um branco meio negro se vê ao derredor,
o céu e a terra repleta de neblina densa que sorri, meio
desapontada, para um lugar que pouco se vê.
Abraçando-á com seus braços de vento.
Os seres se escondem entre cobertas e roupas
de lã, desmaiando-se em sono.
O fogo a crepitar em brasas, a mansa labareda
esquentando o coração.
Poucos ruídos, vindo de longe, quebra o silencio
das horas, não se sabe se é dia ou noite,
ambas se deram as mãos.
Uma vontade de doce, a rodear, procura pelo
quente das coisas.
Sentimentos se afloram mais que todas as
vezes, o frio traz paz.
Aconchegado entre quatro paredes, em amor
se transforma, no carinho de corpos unidos,
numa junção de querer e poder, traz orações.
Chama-nos para a intimidade mais que qualquer momento,
como uma arruela e prego, se unem, para o
prazer de ficar.
O vento faz melodia para as árvores dançarem,
a chuva fraca acompanha o vento, deitando
seus pingos entre janelas.
Parece que Deus está descansando,
chamou seus anjos para o substituir,
e os anjos aproveitam para brincar
de trololó.
Usando a corrente de ar frio e a falta de sol,
para brincar de voar...
Hertinha Fischer
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