Não fiquei a contar os passos,mas,acredito serem incontáveis.
A boca da noite engolindo a luz do dia, bocejando de prazer numa entrada triunfante,
os olhos da lua cheia de orgulho a lhe saudar com paixão.
Grilos e sapos, sentados a beira dos lagos, iluminados pela magia
da noite, cantavam suas histórias.
Árvores imponentes lançavam sombras gigante, escondendo resquícios do dia que
a lua ainda sofria.
Olhos brilhavam no escuro, atentos a qualquer movimento, coração indomado e medroso
a coaxar e saltar.
O macho a procura da fêmea, na dança que vida prospera, sem dever nem devedor.
O roupão almiscarado, dos ratões do banhado, tomando um banho de luz, entre juncos e folhas mortas, esmiuçando capins entre dentes afiados.
A coruja a espreita, não se cansa e nem se deita até o esparramar do dia.
A escuridão pertencendo a noite, amante dos seres noturnos, que se enredam por sobre a margem,
acasalamento dos acasos.
Os pirilampos, se acendem, nas lamparinas do tempo, para ver a lua, de perto, enamorando-se de luz.
O enlevo da morte e da vida, a magia que a vida tem, um trocadilho sem fim...
Hertinha Fischer