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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Mentiras e verdades

Só ha verdade no silêncio.
A mudez é a única que não influencia,
Mas, para que também não seja influenciada,
teria necessidade de  também não ouvir.
Difícil falar de coisas imutáveis, difícil
a espiritualidade quando que, ainda, ser
participante do mundo carnal.
Por isso a reforma é tão esperada, tornar-se
um ser espiritual, sem estar sujeitos a corrupção
da carne, só mesmo se estiver fora dela.
Enquanto ainda viver neste sistema falho,
sobre leis humanas, tendo de se adequar a elas,
são os desejos que nos levam a "nossa verdade",
podendo ser objetos de contradições.
O prazer faz as verdades, mesmo que saibamos
onde estão as falhas. mesmo no decorrer da vida,
quando nos deparamos com a necessidade de mudança,
onde se pede para deixar o eu de lado,
para abdicar das paixões, ainda assim, pendemos para
o que nos trazem satisfações carnais, e estar coroadas
na mentira.
A satisfação da carne é uma necessidade que muitas
vezes estão além da própria necessidade em si, pois
queremos ser vistos, de qualquer maneira e por
qualquer motivo, por isto lutamos tanto contra as ilusões
que a carne constrói em nós.
Comida, bebida, relacionamentos e outros componentes
da vida em sociedade, ainda nos coloca presentes
na ignorância, pois se colocarmos, de fato,o capacete
da renúncia e da compreensão deferente a trocar tudo isso
pela paz, nós seríamos uma raça extinta.
Há guerras, há divergências, pela própria necessidade
de crescimento, e o adubo que os fazem fortes são
justamente, o que ainda se procura. O que ainda
não se conquistou.. a verdade tão distante de nós.
Ninguém se imagina construindo para outros, nem
tampouco dividindo o que se conquistou.
Estamos tão agarrados a nós mesmos, que o outro
passou a ser indiferente, a fome do outro, e as
dificuldades
que o outro enfrenta não nos dizem respeito,
pois sempre ha de vir aquela consciência:
Se eu posso e tive condições, o outro também tem de ter.
O estômago cheio não sabe o que é fome. o conforto não
conhece penúria,, E não nos atentamos as diferenças espirituais,
somente a diferenças sociais.
O patrão é patrão, e o empregado é empregado.
Para nós não existe aquele que não pode, e sim, aquele
que não quer, embora saibamos bem qual seja as nossas
limitações, abdicamos de entender as limitações do outro.
Ao  nos olharmos nós vemos  somente a superioridade,
não vemos nada que nos rebaixe, embora saibamos que
não somos capazes de tudo, em alguma coisa também somos deficientes,
mas mesmo assim, ainda somos capazes de julgar..
Herta Fischer.




Um brinde ao velho

Um brinde ao ano que termina.. Não
fosse ele, não estaríamos aqui...
Foi um ano bom, afinal,
a vida aconteceu, e encheu
de brilho nosso olhar...
Nuvens passaram, chuvas caíram,
sol acordou e dormiu, muita gente se foi,
muitos chegaram, alegrias fizeram parte,
tristeza também , pois tudo nesta vida
precisa ser balanceado.
Flores despertaram,
deitaram-se em terra cada um
em seu momento.
Tivemos dias de conquistas, algumas
perdas, mas a vida continuou em seu ritmo,
assim como sempre foi, formosa
e única,promovendo
o que a natureza sabe fazer
de melhor...criar!
Herta Fischer.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A família é um templo

Eu nunca aprendi a viver como os demais
que se alegram com uma simples dança,
ou com a goleada do time do coração.
Eu só vivo, Tenho em mim, as pegadas fortes,
amando o chão em que pisa, Não aprendi a voar.
Não me consolo com sonhos nem sonhar.
As novidades que me chegaram nos dias
nem sempre foram flores, muitas vezes, foram
pedradas que me machucaram muito me fazendo
forte.
Aquilo que desejei nunca me chegou as mãos, porém,
o que me chegou, superou o sonhado,porque se tornou
tão real como dia claro.
As nuvens negras fazem parte,
sem elas não veríamos a chuva.
Cansei de esperar por amor, quando que o amor se
fez sem muitas delongas, achou um caminho
fácil para cair aos meus pés.
Quando eu o procurava, ele se escondia na dor da derrota,
no desconforto de amar sozinha. Quando, porém, parei
de procurá-lo, ele aconteceu a dois, com ele veio
a felicidade desmedida, na forma da paz.
Pois amor sem paz não se abriga,
amor sem paz se torna desamor.
Hoje, me limito a amar o que tenho, não
saio para explorar outros mundos, me satisfaço
no meu. E o meu mundo é completo.
Se as vezes me desfaleço no caminho, eu
busco forças em Deus, e peço-lhe que
a paz seja meu cajado, que o meu amor
não se ilusione com faltas, que busque
o caminho mais suave que é amar
incondicionalmente aqueles que me
deste para amar.
Eu sigo, apenas sigo, sem pressa!
Não paro para descansar a beira da estrada,
a me distrair com paisagens distantes, Eu
sou a paisagem, e os meus fazem
parte comigo de tudo que sou.
Apenas sigo com a certeza:  A minha família
são o melhor que ha em mim.
Serei fiel a eles assim como sou fiel a
mim, pois de Deus não se zomba. Se me deste
era por confiar que eu poderia acompanhá-los
até que se percam nas curvas da vida, que
por certo acontecerá algum dia.
Mas até lá..Estarei sempre por perto, honrando
o trabalho que me confiastes.
Herta Fischer (Hertinha)









quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A vida é o que é

Alguns dias são assim: nascem
lindos e sorridentes plantando
alegrias na gente.
Mas. também tem dias
que nascem talhados e azedos
deixando nosso espírito agitado
e desconsertado.
Principalmente quando nos pomos
a pensar em quanto caminhos já
percorremos e o quanto cansativo se
torna essas andanças.
Preciso parar um pouco, mas, parar
como?
Como deixar nossas obrigações encostadas
num canto?
Como viver alienado sem nenhuma perspectiva?
Desde que me conheço por gente que o trabalho
é quase que constante, e quando a gente pensa numa folga,
lá vem mais trabalho e mais obrigações.
É um dormir por um pouco, desligado de tudo, para
acordar e se acomodar no: preciso fazer!
E o pior de tudo ainda, é chegar a conclusão de que é tudo
em vão.
Assim como aquele homem que trabalhou a vida inteira
e acumulou seus bens num celeiro, depois deitou em uma rede
para folgar. Então, Deus lhe disse: pobre homem, mal
sabe que amanhã morrerá. De que valerá todo o seu esforço se
não foi para se alegrar em seus dias. Acumulastes para outros.
É assim que me sinto, como quem acumula em vão.
Sei que a vida é mesmo assim, que os dias se vão, que estamos
necessitados de coisas, para isso trabalhamos, Mas, tem momentos
que me sinto desgastada demais para absorver tudo com compreensão.
Torna-se uma luta sem fim, no faz e desfaz, nos comes e bebes , muitas
vezes até sem necessidade, apenas para passar o tempo.
Eu poderia viver com pouco, poderia mesmo, não tenho nenhuma necessidade
de acúmulos, pois não sou como os demais. No entanto, não vivo só, e tenho
que dançar conforme a música.
Não posso simplesmente abandonar tudo e seguir o meu caminho, já pensei nisso
em várias circunstâncias, porém, nada é como a gente quer.
Dizem que a vida da gente depende das escolhas que fazemos, mas, não é verdade,
Eu me sinto amarrada, as vezes, e não são em convenções humanas, mas numa força além
de mim, algo que me move e me  motiva a ficar onde estou, como se me dissesse: É
tudo em vão.. Deixar o seu lugar para aventurar-se em outras direções, tudo
cairia no vazio novamente. A vida é o que é. Não adianta olhar para o lado e
"achar" que seria diferente, antes de experimentá-lo. Seria como trocar seis por meia duzia,
O que te  deixa assim, com vontade de mudança, é o mesmo que já aconteceu lá atrás quando
passou a viver o seu momento em cada etapa. nesta, que você se encontra agora, um dia já
foi o motivo se sua alegria. E por que já não é?
Eu não sei, talvez por ser rotineira demais,
Mas, as novas escolhas também cairão na rotina algum dia. Então, o melhor a escolher
é ficar onde estou, Pelo menos, o meu terreno já esta limpo e arrumado, só preciso conservá-lo,
pois, voltar atrás, abandoná-lo pela simples vontade do novo, iria me custar muito mais.
Herta Fischer (Hertinha)




terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Liberdade entre grades

Falar de paixões
de amores e abandono
é fácil, pois é do que mais
se vive.
Mesmo quando não ha mais
o que sonhar, pois os sonhos
são desfeitos assim que se faz
ganho.
O que sonhei ontem, hoje
nem mais me lembro, do
que me lembro é apenas o
que agora me faz falta.
Depois que se dorme
um tanto, depois que se recebe
um tento, tanto o sono quanto
a falta cai em esquecimento.
Bobeira ficar cavando buracos
quando não se quer enterros, um
dia tudo cai no vazio.
Estradas abandonadas, caminhos inúteis é
o que se torna depois do regresso.
Aquilo que, outrora, me arrancava suspiros,
hoje não passa de um peso, Aquilo por qual lutei
com todas as armas, hoje não me traz satisfações.
O que mais importa mesmo são os momentos vividos
e experiências, pois tudo,com o tempo,o próprio
tempo nos revela como vaidades.
A vida não passa de um canudinho a aspirar o líquido
de um copo...Assim que o líquido se acaba, o canudinho
perde a função.
Tudo se acaba na melhor hora, quando chegamos a conclusão
de que gastamos muito tempo a aprender..E que não teremos
tempo de colocar o aprendizado em prática.
Trabalhamos para garantir um futuro bom, mesmo
sabendo que o futuro foi ontem.
Anseios por liberdade nos coloca a mercê de gaiolas, e ao
nos acostumarmos dentro dela, já não faz diferença entrar
ou sair.
È como correr a vida inteira atrás da felicidade, para, no final,
concluirmos,
que fomos felizes e não nos demos conta...
Herta Fischer (Hertinha)










sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Seguindo o destino

Como já venho falando a algum tempo.
Eu poderia falar de qualquer coisa,
qualquer coisa mesmo. Poderia
parodiar  a vida, poderia inventar
uma história, poderia jogar palavras ao vento,
mas, tenho preferência para escrever pensamentos.
O que sai de mim, é o que realmente conheço, ou
desconheço, talvez, por isto falo, sei lá!
Sinto em mim uma grande necessidade, como
se algo que eu desconhecesse me superasse,
como se pudesse realmente ser alguma coisa
mais profunda e estável, que não morasse
em mim, por estar além do compreensível.
Desde a mais tenra idade mora em mim a
paz que muitos procuram, não é uma paz
qualquer, é uma paz que me deixa angustiada e
serena ao mesmo tempo.
Algo que mexe com minha criatividade, que
não me deixa parada  e que também não traz
muitas realizações, parece não querer que me
distraia em minhas próprias intenções, para
que eu me mova com responsabilidade.
Algo assim, que não quer que me perca
nos embaralhes das ilusões.
Eu compreendo melhor os caminhos
da vida, como se, de antemão, já o conhecesse
de cor.
Nunca caminhei por ele, mas vejo as
minhas próprias pegadas por lugares
que eu nunca passei, estranho isso, mas
é verdade!
Mesmo as casas que eu morei, ao
vê-las pela primeira vez, a sensação
era, de que, sempre estivera por ali,
que as coisas que as rodeavam
me abraçavam como velhas companheiras,
como amigas antigas me acolhiam com
amor e saudade.
Incrível como é excitante falar sobre isto,
depois de tantos anos vividos.
Parece-me que sei de onde vim, e que estou
retornando pelo mesmo caminho.
Estou amarrada ao tempo, e é,  este tempo
que me leva por onde já passei,
Cada estágio é como um retorno
para casa.
As pessoas agregadas a mim são como
uma lição, ou aperfeiçoamento, uma necessidade,
um pedaço de caminhada, ou até mesmo,
a direção.
Como se cada uma delas fossem uma reta, que colocadas
lado a lado formam uma longa estrada. eu me vejo
caminhando por ela dia após dia. Elas me ensinam
a amar o meu retorno, assim como amei a saída, a chegada
e a estadia.
É um retorno difícil. Uma estrada torta, cheias de contradições.
Preciso desvendá-la, descobrir seus anseios, para não
me perder nas encruzilhadas.
Estou indo, um pouco apreensiva, mas estou indo.
Se vou achar o caminho? Essa certeza, ninguém me tira!
Muito em breve estarei cansada, aliás, já estou muito cansada.
Talvez em algum momento precise deixar esse corpo, para
que tenha mais leveza ao caminhar.

 Herta Fischer (Hertinha
















Tempo de descanso

Então!
Ha quem olhe para mim e diga:
Sabe de nada, inocente!
Sei muito pouco mesmo,
mas já carreguei muitas cargas, tantas
que, se fosse enumerar, daria uma
bela escrita.
Foram mais dias carregando pedras que
recebendo flores.
Mas isso só me deixou mais forte,
músculos de experiências exercitados.
Aprendi que tudo passa, como todos já
sabem. Eu vi meus pais se matando para
dar aos filhos o seu melhor, da forma que
eles sabiam e podiam. Não nos deixaram
bens materiais, mas nos deixaram grandes
tesouros que valem uma vida.
Se foram, como tudo que vive, um dia, se vai,
nasceram, cresceram, beberam cada um o
conteúdo de sua própria taça, coube a cada
um, unidos num só propósito através da aliança
do matrimonio, viverem em santidade de vida, 
Quando falo em santidade, não quero dizer
que eram perfeitos, mas que cumpriram as
missões de vida com sucesso.
Tanto, que, firmaram com Deus a promessa de
que teriam filhos, isso foi designado por Deus,
e nos tiveram, seis, na totalidade, sendo que
uma, Deus levou consigo, como presente.
Escreveram uma bela história de vida, no entanto, não
foi sem luta, sem algum momento de tristeza, sem
suor ou lágrimas.
Na despedida, mostraram-se dignos, a seara amadureceu
em tempos diferentes, primeiro minha mãe foi colhida,
Meu pai se viu só, como ainda tinha sua taça cheia, teve
que celebrar o restante com outra pessoa, semeou novamente
e nasceu-se mais dois seres.
Até que, em determinado dia, foi chamado, quando já se havia
esgotado o vinho de sua preparação, e suavemente se despediu
com um sorriso terno nos lábios.
Como não ficar triste com o vazio deixado?
Mas, ao mesmo tempo, penso que essa dor 
é compensada pelo que acreditamos ser passagem,
uma passagem significa algo assim, como uma flor
que caiu em seu tempo, quando a sua plenitude se esgotou,
aquilo que foi usado, e que já não pode ser mais substituído,
porque já deu tudo de si.
E quão belo quando chegamos a essa conclusão: nosso
Pai nos dá uma tarefa. Faça isto!
E nós fazemos tudo conforme nos foi pedido, e o Pai satisfeito,
nos diz: Muito bem! agora já pode descansar.
E nos arrebata para além, num lugar que só ele conhece, numa
forma que só a Ele diz respeito, com a fiel promessa de redenção,
de nos dar em tempo determinado, a vida eterna.
É isso, sofremos por algum tempo, para depois conhecer o universo de Deus, assim como atravessar o deserto para depois encontrar-se com Ele no paraíso. Pode nos parecer longa demais a espera, por isso ele nos recolhe antes, para que não desfaleçamos no caminho.
Ele quer que cheguemos e tomemos posse da terra prometida, assim como aconteceu anteriormente com Moisés que chegou
a ver de longe a terra, mas não foi-lhe possível entrar nela, pelo menos naquela ocasião. E mais tarde, porém, quando o Senhor Jesus orava, antes de ser entregue ao inimigo, alguns dos discípulos Do Senhor viram Moisés junto com ele. dando testemunho de que Moisés não entrou na terra santa, mas Deus o levou com Ele.
Moisés não teve a mesma oportunidade que alguns daquela época, morreu antes, mas quão maior foi a misericórdia de Deus para com ele. Não entrou na terra transitória, mas entrou na terra permanente.
A partir dai, cada vez que um irmão se despede, eu me encho de alegria, pois sei que, essa pessoa já descansou de suas obras, o Pai já lhe deu descanso: lhe dizendo: Parabéns! Você já cumpriu
com seu dever, merece o seu descanso!
Herta Fischer.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Agradecendo a vida

Pois é!
Não é o aniversário que conta,
é o que conquistamos através dos anos.
Todo passageiro, toda passagem, todo
encontro em que fica sua marca é
que faz uma vida.
O "meu tempo" é agora, misturado
com o conhecimento do passado.
A vida, ou melhor, cada pedacinho
do tempo da vida, bem alicerçado
na esperança, na tentativa de correção
dos erros, acreditando que Deus é compassível e
bom para fazer uma reforma, nos leva com muito
mais coragem ao objetivo. Não falo do objetivo
da riqueza ou do sucesso físico, este não leva
a nada. Falo especificamente do objetivo
maior conquistado pelo Cordeiro de Deus, na sua
promessa da vida que alguns almejam viver aqui.
E por mais que queiram sempre cairá no vazio.
A conquista maior não está no envelhecer, mas
no amadurecer, para que o fruto seja agradável
ao Senhor na época da colheita.
Agradecida a Deus não só por este ano, mas por
todos os anos que acrescentastes em mim, para
que tivesse a oportunidade de conhecê-lo, assim
como És...Repleto de misericórdia.
Herta Fischer.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Prazer constante

Lá estava eu novamente, montada,
no lombo do dia, que como cavalo manso
me levava. Toc-toc,  cascos batendo ao chão,
um cheirinho de vitoria, um brejeiro sorriso
nos pés. Como andava esse meu sonho, como
corria essa minha mania de ser.
Havia outros personagens em meu mundo, cada
um fazendo a sua parte:
estradas, árvores, animais, aves, rios, as vezes chuva,
outras sol, céu, ar, vento, todos a me fazer companhia.
De quando em quando alguém aparecia, me perguntando:
-Oi! como vai?
E eu respondia com sorrisos e falas por dentro, porque mais
falamos por dentro do que por fora.
Para com os homens palavras são necessárias, mas para
os sonhadores, basta o pensamento.
Cada  grão de pó,  levantado com as pegadas fortes da caminhada,
vai escrevendo a nossa história,
Não é o final que conta, e sim, a trajetória da história, o dia a dia
vividos, a magistralidade do sentimento que inspira o dia
a fazer-nos e a levar-nos aos encontros.
Podemos ser o que quisermos, basta usarmos de criatividade.
Rios falam, quando nele mergulhamos, não são sons audíveis
como vozes costumeiras, são sons divinais, não ouvimos
com o sentido, são percepções sonoras. Por isso é que
o som de uma cachoeira nos fazem tão bem.
Tem algumas coisas inexplicáveis que nos acontece, por
exemplo: aqueles momentos que parecem que saímos de nós,
sejam através de um toque, ou de uma música, ou até mesmo
do silêncio completo, que nos teletransportam para uma sensação
tão perturbadora que não conseguimos explicar com palavras.
Então, já entendeu como me sentia em relação ao que vivia.
Era tudo, e ao mesmo tempo, nada.
Era eu, ciente da minha existência, mas não completamente,
tinha mais que simplesmente curiosidade.
Eu queria fazer parte com as outras coisas, não me acomodava em
qualquer posição, estava ativa e só faria sentido o conectar-se.
Só que, me deparei com os homens, e logo de cara percebi, que
o que eles mais querem é prazer.
Para mim, o prazer ficava em segundo plano. Eu precisava de
algo muito mais intenso.
E ai, você ha de me perguntar: O que seria mais intenso que o prazer?
Eu lhe respondo: o próprio prazer.
Pois o prazer do homem é só comer, dormir, acumular e fazer...sexo.
Isto quando ele consegue.
No restante do tempo é pensar em fazer as mesmas coisas,
É isto que eu não queria, pensar como a maioria.
Eu queria estar plena em mim mesma, sem necessidade de outras coisas
como complemento. Poderia sim, fazer o que todo mundo faz: comer, dormir,
acumular, fazer sexo, mas só por necessidade física, não pela importância
que a estas coisas se dá.
Tudo é passageiro, até mesmo o prazer, só tem real importância enquanto
o estamos sentindo, depois,  o que fica é uma falsa sensação de que continuamos felizes até
a próxima tentativa.
Não era o que eu queria, era algo que andava a espreita dentro de mim, como algo
que foi criado e não desenvolvido.
Nasceu comigo, essa afinidade com o que eu não entendia, com o que eu precisava
descobrir além mundo.
Já me perguntaram o por quê de tantas crianças morrerem cedo, antes mesmo de se compreenderem
como gente, já me perguntaram o por quê de tantas diferenças entre um e outro, sobre um ser belo, outro feio, sobre alguns nascerem deficientes outros perfeitos, e, eu, fiquei sem respostas.
No primeiro momento eu fiquei sem respostas, pois eu mesma não entendia o porque das coisas.
Ouvia as pessoas falando em fé, como se elas mesmas a tivessem. Eu me perguntava constantemente; Será que as crianças que perecem sem ver o sol nascer, as pessoas que adoecem cedo, as pessoas feias, as pessoas que nascem ou ficam deficientes por outros motivos são assim por falta de fé?
Eu não tenho muita fé, então porque não morri cedo, porque sou saudável, e até um tantinho bonita, não sou rica, mas nada me falta?
O que eu tenho que outra pessoa não tenha?
Então me veio a esperança da compreensão, o querer compreender o incompreensível. e isto me levou a Deus.
Conhecendo-o, acabei compreendendo o sentido da vida, a sua realidade, e o que ainda está por vir.
Quem era eu? O porque de estar aqui?
Vi então uma nova realidade bem distante dos demais, uma realidade espiritual, não mundana.
Que me instrui a respeito de tudo e que me ensina assim:
"Seja como o monte de Sião que não se abala, pois confia no Senhor."
Esta confiança, eu digo: -confiar mesmo, sem nenhuma mancha de dúvida, que tudo está exatamente
no lugar que deveria estar. Que, também, humanamente, somos natureza, nascemos e morremos como qualquer espécie.
A única diferença entre nós e o restante é o fato de termos capacidade para acreditar ou não, no
Deus verdadeiro, aquele que se nos revelou através de Cristo, ou continuar a viver as nossa dores sem esperança, acreditando em qualquer coisa, assim como Faraó acreditava em suas criações vazias.
Porque, o que me faz diferente é justamente esta fé, eu tenho um Deus vivo  e eficaz, razão deste prazer constante que não são como os prazeres passageiros do corpo, pois permanece em qualquer tempo ou situações, por estar enraizado no espírito que Deus me fez.
Este prazer constante ninguém acrescenta e nem me tira, pois já faz parte de mim.
Herta Fischer (hertinha)
















Nasceu comigo a esperança

Já costumava crer
antes mesmo de aprender.
Meus pés nunca vacilaram em
seus passos.
Sempre soube, mesmo sem saber.
Tenho um limite, ou melhor,
a vida me limita a ser quem sou.
Fui indo, assim como ainda
vou, seguindo rumo ao
paraíso que me espera.
Tem, eu sei! uma força superior
que me instrui, uma leveza que
me constrói.
Não pode ser eu, sou pequena
demais.
No que dependesse de mim, seria como
uma chuva que molha, só.
No entanto, não! Sou mais que isso,
Sou terra, sou mar, sou.. sou!
Sou a semente, sou a loucura de quem cresce
a noite, longe dos olhos que vê.
Não sou passageira de sonhos, sou o próprio
sonho que se realizou, que se permitiu
acordar, que vive, que se ambienta e se move.
Mesmo parecendo parada no tempo, o tempo
não me deixa para trás; vou com ele para
onde ele for.
E minha colheita é óbvia. Colho sem me cansar.
Nasceu comigo  a vontade, a força, a coragem, e nela
mora o que me faz feliz. Dentro de mim há o que espero
e o que quero, mesmo que meu querer de mim se distancie.
Como foi bom crescer, como foi bom descobrir as novidades
dos homens, os segredos da vida. o aconchego das horas
que tão mansamente descarta o vivido, para nos
manter com mais sede de vida.
Não é como uma rosa em seu jardim, esperando pelos
préstimos do tempo, não é como o jardim e suas rosas,
pronto para perdê-las.
Não! Não!
Nossas pétalas caem, assim como os delas, mas a
essência em si permanece no coração do criador.
A rosa se vai, seu tempo se finda e dela brota ela mesma,
Nós, no entanto, apenas dormimos para depois
despertarmos, talvez, um tanto melhor, um pouco
nós, mas semelhantes aos anjos.
Que obra magnifica somos , ninguém há como nós, entre
tantas semelhanças, entre tantas construções, somos
o que permanece imutáveis, indestrutíveis como
rochas de marfim, se realmente acreditarmos que existe
propósito por trás de tudo que vemos. A eternidade mora em nós.
Semeados na corrupção, colhidos na gloria.
Minha pequenez ainda não consegue absorver esta verdade, é magnifico
demais para mim, mas a alegria de saber, de crer que mora aqui dentro,
algo que me pertence além de mim, que me faz assim, tão distinta e
tão complexa ao mesmo tempo.
Como chega o sereno pela madrugada, não se vê nem se sabe de onde, mas vem,
Assim também é minha crença de que tudo faz sentido quando esperamos
em Deus. Ele virá e nos conduzirá a eternidade do Seu amor.
Herta Fischer (Hertinha)