, de resto, era a panela que desenvolvia.
A água e o sabão limpavam, o óleo e a cebola saborizavam, o fogareiro e o fogo cozinhavam, ela era apenas o principio.
A plantação trazia o sustento, os filhos cresciam com o tempo e aprendiam praticando o bom olhar.
Assim anos vão se findando e os vazios vão sendo preenchidos.
Entre um passo e outro sobrava espaço, sempre haveria um vazio a preencher.
Certa que tudo estava certo, sobreviveria.
Filhos crescidos trazem certa solidão de vozes, só o som sonoro da vida em ventania conforta. Muitas vezes se é infeliz em plena festa.
Tem coração que pulsa sem cérebro, mas, tem cérebro que vive sem coração. É vibrante a vida.
Ontem vi um pássaro de asas quebradas voando com os pés, tudo é uma questão de sobreviver.
Hertinha Fischer