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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

sábado, 18 de janeiro de 2020

Saudade escura

O dia foi embora,
deixou uma saudade aqui no peito, saudade escura,
A luz se foi deitar, a escuridão tomou
seu lugar, e os dedos ávidos pela loucura
do inevitável, colocou-se ao dispor do
interruptor..

Tão bom apagar-se, ou estar quase a se apagar!
É quando a gente sente tão próximo daquilo
que sentíamos antes de crescer,
ainda sem saber que o futuro estava
ali, na esquina, esperando para
nos envelhecer..
Herta Fischer

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Questão óbvia

Assim como a terra sem semente se torna estéril,
também nós, sem sabedoria, nos tornamos inúteis.
Ser sábio não é escrever grandes romances e/ou ser
grande em matemática.
Nem tão pouco entender um pouco de tudo.
Sabedoria é entender os propósitos, sem divagar num
mundo ilusório.
É ter plena consciência de como o mundo funciona. no sentido
comum, e não no sentido orbital. Não adianta tentar entender como os planetas se alinham e
o sol rege como salvador. Porque o sol sozinho, sem qualquer participação
do ar, da terra, da água, não seria ninguém.
Assim também a humanidade precisa de tudo o que compõe o universo:  para
viver; depende do ar, da terra, da água, da gravidade, também uns dos outros.
Tudo que nasce, morre!  Só o homem não quer falar ou pensar sobre isso, até acontecer!
A morte é bem mais visível que a vida, por que a vida é mais abundante, e a morte,
quase sempre, é pouco notada.
Embora se dê muito mais importância para a dor e sofrimento do que para a felicidade,
não se compreende tanto a morte, quanto a vida.
Morrer é fato, assim como viver.
Não queremos entrar no mundo dos mortos, no entanto, nos expomos a perigos constantes, quando
não usamos o juízo como refletor em nosso caminhar.
Deixa eu fazer o que quiser da minha vida!  Ouço isto constantemente!
E o que é viver a vida, senão, cuidar dela?
E como se cuida da vida, se sabemos que a vida se acaba na morte?
Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Romanos 6:23
Embora se creia que exista uma milagrosa oportunidade de se viver mais, se vive tão pouco sobre a terra, no máximo, cem anos!
Isso se a pessoa tiver um organismo resistente!
No entanto, ainda agimos como se tudo isso fosse uma mentira inventada.
Para onde vai o folego de vida?
O que move o corpo?
Tudo morre quando o corpo morre?
Ou algo se desprende, como muitos acreditam, indo para um outro lugar
para aprender o que se negou á aprender aqui?
Se existe dois mundos paralelos, se precisamos nascer aqui, morrer e depois habitar
em outro lugar, para novamente nascer e morrer, De quantas vidas precisamos,
ou de quantas mortes?
Toda essa confusão começa exatamente na não aceitação da verdade. cada ser usa um meio
para evitar pensar na morte como definitiva, a princípio!
Não seria tão mais fácil acreditar na vida eterna, depois que tudo isso passar?
Não seria tão mais fácil acreditar nas promessas de um Deus amoroso e fiel,
que diz, que, todo aquele que crê (sem sombra de duvidas) no Filho primogênito; o primeiro de muitos, que, experimentando a morte, confiou Naquele que o ressuscitou?
Se todo processo precisa de um caminho, por que, então, não aceitamos esse processo da maneira que tem que ser, (ou melhor) que é?
Seria como o filhote que já se encontra na boca do lobo, ainda acreditasse que poderia sair dali?
Oh! por que morremos?  Ou ainda, por que morreu tão cedo?  E por que morreu tão velho?
Porque a vida do corpo só será possível quando o corpo funciona, quando o corpo se encontra forte
o suficiente para resistir.
Não é assim que a natureza ensina; que estamos todos:  eu, você, o natural e o estrangeiro, vivendo sobre as mesmas condições?
Ou Deus é parcial, Dá á alguns e tira de outros?
O que podemos fazer quanto aos acontecimentos ruins,  se não pudermos identificar os perigos eminentes que podem  nos assolar, já que o corpo é frágil?
A vida não depende de nós,  já o saber discernir o que é bom ou ruim, sim!
Não se bebe veneno sabendo que o veneno mata. Mas, sabemos, com notoriedade, que, com o tempo, envelhecemos e morremos!
Quando o lavrador joga sua semente na terra, algumas nem sequer se manifestam, outras morrem tão novas, outras ainda, morrem depois que atingem um certo comprimento, e muitas outras, vivem até serem cortadas.
Essa é a condição do mortal.
E não adianta fugir, nem se esconder num buraco embaixo da terra, a morte vem de qualquer jeito, porque ela tem esse poder.
O corpo é a corrução. porque o corpo é o desejo, se dermos tudo o que o corpo pede, haveremos de morrer cedo.
Uma vez mortos, todo o desejo se dissolve, e o que sobra?
Para os crentes em Deus e em suas promessas, haverá alivio na morte, por causa da ressurreição de Cristo.  Para os não crentes, não sobrará nada, á não ser dor e  revolta! Mas, também isso é vaidade, porque  isso não os livra do que eles temem.
Hertinha Fischer



























domingo, 12 de janeiro de 2020

Serenidade Poética

Estou cheia de mim, tão
cheia que me derramo.
Espanta-me as nuvens negras la fora, vista pela
janela entre-aberta.
Mais ou menos como eu, um pouco cheia também.
Dizem que, muitas vezes, só contamos do mesmo vicio,
mas, que mais podemos contar, senão do que conhecemos?
Sou o que meus olhos veem, sou o que meu ouvido escuta,
sou também um pouco da historia de todos os dias, fantasias!
Não me trazem nada, nada me oferecem, a não ser do
que eu mesma sobeje.
A cama, o livro, o computador, as letras, a fome pela escrita, tudo
a derredor de meus sonhos.
E eu, sempre a mercê de mim mesma. A ouvir a musica das horas,
num sonar de segundos, sem que sequer perceba que o tempo me desgasta.
Bate um vento gostoso em meu corpo,  meus dedos batem
 nas teclas com o mesmo ritmo, Uma serenidade poética atrai
o pensamento, e sem querer ou pensar, as letras dançam e se fazem
melodia em mim.
Como não gostar de viver, de saborear letrinha após letrinha, até que a
sopa esteja pronta e o paladar satisfeito?

Hertinha Fischer


sábado, 11 de janeiro de 2020

O Sagrado e o Comum

Buscamos o quê,
e por quê?
Comum é o que todo mundo vê e sabe.
Sagrado é o invisível de cada um,
na busca por algo mais que não
esteja apenas na satisfação dos sentidos.
Os sentidos corrompe, denigre, ostenta....
O espirito não se contenta com o corpo,
porque ambos não sintonizam com a Divindade.
A Divindade, para quem acredita, nada mais é do que
ansiar pelo oculto. Se estivéssemos completamente
satisfeitos com o que sobra de nós ao final, nem
estaríamos tão aflitos para conhecer outro mundo.
Na dor, todo mundo procura por algo, na alegria
esse algo fica sem motivos.
Ha um Deus?
As vezes nos parece impossível haver, noutras,
a gente sente que não dá para acreditar na vida sem um.
Nossas preces caem no vazio, parece que Deus fechou seus ouvidos
e não mais nos escuta. Será o Comum tomando posse de todos?
O Sagrado não deve ser perturbado pelo comum das coisas, mas, então,
por que não nos sentimos Sagrados e nos tornamos tão comuns
diante dos fatos?
Impotentes e desnudos é o que somos ou nos tornamos pela
querência de posses, mesmo sabendo que algum dia, isso nem fará tanta
importância.
Fabricamos mentiras para acalentar o coração amedrontado pelas
incógnitas dos aconteceres. Como se a Divindade fosse apenas propriedade
individual.
O Comum e o Sagrado juntos e separados. Temos promessas e nelas não acreditamos,
porque continuamos enraizados em qualquer mentira que nos contam, ou
em qualquer coisa que nos leve a acreditar numa eternidade em conformidade
com a esperança de um mortal.
Por isso é que troncos, pedras e gessos se tornam deuses, seria o comum o Sagrado?
Difícil demais ter esperança em algo que não SE VÊ, mas, a verdade do comum é
esperar que o que não vê nem ouve, olhe por eles e os livre dos males.
Hertinha Fischer





Nas caixas do destino

Papelão,
eis a vida!
Sobre sol forte e chuva,
se desmorona.
De hora em hora se refaz e se desfaz,
a hora passada é passado.
Algum dia alguém foi e se foi,
como águas que se enfiam em bueiros.
Saudade se revela na lembrança,
resquícios de amor desfeito.
Hora ou outra me distraio disso tudo,
então, sou feliz.
Vida feiticeira, cobre-me com teu perfume
 de uma alvorada, para depois despir-me
em noite enluarada, quando me desfaço
em potes de insatisfações.
Se sou, um dia fui e não sou mais, mais que lembrança
apagada de uma estação.
Vulcão sem função, chama apagada, lugar inóspito
e repleto de vida dolorida,
Que mais posso dizer de mim mesma, que não seja
o que passou?
O futuro é fonte ainda em construção, onde a dúvida ronda.
Cofre vazio com chave de segredos é a função do viver,
descobrir e desvendar seus mistérios é ser poderoso.
Hertinha Fischer


Elo perdido

Teve um tempo bom quando havia
em nós uma terna aurora de sentimentos bons.
Os livros nos contava historias de anões e príncipes.
Embora a escrita estivesse limitada a poucos, saber ler era
tido como dádiva.
Os contos de fadas nos dava um banho de racionalidade, embora
fosse  visto como algo irracional.
O príncipe se tornava algo que ultimamente se almeja, um bom
samaritano resgatando uma dama de sua situação ruim.
A bruxa má, que por vezes tramava contra a dama, representava a
vida como ela é.
E o felizes para sempre, finalizando o enredo, significava, união.
Elos de sincronismo e evolução, quando o bem estar estaria ligado ao
amor que os unia, não mais como uma situação erótica, que termina junto
com o prazer, mas, algo mais substancioso, que permanece apesar de.
Dividiam-se tarefas, um não invadia o espaço do  outro, ambos se relacionavam a partir
do bom senso e da disciplina.
Cada um sabia bem qual era o seu papel, tanto na sociedade, quanto na intimidade
do lar.
Nenhum via o outro como ser inferior ou superior, apenas como dois seres distintos
realizando tarefas para um bem comum.
Essa felicidade nos remete a correspondência: a constância, tanto nas ações como
nos sentimentos.
Enquanto um saia de casa a fim de trazer alimento, outro se dedicava ao bem estar, cuidando para
que tudo ficasse limpo e organizado.
Quando a noite chegava, os corpos cansados ávidos por descanso se encontravam e em delírio
 usufruíam do aconchego um do outro.
Não havia disputa, não havia separação, um elo perfeito para uma vida pratica.
O tempo passou e com ele veio a ganância por poder, principalmente em relação a Eva, que se sentia subjugada pelo desejo de Adão, sem perceber que era ela quem mais ganhava.
Não precisava batalhar por pão, tinha a sagrada tarefa de gerar, de cuidar e ensinar a futura geração.
O tempo era dela, o mana caia em sua mesa, vinda pelas benditas mãos de seu anfitrião. Mas, não quis, estava tão inclinada a desafiar a própria lógica, que botou tudo a perder.
E assim se tornou a bruxa má para ela mesma. O conto de fadas, antes tão bonito e ansiado torna-se
apenas escritas sem valor e sentido.
Eva quer tomar o lugar de Adão, Eva quer experimentar a sensação de ser como Adão, e perde toda a sua identidade, não sabe mais quem ela é, e a que lugar pertence.
O mundo de  antes, tão definido e alinhado, vive o agora sem definição,. uma anarquia total.
O elo foi rompido definitivamente, não ha como uni-los novamente, a desgraça humana emergiu com força total, pondo a vida, antes tão preciosa, reduzida a uma simples bagatela.
A carruagem do príncipe  passou a valer mais que os cavalos: A situação financeira desmedida vale mais que a saúde mental de seus próprios filhos. E a mãe que deveria cuidar, ensinar, agora vive para ela mesma, numa situação melhor, segundo ela, em contrapartida, Adão é posto a prova, se tornando
apenas sombra em seu próprio domínio.

Hertinha Fischer

















Totalidade

Hoje eu quero parecer louca,
contagiar meu ser com uma
alegria genuína.
Sem deixar me dominar por coisa
alguma.
Com um amor a brotar devagar,
longe do que chamamos de
sentido.
Não quero ser a fuligem
que se instala no desuso,
quero resplandecer como
prata polida.
Estou longe da terra: pronta,
inteira em meu devaneio.
Surjo como ave em migração,
no sustento do ar vou e venho.
Asas não tenho, mas a imaginação
voa alto, tão alto,
que nem mesmo as asas alcançam.
Tempo de sofrimento não há, apenas a certeza
de que tudo se faz em seu tempo, e cada
ser será ensinado a percorrer em seu
próprio caminho, até se fundir
um no outro e se tornarem um só!
Hertinha Fischer





quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

alegria extraviada




Sai dezembro,
vai embora.
Não se sabe para onde.
Chega janeiro, puxa fevereiro,
que também há de ir.
E eu, aqui, á sucumbir, como
gelo derretendo.
Esperando o porvir.
Alegria transitória, á esperar pela vitória.
prêmios enfeitando paredes de
lembranças.
Enquanto, ainda, desejo mais.
Falta coragem para
entender as miragens
dos sentimentos, que, em contratempo,
é apenas passagem, que do outro lado sai.
Não sou como passarinho, que enfeita
seu ninho, para depois o abandonar.
Sou como a gaivota teimosa, á fugir
de temporais, pelo céu sai á vagar.
até encontrar seu lugar.
Horas a fio meditando, sustentado
por um só pé.
Olhos aguçados, bicos atentos, de
soslaio, exercita fé.
Penso em recomeço, quando o meio
é só fim. Nem mesmo sou, merecedora de mim.
.
Hertinha Fischer