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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

segunda-feira, 29 de março de 2021

Fora do ar

 Estou sendo vista como rebelde, alguém que não quer mais fazer parte do processo.

Somos obrigados a fazer e obter as mesmas coisas, senão, não conseguimos viver como todo mundo.

Tudo fica vinculado a uma unica alternativa, ou dançamos conforme a musica, ou somos expulsos do baile.

Não ha mais liberdade, nem de pensamento. 

Só posso falar de coisas pelas quais todos concordam. A politica de privacidade nos arremessa as favas.

Temos que nos transformar em raposas. Andar de mansinho sem que nos descubram, senão, os tiros serão certeiros.

Não estou confortável, nem um pouco, por isso, me afasto de tudo, como se não mais existisse. 

Hertinha Fischer

leis e armas

 O que podemos mudar, senão nós mesmos?

Sai do ventre de minha mãe, plantada á beira de uma estrada.

Tentando sobreviver, embora, as condições fossem precárias. Não

sabíamos se a primavera traria flores, ou se o inverno intenso sugasse toda a

energia e tudo acabasse num repente.

Gravo dentro de mim a maior das certezas, que de certeza nada tenho.

Não sou uma pessoa triste, nem desfocada, nem tão pouco, desmotivada,

embora pareça que sim.

Só não acomodo o pensar numa gaiola, como se as coisas que conhecemos, de repente, pudesse

vir a ser outra coisa que não é.

A convivência entre os seres deveria ser respeitosa, afinal, nos gabamos de nossa consciência.

E ainda, como meninos, precisamos de leis para nos corrigir.

Colocamos limites em nossa propriedade como se pudéssemos ser donos da terra, No entanto, não somos donos nem de nós mesmos. Mas, se acaso, não houvesse necessidade de demarcação, seríamos expulsos de nossa própria casa. O homem não tem limite próprio, por isso é tão importante os limites que a vida impõe.

As leis substituem as armas. Sem lei, armas seriam necessárias, pois, não ha só um homem capaz de se ordenar sem guia, ou se proteger sem  o uso da força.

Em meus devaneios utópico, sinto que para mudar seria necessário recomeçar. Mas os interesses individuais, jamais  permitiria tal mudança, pois compromete a salubridade do egoísmo.

E sendo assim, a continuidade da derrocada da humanidade, como conhecemos, está viajando a jato. 

E eu, continuo a beira da estrada, plantada num matagal, sem nenhuma possibilidade de ver o bonito das flores...

Hertinha Fischer








sábado, 27 de março de 2021

Factual

 Encaro-me, as vezes, de frente,

e só vejo rastros de mim

á vaguear na incerteza.

Construo e desconstruo-me, incessantemente,

para que possa ainda ser novidade.

Olho para a objetividade, e nada mais é do

que aquilo que esta constantemente de passagem.

Já estive com vontade de voar, e descobri que não tenho

asas.

Já tentei me iludir com as alegrias, mas, era

só uma criança brincalhona a brincar comigo de

esconde-esconde.

Já tentei mudar de direção, e me encontrei nos mesmos

caminhos.

Já mudei o enredo da historia, e nada saiu do mesmo.

Já acreditei em contos de fadas, e me dei conta da realidade nua e crua.

Já tentei sair de mim, e só vi sofrimento.

Já tentei domar a memória, e quem foi domada foi eu.

Já tentei voltar ao passado, e não encontrei mais nada lá.

Já tentei ver com outros olhos, me deparei com outras ilusões de

percurso.

Já tentei, inutilmente, forçar a positividade, nada muda uma situação

de negatividade.

Já tentei acreditar em milagres, E descobri que de nada adianta querer.

Então, com todas essas certezas, sigo em frente, pois, não fomos

feitos para retroceder.

Uma folha, depois que se desprende do caule, mesmo

sendo colada novamente, não passará de uma folha morta.

Hertinha Fischer




quinta-feira, 25 de março de 2021

A validade da vida

 Estou aprendendo, ainda, depois de sessenta anos de passos.

Leio minha história, através dos anos, a mesma de tantas outras.

Falo muito em renuncia, porque o lema da vida é essa.

Renunciar a criancice, a inocência irracional, para encarar

a verdadeira face do raciocinar.

Até que, em algum momento, a renuncia é que nos alcança.

E vamos perdendo, cada vez mais, a capacidade de frear as emoções.

Ser criança é a proximidade com a aceitação, das coisas, como elas são.

Depois que crescemos, vamos entendendo o feio dos mal feitos dos outros,

e acabamos nos enfeitando das mesmas fitas.

Olhando mais para as deficiências do que para as eficiências.

Prefiro encarar a realidade, do que cruzar a linha da lucidez em busca de algo

que que não existe, só para satisfazer-me na mentira.

Porque a mentira nos torna fracos, impossibilitado de reconhecer a potência que a verdade 

nos favorece.

Embora, muitas vezes, a verdade, pode significar dor. Mas, não agride tanto, quanto a mentira.

Se tenho, na memória, um caminho já definido e conhecido, difícil seria me perder. Mas, se, construo, dentro de mim, um caminho desejado, não visto, nem conhecido, apenas sonhado as avessas, nunca chegarei a lugar nenhum.

Já sabia, de antemão, que, de alguma forma, vivo e luto pela sobrevivência, como qualquer animal irracional, mesmo, na racionalidade, a forma é a mesma. A única diferença, é que posso escolher o melhor caminho, as melhores condições e até o melhor momento, embora, também não possa esperar que tudo se realize conforme planejei.

E em algum ponto da historia, sem que perceba, os afins encontrará com seu fim, e....tudo terá seu certificado de validade.

Hertinha Fischer










O outro lado do sonho

Desperta estou, ainda que pareça que não dormi.

Quantas águas já se beberam e quanta sede ainda haverá?

Mundo que se deseja, mundo que nada é.

Ainda bem que não nos lembramos de olhar adiante,

O adiante que é viajante, numa estrada anuviada, onde a colina

esconde o fim.

De fato, nada sabemos, só o que realmente queremos,

Um querer que nada tem, cercados de novos empenhos,

que acaba por ser o quê?

Nuvens sem água, árvores sem frutos, pernas sem pé.

O que será depois que partimos?

O que haverá por trás das cortinas que encobrem

o verdadeiro palco?

Será mesmo, essa a derradeira fonte, ou haverá

um manancial escondido entre nossos devaneios?

Os gravetos da impotência encobrem a nascente verdade.

Ocorre que, somente alguns, descobrem por meios próprios,

que a verdadeira consciência, da vida, ainda está em

construção, do outro lado da ilusão!

Hertinha Fischer





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domingo, 21 de março de 2021

O porvir

 Porvir, uma palavra bem definida e, sem sentido algum,

quando se trata de viver,

Estamos focados no porvir, quando a unica coisa que nos espera é a morte.

Estamos sempre em expectativa de viver a eternidade aqui e agora, Nem pensamos em

quantos sofrimentos experimentamos no decorrer da vida passageira á qual sabemos e conhecemos.

Por isso é que devemos nos focar no invisível das promessas de Deus, A invisibilidade após a derrocada do corpo mortal que nos reveste.

O núcleo da semente é que desperta, a casca é a casa do espirito, casa esta, que morre, quando a vida desejada precisa eclodir.

Somos iguais a tantas outras espécies, que espera a eclosão da essência, escondida em Cristo, que nada mais é do que a nossa consciência.

Aquilo que aguardamos sem ver, embora,  estejamos despertos para um mundo que nos matará.

Ou, pelo menos, acreditamos que assim seja. No entanto, esquecemos, da polpa, que guarda a realeza da propriedade. Aquela propriedade que nunca morrerá, embora pareça que sim.

Quando olho para as coisas que me rodeiam, vejo tudo que meus olhos podem alcançar, embora, sinta somente as ilusões que pulsam em mim.

Uma ilusão de comodidade, esquecida de que tudo pode mudar a qualquer instante, e não possa mais fazer parte, dessa maneira que ainda persiste no agora.

Só então, consigo olhar para o tempo passado, quando os que já se foram, deixaram suas marcas, que ainda, por um tempo, serão lembradas, mas, tão logo, esquecidas.

Damos tanta honra ao tempo, mas é, justamente, o tempo que nos apagará, quer seja em corpo, quer seja, em memória.

Dizer que tudo acaba no tumulo é meio que, nebuloso. Dizer que permanecemos com consciência depois da morte do corpo é meio que sem sentido.

Dormiremos, diz o Senhor:  Porque dormindo não temos consciência de nada, por isso, esse termo é usado. Significando que toda memória estará apagada por algum tempo. E só Deus poderá resgatá-la em tempo determinado - Ele dá, ele tira e ele restitui.

Assim, como em gerações, a nossa marca passa de um para o outro, geneticamente, Assim, também despertaremos, na mesma patente em que fomos definidos.

Não mais como quem morre, mas como quem já passou da morte para a vida.

Embora seja difícil acreditar que precisemos morrer para viver. É isso mesmo. Despregar da casca para que a divina semente esteja pronta para se transformar em muitas.

Um só pé de feijão produz centenas. Não sem antes morrer por fora.

Então, não devemos temer a morte do corpo, porque o corpo nada é. Devemos temer a morte da semente, E isso, só Deus pode decidir!

Hertinha Fischer