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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Quebra cabeça

O tempo voa no
espaço que ele mesmo constrói.
Vai desencadeando, fornecendo
e tirando.
Não sei quando dele ainda me resta,
e não sinto medo.
Resolvo meus problemas internos
como quem se resolve por dentro,
dentro do tempo que me cabe.
Sou razoável em meu entendimento,
procuro me manter em alerta.
Aceitação é meu nome em
qualquer circunstância, entro
e saio pela mesma porta.
Não me iludo, deixo meu
eu subsistir em mim
como quem já sabe o caminho.
Tudo o que tenho, veio
sem pedir, e o que sou, não
posso mudar.
Sou estreita em minhas passagens,
pouco a se dizer. Nenhuma forma de
me decifrar.
Não procuro respostas, tudo certo.
Não tenho muito, muito não quero,
Embora esteja atenta ao saber, sei
que muito ha encoberto, no entanto,
me satisfaço sem embaraço
no pouco que aprendo.
Acredito em Deus, espero em Deus,
satisfeita estou assim, com harmonia espero
pelo que há de vir, se terei compensações?
Não sei!
Uso o dom das pernas e pés para caminhar, assim
como uso todos os outros dons para realizar
como qualquer ser que nasceu.
Não devo nada a ninguém, ninguém me deve
nada. Assim vivo a honrar meus dias.
Aprecio a obra, pois faço parte dela, como
uma peça a se encaixar em qualquer segmento,
procuro não fazer nada que a desconstrua,
para que também permaneça em pé.
Dizem que somos metade, mas, metade eu não sou,
estou inteira dentro do universo, compactada
na mais perfeita e absoluta continuidade.

Hertinha Fischer




terça-feira, 29 de agosto de 2017

Vaidades das sombras.

Cheguei tarde em casa, uma tempestade arruinara
minha caminhada.
raios e trovões assustadores cuidaram para que meus passos
fossem lentos demais.
Me arrastei entre lama e água, até alcançar meu lar.
Estava encharcada dos pés a cabeça, águas escorriam entre
as nádegas e se chegavam até os pés.
Que dia? - pensei!
Verão sãos dias de festa, de sol, de alegrias, mas, traz consigo
por vezes, temporais.  
chega tão rápido, nem dá tempo
de pensar em correr.
E esta vida que tem tanto, nos dá tanto, e depois
nos joga para o tédio, quase a sucumbir em seu leito.
Como formigas a procurar por doces, nos iniciamos,
e acabamos por vezes á morrer á porta.
Quando percebemos já foi, fomos, e não
tem nada que possamos mudar.
Prefiro seguir as horas, uma a uma, como
ponteiro de relógio, só no tic-tac, seja
lá o que Deus quiser.
dar voltas e voltas, estando no mesmo lugar: E
assim o tempo, ou a vida, ou o limite
dos mortais vai se direcionando
em vários aspectos. Um dia, eu, outro, quem sabe
o que será?
Se fico, ainda me resta tempo, digo eu:- mas, se vou,
não saberei de nada.
Se não saberei, porque me preocupo, quem deverá se
preocupar é quem ainda fica á olhar
com tristeza o que não mais serei.
Dirá-se de mim: Ainda era jovem, coitada!
E, eu não ouvirei, nem estarei chocada, nem
entusiasmada, nem nada. Nem sequer lembrança
serei, pois lembrar-se-á do lugar desocupado, até que,
por fim, algo ou alguém venha a ocupar o espaço.
Tudo ilusão, a  mais terrível ilusão do vaidoso.
Hertinha Fischer





sábado, 26 de agosto de 2017

Sejamos uniforme

Eu nem sei se aprendi, de fato,
Se realmente serei algo maior que isto
que consigo.
Procuro ser pena dançante que se vai na entrega
de tudo.
Maré que se encolhe e se recolhe, conforme
o desejo do luar.
Uma estrela cadente que passa num céu
repleto de luz, não vou
sozinha, são milhares iguaizinhos a mim: com
seus desejos mais profundos, muitas
vezes, com necessidades maiores que
as minhas.
Estou feliz, apesar de muitas dores e sacrifícios
que  me alcançam e me lançam, muitas vezes,
no espaço, mas, que sempre acha seu lugar.
Eu insisto: Não necessitamos de muito, Deus
provém
o seu melhor de cada instante, sempre
fiel ao seu propósito.
Nada morre dentro D'Ele.
Hertinha Fischer



sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A vaidades dos anos

Hoje eu fiquei com vontade de conversar,
mas, como sempre, encontrei todos ocupados.
cada um voltado para si mesmo, sem
querer saber de mim.
Então olhei para o espelho e vi
refletido nele a minha historia.
Em meu rosto, as linhas contavam as
angustias, e meu semblante cansado e
já sem nenhuma duvida do que foi passado.
Queria mesmo é poder falar, compreender melhor
o motivo de tantos desalentados falando
em Deus,  fazendo lotações para louvá-lo
com a língua, só para voltar para
casa um pouco mais leve, enquanto que, os
problemas continuam lá.
Nada fazem para compreender o sentido
da vida, ou melhor, o sentido dos seres vivos, que compõe
uma maestria de diversidade.
Que esfomeados pelas coisas que nunca satisfazem,
cuidam de buscar cada vez mais, aparência e poder.
E quanto muito leem uma fábula aqui e acolá, como
palavras bonitas que apenas consolam por alguns
instantes, sem querer se mexer para  que
aconteça alguma mudança.
Compram o que não precisam e gastam o que não tem,
até se verem sem nada á reclamar de tudo.
Dai, então, buscam solução superior,
Como se pudessem comprar também milagres.
Não procuram por bons conselhos, não querem saber do bem,
vivem a margem de seus próprios prazeres, como
se já soubessem de tudo, como se de nada precisassem.
Fogem da verdade, fingem que não sabem da morte, vagueiam
em seus mundos de faz de conta.
E lá se vão os anos, e a vaidade ainda corre a solta, sem lembrança
de seu criador, quando se faz tarde, depois de tantas manhãs, quando
enfim, a escuridão toma conta, e não veja mais tempo,
então pedem socorro e o socorro não vem.
Quando lastimando e incompreendendo buscam pela vida, já está na hora de ir para
a sepultura, sem nenhuma esperança á não ser o castigo de não poder mais.
Acabou-se, não há mais nada a revelar, nada mais a esperar, negando a vida,
negaram a si mesmos.
E o que lhes resta é nada! Não tiveram tempo, não se falaram, não
se conheceram. A vaidade os consumiu.
Nem sequer pararam para compreender quão grande salvação Deus preparou.
Para estes, cristo morreu em vão, assim como tudo que sonharam, tudo que construíram,
foi sem valor algum, pois no tumulo
nada mais poderá ser feito, nem falado, nem ensinado, nem compreendido.


Salmos 30:9

Que proveito há no meu sangue, quando desço à cova? Porventura, te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade?

Salmos 88:10-12

Mostrarás tu maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selá)

Salmos 115:17

Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio.

Eclesiastes 9:10

Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma.

Salmos 118:17

Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do SENHOR.

Isaías 38:18-19

Porque não te louvará a sepultura, nem a morte te glorificará; nem esperarão em tua verdade os que descem à cova.

João 9:4

Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia: a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
Hertinha Fischer






quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Olhos de criança

Era meiga e pura até seus dezesseis anos,
quando, em seu caminho surgiu a aflição.
Tornar-se adulto não seria nada fácil.
Compreender os fatos: de que tudo é passageiro.
Olhar para seus pais sem aquele olhar de interrogação,
não se dar conta das falhas.
Estava no topo do mundo, como
qualquer animal em seu meio, não identificava
nada que não soasse perfeito!
Comia e bebia, e isto sim, era a sua
necessidade, na maioria das vezes, saciada.
Estava coberta de razões, e eram simples,
como dançar na chuva, depois de um temporal
deslumbrante, que não produzia medo,
só vontade de se molhar.
O lar lhe cobria de mimos, mesmo, quando as vezes,
seus pais lhe aplicavam lições corretivas, e com
um certo medo, recebia a palmatória dolorida.
Tudo lhe ia bem, nada era incerto, nem mesmo
quando teve que aprender a ler e escrever.
Por algumas horas ficava longe dos seus, mas sabia-se importante,
quando voltava para casa, e com alegria
contava-lhes o que aprendera.
Nos olhos familiares, podia ver orgulho e satisfação,
nada que lhe trouxesse aflições.
Mas, de repente, sentiu-se grande, como espiga de milho
crescida, e sem aviso, se viu tolhida de seu lugar.
O mundo que nunca conhecera estava a espreita como
cão bravo mostrando seus dentes afiados, pronto
para fazê-la em pedaços.
Não era bonito o que compreendera: os fatos, os homens,
sua família, a desordem de tudo, os desencaixes, a falta
de compreensão, o saber. Que espécie de sofrer.
Queria ainda estar com os olhos fechados para os defeitos:
seus e dos outros.
Mas, crescer era isso.
É se dar conta de tudo.
Seu mundo perfeito se dissolvia: e a trova, antes tão
melodiosa, no encaixe das rimas, onde ritmos, acordes
e letras, no encaixe perfeito, agora, se misturavam.
E a estrada, antes, memorizada, cada pé, cada curva,
cada passo encaixado em pegadas conhecidas, de repente,
eram outras.
Não havia mais vozes, conselhos santos, nem
o sabor do amor que conhecia.
Na boca um amargor sem igual, o ir sem saber para
onde. tudo incerto, tudo meio que encoberto, como
nuvens e neblinas ao amanhecer de inverno.
Seria mais sábio não se dar conta, nem ter
que crescer para ver o que viria.
Mas, como?
Tinha, que, em algum momento, sair do útero,
tinha, que, em algum momento, andar
com seus próprios pés.
Só não sabia que doeria tanto.
E doeu, e ainda dói, mas, nada
de constrói sem dor.
Após descidas e subidas,
construções mal feitas,
aceleração total, tombamentos,
realizações e soluções, o tempo
se encarregou de  fazê-la voltar ao mesmo lugar.
bem  no inicio, com toda bagagem, a oferecer
o que aprendeu: perfeição
só existe
 quando se aprende a olhar
com olhos de criança.
Hertinha Fischer









Paz e sossego na vida

Hoje, mais um dia, como
tantos que já passaram.
Eu estou aqui, como
sempre, a construir pontes.
A vida me presenteia com sol,
com afazeres, com afagos
singelos de pensamentos
que, por si só,
para mim, já é uma grande
conquista.
Viajo nas letras como quem viaja
de trem, sobre os trilhos
escrevo minha trajetória, que
não se cansa de fazer-se e desfazer.
Vou brincando como criança levada,
traçando metas de sobrevivência num glamour
sóbrio, acalentado por sonhos e realizações.
Não quero muito, portanto, não sonho alto.
Só pego o que está ao alcance das mãos,
não sou de espernear por pouco.
Aprendi bem cedo a razão do viver,
que as vezes se desprega como botão
mal pregado, e se perde numa razão qualquer.
Já se passaram os melhores anos, quando ainda
vivia sobre perspectivas, esperando, só esperando,
e chorando as perdas.
Hoje, amadurecida, já quase a despencar ao chão, não olho
mais para o que poderia ter sido, pois, fui, em meu
tempo, o que poderia.
O que seria tão meu, que não pudesse partir sem aviso?
Nem mesmo o amor, aquele que pensei ser o sentido, nem
isso eu pude segurar.
Não digo que não amo, que não sou amada, mas tudo me foge
quando ainda preciso.
Nada vive para me fazer bem, tudo vive, porque vive, e morre
em algum lugar.
Eu faço parte de qualquer sonho, pois pode-se sonhar
com qualquer coisa,: partidas e chegadas.
Dizem que é difícil viver sem queixas: Ora por uma simples dor de dente,
ora por um carinho desfeito.
Mas, e o que dizer sobre o que se passa?
Não posso cuidar de tudo, não está em meu poder, limitar
meus desejos, pois tudo está relacionado com a
necessidade de cada um. E a minha necessidade de
momento é só seguir a paz.
Ir por onde ela for, ssntar em seu colo como
se senta no colo de mãe. Porque a paz, ah! essa paz não tem
largura nem medida, é desse amor que preciso, mesmo
que a correnteza do tempo
me arraste, mesmo que não tenha onde me segurar, mesmo
assim, ainda é tudo de que preciso.


Hertinha Fischer

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Eterna é a saudade

Lacrimejando está os olhos do dia,
lastimando a perda do seu amor.
Já se foi seu mais íntimo sorriso,
quando a luminosidade antiga e amiga
estava ao seu redor. rodopiando de alegria.
Faíscas e relâmpagos acordaram diante
de sua tristeza  e mostraram a céu aberto
sem constrangimento ou pudor toda a sua dor.
Havia muita neblina, chama antiga
de suor, molhando a imensidão
que se curvou até se quebrar
de tanto chorar.
Sua e minha são as saudades,
lembrança do que se foi, em chuva torrencial
mescla nossa alma
de sonhar.
Pensei na eternidade á nos olhar
de longe, pensei mesmo
nunca se acabar, este suave e terno
momento, que se fez em nós.
No entanto, tudo se acaba, quase
sem perceber, e o sol
se vai e chuva vem,
só este amor não
se desprega de mim...
Hertinha Fischer





sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Serenidade

Entre uma tarefa ou outra eu vou
encontrando um tempo de descanso.
ora, para tomar um café, ora, para escrever um pouco, e vou remindo o tempo como se ele (o tempo) fosse meu guia e conselheiro.
E o dia se finda ante meus olhos serenos, pois serenidade não me falta, afinal estou aqui, vivinha de Souza, não mais da Silva, para serenar ainda mais.
O sol se lamenta e vai, e a lua já se põe a caminho, celebrando a sua viuvez, pois só se levanta, para poucos olhos, a maioria dorme enquanto ela se mostra linda para ela mesma.
Vestida de prata, calçada de escuro, arco amarelado em seus cabelos brilhantes, Lá está ela enfeitada para um
céu amoroso e fiel, na sua infinita viuvez nunca se sente sozinha.. Há muitos amantes a lhe espreitar morrendo de amores!
Hertinha Fischer

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Uma dosagem de coragem

Certos dias difíceis de fazer poesia.
A gente sonha, vive, revive, e...
só dores vem celebrar  a alusão de bem estar.
Andei sobre as nuvens, por vezes, estive
em cores de arco-íris, mas, também anuviei
como dia triste.
Seria como aquele pássaro, passando seu dia
a fazer graça para a sua amada,
buscando por coisas coloridas, sem saber
ao certo de que se trata. E ao
término de sua obra, se enfeita, dedica-se
dança, mas a amada foge
como quem tem medo do certo.
E ele fica ali, roendo-se por dentro,
mas não desiste, quem sabe, ela
volta, ou coloca uma outra qualquer
em novos caminhos
que vai acabar por ser ali.
É estrada, é caminho, é duvida em
certeza. A vida e seus enigmas, na substância de sonhos.
E tudo definha, desintegra-se, só
o momento que nunca se desfaz, está a nossa frente,
 sobre novos aspectos,
novos protagonistas, nova forma de
sofrer ou, quem sabe, ser feliz!
Hertinha Fischer






quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Tranquilidade de quem tem fé

Já constatei de que minha árvore
só dará frutos sobre bençãos do Senhor.
Não adianta produzir,  tocando trombeta
para que todos ouçam a minha satisfação.
Mesmo porque, só produzo se me for dado esse dom, não
por vontade própria, mas, crendo que, tudo
vem do mais alto.
Eu não posso criar em mim nenhuma vontade
maior que não seja a que se direciona
para a direção do meu querer.
Falo mais do que faço e prego bençaõs
e palavras que não são minhas, portanto,
só posso elevar o  Nome  de Seu autor,
pois, não há benignidade nenhuma em mim.
Embora eu "queira" que me vejam com
louvor, e mesmo que me vejam
dessa forma, eu nunca serei nenhuma riqueza sem Aquele
que me envolve com discernimento e honra,
que produz em meu coração a alegria
suprema da salvação.
Que me prepara um pasto verdejante, que me abastece
o apetite, e se encarrega da alegria que raramente
observamos nos mortais.
Todos nós desejamos honra e poder, até o
ponto de negligenciar os caminhos
apontados por nosso Deus, e com
os joelhos trôpegos nos direcionamos
á Ele, buscando  satisfação passageira.
Falamos maravilha a seu respeito, no
entanto, acreditamos nisso tão pouco.
Ao invés de acreditarmos em sua Palavra,
ficamos a observar se o que Ele fala,
condiz com nossos sonhos.
Não cansamos de ouvir, no entanto,
passamos a vida toda numa encruzilhada,
como se pudéssemos alcançar
bençãos lutando contra a natureza.
 Procuramos desvendá-lo como
se desvenda um enigma, raramente
 procurando onde  podemos achá-lo.
Buscamos saúde, bens materiais,
esquecendo-nos que o bem maior
já está em nosso poder.

Isaías 55:6-13Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)

Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SenhorPorque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. 10 Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, 11 assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei. 12 Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados; os montes e os outeiros exclamarão de prazer perante a vossa face, e todas as árvores do campo baterão palmas. 13 Em lugar do espinheiro, crescerá a faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta; isso será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.
Herta Fischer (Hertinha Fischer)






segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Coroada de gratidão

Que bom foi nascer em
um lar honrado, simples,
coroado de gratidão
e respeito.
Não tentaram me moldar, não
puseram rédeas em meu viver,
nem encabrestaram  minha
mente com fitinhas
mentirosas.
Deixaram-me solta, a
desvendar os misteriosos
ponteiros do tempo
que não para.
Despediram-me ainda
na aurora, para que o
dia me acolhesse por inteiro,
antes que a noite me mostrasse
outro lado.
Havia pontes, idas e vindas,
a mostrar as intenções que por
detrás de tudo se findava e recomeçava.
Pediram-me que caminhasse devagar,
sem comprometimento algum
com as passagens estreitas e desertos, que,
por certo, haveria de encontrar.
Ensinaram-me amor em qualquer
instante, fé em cada passo e confiança,
especialmente, quando precisasse de
algo mais que apenas coisas.
Quando, por fim, eu tive
que sair do casulo, já me sentia tão forte
a ponto de sair voando, desbravando,
sem, no entanto, me sentir corajosa
demais.
Colocaram uma balança em minhas mãos,
para ir dosando sonhos, uma fita métrica em cada pé,
para não dar o passo maior que a perna.
E assim, cresci na sombra do bem-querer, sobre pétalas de
razão, perfumadas com emoção, sem, no
entanto, pensar ou desejar mais do que me cabe.

Hertinha Fischer...



segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Sobriedade e alegria

Porque haveria de olhar
para o abismo se posso contemplar com delicadeza
a  bela superfície que a rodeia?
O núcleo das coisas nos amedrontam, justamente por
estarem escondidos aos olhos. O núcleo nos mostra
as profundezas das dores.
É como olhar para dentro da terra, onde há fogo suficiente
para queimar todas as obras da superfície.
Andamos sobre as chamas sem, no enanto, fazermos
caso disto.
Queres aprender a viver bem: pesa o tempo
em que estará desperto.
E verás com nitidez a beleza que nivela a vida,
que mantém ainda este sistema em seu
trabalho.
Você se finda no bem bom, como também se finda
no desespero.
Há uma estrema necessidade de coroar
a esperança num próspero depois, quando
a morte e a feiura do corpo a decompôr for
mera lembrança de um passado distante.
Satisfaça seu estômago sem, no entanto,
abusar das satisfações, pois  apetite demais
são origens de males.
O mundo quer tragar sua inocência, para depois
gritar sua decadência.
Mesmo que lhe tirem tudo, ainda restará
no âmago de sua vitoria, algo de valor
que nunca se findará; você em sua essência.
Porque haverá um dia em que se despregará
de toda a arrogância que te usou a mentira,
e de todas as coisas pelo qual lutou, sobrará
apenas um fardo a levar.
Aproveite sua estadia, não
pelas coisas que se consomem, mas, pela alegria
de saber-se sóbrio a ponto de se negar á fazer
tanto barulho por nada.
Afinal, são poucos os seus dias de alegrias,
quando, enfim, vier a lembrança a ideia
de morte, verás que sofrestes em vão.
Hertinha Fischer   (Herta Fischer)


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Por detrás de mim

Os sons de musicas e cantos
que se embalaram na beleza
de ontem, não
passam
de sussurros assustados
que se assombram
diante de
um passo já
dado.
Tudo que era belo
e verdejante no jardim
dos desejos nem
em sombra se
formam, as mãos
acostumadas com sua lisura,
na flacidez jaz.
E o sorriso iluminado
em campos de paixão
se fartam hoje de desilusão...
Herta Fischer

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Enganando-se sem perceber

Indefinidamente ainda nos
sentimos sementes.
Querendo despertar sem prejuízos
nem sofrimentos.
Rasgando a terra como
quem rasga o ar, como
vento a transpôr o
tempo em seu lugar.
Gostando de se tornar
planta desenvolvida, sem, no entanto,
parar para gozar os acontecimentos
referentes ao que se pode aprender
por si só.
Sabendo que, em algum momento, o crescimento nos levaria
a gloria, não sem antes nos
mostrar o caminho da lamentação e da perda consequente
da magia da inocência,
pois, crescendo se perde um pouco
de criança, e nos mostra a feiura
de descobrir o próprio
desejo mórbido de ter que se dar.
Daí nos consolamos na crença, na abundância
de ideias e ideais que outros constroem para nos
tirar de dentro de nós mesmos.
Nos deparamos com o que fora está, e nos
encolhemos a procura de uma satisfação
que nos tire a apreensão que a própria existência
nos mostrará.
Toda aquela inocência de criança se transforma
em abusos, por causa da competitividade
que no viver se promete.
Experimentar torna-se vontade maior que descobrir,
e viver se torna um peso tão grande de responsabilidade,
que melhor seria ficar do lado de lá.
Como uma criança a reclamar seus doces, mas, ao saber
que o doce faz mal, se come as escondidas, enganando-se
quase sem perceber.
Da euforia ao desespero: precisa-se desesperadamente
de posses, seja ela de que forma for.
Andar conforme os passos, não ao que te arremete aos seus
próprios pés, mas, na medida em que todos andam.
Só então, chega a conclusão de que não quer ser você mesmo,
transforma-se num modelo sem valor, desbotado numa vitrine,
sem cor e sem forma, como um autômato se desintegra
ao passar dos anos, parado no desgosto de não
poder viver á seu modo, e tendo de lutar por espaço e amor.
Ao se ver, se encontra velho, e olhando para trás nada faz sentido,
pois o tempo já se encarregou de trazê-lo de volta ao
recomeço, onde novamente ficará a querer brotar, porém,
já não haverá força para despontar sem se quebrar.


Hertinha Fischer



Nos preocupamos a toa

Oh! criaturinhas,
 bom  que podemos ainda
estar dentro deste universo
criado sobre a perspectiva
sagrada.
Quando o Senhor nosso Deus,
nos permite ser continuação.
Porque morremos á cada dia,
para que, possamos alcançar a graça
da eternidade.
Estamos á passar como
qualquer tempestade, que á seu tempo
desperta, mas, tão logo se torna sol..
No limite de qualquer substância temporal,
somos passageiros, e nesse mesmo limite
gememos em desespero por querermos
a vida sem antes nos livrarmos deste corpo
corrupto.
Minha alegria de todas as horas não
está fundamentada naquilo em que
me dá a sensação de alegria momentânea,
não está  suspensa  em algo como
que medo de perder a vida, pensando que a vida
consiste em quem aqui melhor se adapta, esperando
uma redenção que não vem, crendo num milagre
instantâneo voltado só para mim. Minha alegria
vem justamente daquilo que não se costuma esperar,
crendo que a vida é mesmo toda
essa propriedade em decadência diante dos
nossos olhos, feridos e malogrados
dias sem algo que nos abrace por completo,
que nos mova com motivação, á não ser por aquilo que
se pode pagar.
Isto tudo que envolve os nosso olhar é uma ilusão
que passa, pode demorar anos, mas, em certo momento, sumirá
de nossas vistas, quando o corpo já estiver apto
para voltar a sua forma, isto é, voltar a sua origem que é o pó.
Não cabe á nós saber o que seremos, nem onde esperaremos até
que se cumpra a palavra que está escrita: tragada foi a morte pela vitória.
Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está ó inferno, a tua vitória?
1 Corintios 15:54,55
Homens da atualidade se preocupam demais em "Salvar vidas" como
se realmente assim o pudesse fazer, porém o que eles fazem, não é livrar
da morte, mas, qualificar o tempo que ainda resta para viver.
Até que se cumpra o que foi escrito: Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6 )

Hertinha Fischer