Por ti, por te, poteia, coisa de poeta português.
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Lá onde aconteceu
Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...
sábado, 19 de dezembro de 2020
Inexato sentir
Surdez
Ao som sublime do silêncio em
que meus ouvidos descansam.
Mergulhada na sabotagem dos olhos,
que apreciam e não ouvem.
Nem o bater das asas, nem os cantos serenos de sapos na madrugada,
nem as gotas que cantam no telhado, na seresta
da noite enluarada.
Toco a musica de minha alma,
lembrando letras tristonhas, já sem os acordes de violões
e guitarras.
Emudecidas e esmiuçadas dentro desse campo sem flores.
Foi-se o barulho das citaras, Foi-se o som que se ouvia.
Ainda vejo a figueira com seus frutos, o cipó que lhe abraça.
o balançar de suas folhas, só não posso mais ouvir
o canto que te faz dançar.
O tempo secou meus tímpanos, as cordas se esticaram a ponto
de rebentarem, os hinos, agora, são só barulhos indecifráveis,
os cantos, gemidos e confusão,
Figuras dançam sem musica, musica, só dentro do coração.
Hertinha Fischer
Viagem de rima
Pouco sei, pouco entendo, pouco faço.
sábado, 12 de dezembro de 2020
Oferta
Eu te ofereço sinceridade, mesmo que esteja na contramão de seus desejos.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Tempo para tudo
Alguém já viu o dia reclamar de suas vinte e quatro horas?
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
Gélido pensar
Entreguei-me ao acaso como quem brinca
de se dar.
Num ímpeto, emulsionei sonhos e realidade
que rapidamente se juntaram
como duas cordilheiras imponentes
que se ergueram no tempo.
E lá me ergui entre os nevoeiros
que não me abalam, em pico me desenha nas alturas
como um astro que sobrevive ao vento forte.
Empoleirei entre as pedras afiadas um dedal de esperança,
para que não houvesse abalo que me pusesse deslizando entre
geleiras.
Vinha um frio na barriga e uma fadiga ocultada,
de pedras e ar rarefeito de ilusão,
quase a circuncidar o coração.
Um branco de doer os olhos, essa mania de olhar descalço
Focar em nada, sem nenhum aparato que o protege,
só a imensidão de ladeira a desviar-se de si mesma,
descendo a ribanceira da vida que não dá trégua.
Num caso de acaso sem fim.
Hertinha
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
Balaio
Como a inspiração chega? Assim, como quem não quer nada,
entra e preenche o coração da gente.
O sol, que entra pela janela, sinistro, as vezes, mostrando os pós.
E aqueles pássaros que não sabem cantar, ensaiando cantos
enfadonhos.
E a guerra que se instala aqui dentro, em confronto com
o esperado e desejado simples das coisas.
E o velho tempo, já sem dente e doente, esperando por soluções.
E os morros, crescendo para baixo, como se comessem do próprio corpo.
E o vento, já sem sentimento, vem sem hora marcada sem
noção de sua força, arrasando tudo em sua frente.
E os homens, para mostrarem que tem poder, destroem sua própria casa.
E o mar, que nunca foi consumidor, a lidar com o lixo do consumo alheio.
E ainda eu, eu á refletir, sobre aquilo que não depende de mim.
Hertinha
terça-feira, 27 de outubro de 2020
Eu, a sombra e o suor
Com sacolas nas mãos, sacolejo
Em busca do Vale encantado
Nego-me três vezes nesse ensejo
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
terça-feira, 20 de outubro de 2020
Comemorando a escrita
Escrevo por que escrevo,
de escrever não tenho medo.
palavras que são remédios,
e tem muito que é placebo.
Tenho alma no coração
e luz nas pontas dos dedos.
Tem doce que nem açúcar
tem como limão, muito azedo.
Rimas, versos e poemas,
historias com muito enredo.
Escrevo com muita cautela
e, as vezes, muito me excedo.
Muitas palavras memoradas
em teclas eu sento o dedo,
As claras na consciência,
outras anuviadas feito bêbado.
Assim, curtindo a vida,
rápida feito um torpedo.
Algumas vezes com fú
ria, outras vezes, retrocedo.
Quando estou inspirada, escrevo,
e muitas vezes, fico chupando o dedo.
Hertinha Fischer
sábado, 17 de outubro de 2020
O pouco, as vezes é muito
Tive tudo para ser infeliz e não fui
Dentro de mim sempre brotava a esperança
como flor miúda, forte e hospitaleira.
Ainda em tenra idade, sai da roça,
onde meus pais nos criaram com a mesma
esperança que sempre me impulsionou.
Entre árvores frondosas plantei meus sonhos,
em caminhos poeirentos, cingi meus lombos.
A pobreza não me incomodava, pois nunca
nos provou a fome.
Sempre havia espigas na roça, um pé de alface a beira do rio.
A terra nunca foi nossa, mas, nos deu do que podia, sem cobrar um tostão.
Se faltava faltava água na bica, ainda sobrava chão.
Promessa havia de monte, alegria a brotar na fonte e
muita inspiração.
Entre a enxada e o capim, muita disposição,
para enfeitar as fileiras com a nossa plantação.
Hertinha Fischer
Sobre os trilhos da saudade
Saudade entra no peito
e fica incomodando.
Saudade, saudade,
em buraquinhos, sondando.
Rostos, sorrisos, companhias,
apenas perfumes exalando.
Frascos vazios, frestas na porta,
de vida que foi minguando.
Poeiras nas roseiras,
enquanto o tempo foi passando.
Só resta sombras e vultos
em vias que vou lembrando.
Da terracota, asfalto, de casa de madeira
á tijolo, meus pés vão desfilando,
Saudoso da aridez, agora na maciez,
choram agonizando.
A noite me traz lembranças
dentro do peito a agonia
de um coração sangrando.
Pelo que ficou para trás,
tempo que não volta mais,
sigo em frente chorando.
Uma saudade palpável
que só me faz bem lembrando.
Hertinha Fischer
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
Banzo em fresta
Ah, as velhas amizades, parecem novinhas em folha.
sábado, 26 de setembro de 2020
Orbitando
Cabe a mim, deslizar pela vida
sem medo de viver.
Lançando fora todo medo e preocupação,
por que tudo se realiza como um botão de flor
desabrochando na primavera.
Hoje, descobri que tenho forma, sou visível
no real.
Sou como máquina compondo tempo,
que em seu tempo faz e desfaz.
Vai aproveitando o bom vento, plainando
nas alvoradas, satisfeita em si mesma.
Colhendo o melhor á derredor, somando franquezas.
Faço parte, assim como todas as coisas no espaço,
sem embaraço.
Consciência pura, resistência ao máximo.
Ha um universo paralelo aqui dentro,
com seus sóis, luas e asteroides.
Compondo-se em ondas lúcidas, traçando o caminho
das luzes que derramo.
Um planeta em sua órbita perfeita, rodeando
o céu por anos a fio, se alimentando de sua capacidade e
velocidade.
Aproveitando a vida nos momentos e momentaneamente
satisfeita em existir.
Hertinha Fischer
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
Autarcia
terça-feira, 8 de setembro de 2020
Amor negado
Quando a lua conta suas histórias
de penumbras e sombras
ao ver seu sol de longe á suspirar
em seus desejos.
Posposto
Laranjas dormindo entre folhas
amareladas de pó, ao longo das estradas
quietas e quentes.
Lá que olhos de ventos por elas passam
e se apressam em não ver.
Se distanciam sem apreciar o gosto
maduro de suas pupilas dilatadas
de paixão, suspense e doçura.
Morrem em solidão apodrecida de
sucos mornos, amargadas pela
ação do terrível tempo sem colheita.
O sol que por ela se derrama sem piedade,
a noite, que, por fim, da-lhe uma trégua,
sem, no entanto, lhe conceder um frescor.
Pouco tempo se lhe seguram as cordas,
até que se espalhem ao chão.
As cores amareladas as abandonam,
até que fiquem marrom.
E o calor as consomem, de suculentas a seca
tornam-se nada outra vez.
Herta Fischer
terça-feira, 1 de setembro de 2020
Somos fonte de lucro fácil
Todo dia é assim: Só mais um!
Gente que se levanta para trabalhar
gente que se levanta para folgar.
Só os pássaros são incansáveis em seus cantos.
mesmo diante de seus desencantos.
Não vejo a hora de sair daqui, ir para um lugar
onde não exista essa fome de existir de
qualquer jeito.
Talvez precisemos mesmo do instinto mais
do que a inteligência da qual pouco usamos.
O instinto faz com que busquemos o necessário,
a inteligência amontoa para estragar.
Será que precisamos mesmo de tanta tecnologia?
A tecnologia não está preocupada com o bem estar comum,
ela visa status. querendo conhecer para entender ou mudar?
Mudando tudo como se pudessem resolver todos os problemas existentes,
sem perceberem que só aumentam.
Seria tão mais simples conservar o que já estava feito, mas,
preferem fazer de qualquer jeito para durar pouco e venderem mais.
Negócio lucrativo é no que nos transformaram: doentes e neuróticos!
Hertinha Fischer
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
Nos braços do tempo
Amo falar de mim: do tempo, das escolhas
que não fiz, das derrapadas a sós, dos desalinhados sentimentos
enquanto buscava pela alegria, das descobertas, das frustrações
de alguns passos dados no escuro, enfim.
Havia uma ladeira ante meus olhos famintos, encobrindo
um céu azul que se estendia la pras bandas do inconsciente.
Cada etapa que se desenhava, logo perdia a coloração, quando
o coração ansiava por novos horizontes.
Um deslumbrar ao deparar com a novidade, motivação
de cada instante, que após, anuviava num desaquecer intenso
de novo ego.
Quantas andanças no despreparo, quanta esperança em sonhos despertos, que
acabava logo ao anoitecer.
Novamente o tempo da candura, do desejo de posse, alienada alegria do nada no
crescimento, mais ilusão que ventura.
O tempo, que igual enxurrada em dias de chuva forte,
carrega em seu lombo, objetos jogados ao léu, para depois encurralar
em uma ponte qualquer, me levou em seu leito, até que restasse
apenas algumas lembranças retidas em algum canto de memoria.
Sigo meio que lenta, depois do desgaste, meio que ofuscada por
uma luz que sequer brotou em mim.
Resta apenas a penumbra, quase que morta, de algumas cicatrizes
no joelho, de alguns rabiscos românticos, de algum amor que passou.
Hertinha Fischer
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Oração do dia
Pertenço ao dia
terça-feira, 18 de agosto de 2020
As amarras da criação
Houve um tempo em que guardava todos meus sentimentos
dentro do peito, até que se transformasse em lágrimas.
Tinha uma extrema dificuldade de transformar agonia ou felicidade
em palavras.
Isto era desgastante demais em meus dias, um medo intenso de
dizer o que pensava por medo de machucar, sei lá!
Meus pais eram muito fechados, nos transmitiam apenas sentimentos de frustrações
decorrente de nossa criação,
Quase não se falavam.
A unica forma que eles achavam para transmitir algum sentimento
era a disciplina com que eles mesmos tinham ou conheciam.
Trabalhar e obedecer era uma meta incansável em nossos dias.
Talvez seja por isso que aprendi a fazer coisas só para mim,
as escondidas planeava algum sentimento,
e ao ver dos outros, parecia não ter nenhum.
Quando me realizei como mãe, enfrentei um medo danado de não
conseguir ser igual a eles, porque achava que aquele comportamento
era padrão.
Meu filho mais velho enfrentou alguns deslizes meus,
em relação ao que esperava dele, e não ao que ele podia ser.
Após muitos anos vividos, fui, aos poucos, perdendo um pouco
do medo que me seguiu ao longo tempo, E comecei a dar os
primeiros passos em direção da emancipação.
Aprendi a falar de mim, das coisas e fui entendendo um pouco da vida.
Vi, que, precisamos mesmo de ponderação ao falar, mas,
que, para transmitir algo para os outros, temos
que abrir o coração.
Ainda é difícil não corresponder as expectativas dos outros,
muitas vezes me sinto frustrada á esse respeito, sinto
que as amarras vão se destruindo aos poucos, e que, talvez, um dia,
elas me soltem totalmente.
E só então me sentirei livre.
Hertinha Fischer
domingo, 16 de agosto de 2020
Tudo é sentimento
Hoje eu reflito sobre sentimento.
O que é sentimento?
(aptidão para sentir, disposição para se comover, se impressionar, perceber e apreciar algo etc.; sensibilidade.)
Tem a ver com sentir, mas o sentir não pode ser palpado, nem visto, a não ser que seja descrito, ou
colocado em prática.
Ninguém sente desejo, sem qualquer motivo para realizar, seja bom, seja ruim.
Ninguém vê o medo, sem que haja um objeto que seja a causa, muito embora, muito da causa nem exista.
Por isso o coração é o órgão que expressa amor, Ele ( o coração) é o encarregado superior da vida, e o amor é vida.
Sem a vida o amor não existe, porque, sem a vida não pode haver sentimento, o sentimento é a expressão máxima de tudo que existe.
Dentro da semente há uma expressão de amor, dentro do mar há uma expressão de amor, assim como dentro da terra.
O núcleo da terra é fogo, não é um fogo ao acaso. Existe para uma finalidade, Essa finalidade é amor.
Ha um sentimento em tudo que existe: O sentimento da chuva, do ar, do vento, da cor.
A utilidade é um sentimento, a inutilidade também. O concavo e o convexo.
A preguiça é um sentimento de impotência, sinal de um sentimento de doença, de falta de energia vital para um sentimento em relação ao trabalho.
O próprio Deus é um sentimento, sem o sentimento de amor, não podemos vê-lo. Sem um sentimento de bondade, de bem-querer não podemos tocá-lo.
Sem Deus, derrapamos em um sentimento de ego: voltado para nós mesmos, para tudo aquilo que nós fazemos e sentimos, negando o sentimento alheio.
Foi um sentimento de poder que tudo criou, um sentimento de querer que tudo fez, um sentimento de amor que pôs tudo a funcionar.
O sentimento é maior que a razão, porque a razão depende do sentimento para realizar o certo. E o certo é o maior dos sentimentos que dá a razão o verdadeiro sentimento que começa no amor.
Hertinha Fischer
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
Por quê de ser
Hoje é hoje novamente,
saúdo mais um dia que me aquece.
Entre nevoeiros que me encobre a visão
e luzes fugaz no coração, sou mais
sentimentos que emoção.
Tenho que sobreviver ao acaso, entre o
eu e o que sobrevêm.
Sou o querer sem querer, mudo em miúdo desdém.
Se me abre em possibilidade o dia,mas, diante da impossibilidade
do poder, escuto as vozes do silencio que me corrói.
Meus pés em desalento retrai.
Queria ser borboleta amadurecida de asas abertas, a metamorfose
incerta me trai.
Não ser eu, qual a novidade?
Se tão eu sou eu.
A vontade me limitou, a bondade não me visitou,
sigo meio que viva e morta, ante a vida que sou.
Hertinha Fischer
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Somos todos sertanejos de sonhos
quarta-feira, 29 de julho de 2020
Desabafo
domingo, 26 de julho de 2020
Poetizando-me
quinta-feira, 23 de julho de 2020
O mundo que desconhecemos
quarta-feira, 15 de julho de 2020
Cegos dirigindo cegos
terça-feira, 16 de junho de 2020
Conformidade desconforme
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Estou aqui a pensar em escrever mais um poema, assim, como qualquer trovador, que busca em seu mundo, palavras que designem um...
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Difícil imaginar plantando aqui e colhendo lá. Aonde se planta é aonde deve-se colher. Ignoro, as vezes certos conceitos de que depois q...
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Na constância desses meus dias, passos e mais passos não contados. Muitos. Sem freios em meus devaneios. Esporeio. Fui meio que trôpega, s...