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Luz azul

  Quando olhava o que ele fazia, ficava extasiada. Era capaz de fazer qualquer coisa andar, especialmente, quando manejava seu tempo. Era me...

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Apenas um flor

Há quanto tempo estou aqui. Já perdi as contas das
vezes que dormi e sonhei.
Montada no cavalo do tempo, esporeio! Que
em disparada ,me leva para algum lugar.
Sei que um dia, eu me torno
para os outros, apenas saudade.
Talvez por algum tempo, ainda se lembrem de mim,
até que de mim, esqueçam para sempre.
É simbólico a minha presença, apenas fumaça
a desvanecer.
Enquanto o fogo queima, ainda se tem lembrança, depois que ele
se apaga, só o cheiro de fumaça fica no ar.
No pequeno vale, uma flor. nem olhos para ver, nem ouvidos
para ouvir. Apenas uma flor.
Se abre sobre a magia que passa, se faz sobre o encanto do ar,
porém ao findar seus dias, apenas um vale vazio se vê.
A terra sofre a perda, mas não se dobra a sofrimento, logo
se levantará e fará novamente em seu lugar, outra
flor a desabrochar.
E de flor em flor pratica a divindade, e cada vez mais
 diversifica  sua criação.
E neste belo ciclo, sobre o sol de janeiro a dezembro, se abre.
Faz-se então, leque de esperança, como um belo arco-íris enfeitando o céu.
Amo fazer parte. Estou aqui...Digo eu!
Tenho consciência até certo ponto, e lembranças retroativas, quase nada.
Só resquícios de um pequeno espaço, onde brotou em encantos uma
pequena flor num certo jardim. E viveu, e sofreu, mas deixa em seu lugar
boas sementes para continuar.

Herta Fischer



segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Estou exatamente onde mereço estar

Não vão pensando que em minha vida só existe felicidade!
Eu faço minha felicidade,  faço minha alegria,
não me importo com o que acontece la fora, Sou mais eu.
Se chove la fora, eu me aquieto aqui dentro, quando em
nosso coração existe calmaria, a gente não se importa
com os vendavais.
 Quem me conhece, ou me conheceu, sabe do que estou falando.
Nunca fui "Maria vai com as outras" Nunca me confundi com
atitudes que não eram de minha responsabilidade, Nem tampouco
me investi contra atitudes alheias. sempre procurei entender, mais que criticar.
Se alguma coisa não me faz bem, eu apenas me desvio, Sei diferenciar remédio
de veneno.
hoje, mais do que nunca, já amadureci muito, não fico ilusionando uma
vida fora disto que estou vivendo. Aprendi que da vida, só podemos desfrutar
do que é nosso, e se o que tenho, não consegue me satisfazer, não será
mudando, que me sentirei melhor.
As vezes me sinto abatida e triste pelo tédio de mulher casada,
 com tantas responsabilidades e tantas renúncias. Quando isto acontece, eu paro,
olho para traz, e revejo as pegadas que me trouxeram até aqui.
Tantas coisas pelo qual passei, tantos lugares onde não fui aceita, tantas feridas
me foram abertas, que até já perdi as contas. Quantas pessoas que eu amei,
e que, por um motivo ou outro, me deixaram sem se preocuparem com meu sofrimento.
Então, depois dessa reflexão eu vejo o céu se abrir e dentro dele esta a minha segurança.
Não precisa ser diferente, apenas  precisa ser aceita na forma que é. O meu amor esta aonde estou,
e a minha vida caminha sobre este amor. E este amor é a razão do meu bem estar.
Estou no lugar em que devo estar, vivo entre as pessoas que querem estar do meu lado,
Eu sou uma razão, um meio, um dever dentro daqueles que me fazem importante, e
sendo importante neste lugar, então, este lugar é o paraíso. E o paraíso... meu lar!
Herta Fischer






Ensaboando meu cavalo

Aos seis anos de idade, eu ainda não conhecia cidade.
Vivia como se só existisse mato e nossa pequena casinha de pau-a-pic.
Eu amava o meu lar. Tudo muito simples.
A cozinha com uma fogão a lenha, uma mesa e um pequeno armário.
Na sala tinha apenas uma mesa e quatro cadeiras.
Nos dois quartos, o meu e de meus irmãos, apenas uma cama de casal para as meninas,
uma cama de solteiro para meu irmão, e no quarto do meus pais,
um guarda-roupa velho e uma cama.
Este era o nosso mundo.
Lá fora a mais perfeita casa que Deus nos deu.
Árvores frutíferas e imensas carreiras de bananeiras dos dois lados,
 formando um imenso corredor que nos levava a estrada.
Lá eu fui feliz.
Esta história começa num dia muito bonito, quando minha mãe disse
que no dia seguinte, ela me levaria a cidade.
Passei a noite em claro, só na expectação do passeio do dia seguinte.
Levantamos ainda no escuro, e sobre uma luz fraca de lamparina, nos
arrumamos.
Meu pai encilhou o cavalo Lebuno, colocou dois sacos vazios, um amarrado
no outro e o dispôs sobre ele.
E lá fomos nós!
Eu acredito que, para chegar a cidade, levava umas quatro horas de caminhada,
a distância era mais ou menos uns dezoito quilômetros. E fazíamos a viajem a pé.
Íamos quase sem falar. Meu pai puxava o Lebuno pela corda, na frente, e atrás, eu e minha
mãe os acompanhava em silêncio.
Eu acho que meu pai não subia no lombo do Lebuno, para poupá-lo, afinal, ao findar do dia,
ele traria em seu lombo, a compra do mês.
Eu andava e olhava por todos os lados, ia absorvendo a paisagem. As vezes o caminho era leve, uma
estradinha de terra com todos os tipos de vegetações de ambos os lados.
Porém, as vezes só conseguíamos ver imensos paredões que cercavam os dois lados da estrada.
E foi numa desses trechos que eu comecei a sentir dor de barriga.
Eu olhava para cima, e pensava: Não dá para escalar, é muito íngreme!
E agora? Como dizer para os meus pais que eu precisava ir ao banheiro!
Tudo bem, na minha casa, não tínhamos banheiro, mas havia muita vegetação rasteira, e
a mata era limpinha por baixo das árvores. Mas, onde eu estava, ou eu fazia minha necessidade
na estrada, ou escalava o morro, mas isto era impossível de se imaginar.
E a coisa ia apertando cada vez mais, e eu dizia intimamente: eu consigo andar até encontrar um lugar melhor!
Porém, aqueles paredões não tinha fim.
A dor tornou-se insuportável a tal ponto, que eu me imaginava fazendo a necessidade fisiológica
a beira do barranco, e ao mesmo tempo, pensava: A não! E se aparecer alguém, eu morro
de vergonha. E continuava.
O barulho dos cascos do cavalo começava a incomodar, e de repente, não mais aguentei:
Fez Ploft!
Ai, que alivio, mas encheu minhas calcinhas! Então comecei a andar meio com as pernas abertas
e o monte de coisas ia revirando de um lado para o outro. Ninguém percebeu!
Só que, o destino das crianças as vezes é cruel, e meu pai parou a alguns metros á frente, ao
alcançá-lo, ele simplesmente me segurou pelas axilas e me colocou montada na traseira do Lebuno. Por pura sorte, ele não me colocou sobre o arreio, pois ai, seria morte para mim.
O bumbum do cavalo ia rebolando: Para lá, para cá, para lá, para cá...Imagine a cena! É...Literalmente tomando banho de merda!
Demorou um pouco, até que meu pai resolveu me tirar de lá, para que o Lebuno pudesse descansar.
E quando me tirou... imagine o que aconteceu?
O bumbum do cavalo estava amarelado! Parecia que tinha sentado na lama.
Por misericórdia, meu pai não me bateu, apenas com certa surpresa no olhar retrucou humildemente:
-Você cagou no cavalo?
Eu olhei para ele com meus olhinhos amendoados, quase que inexpressível, como
se não tivesse culpa de nada.
Minha mãe me olhou horrorizada me perguntando; - E agora? E eu mantive minha boca fechada!
Chegamos numa clareira fechada por vegetação rasteira, tinha acabado a estrada, agora caminharíamos apenas por um trilho.
Ela me escondeu atras de alguns arbustos, tirou minha calcinha e jogou fora, me limpou com folhas,
e prosseguimos viagem.
Como já era de costume, logo esqueceram daquele episódio triste, e ninguém mais falou no assunto.
Chegamos a cidade. Meu pai amarrou o cavalo num poste um tanto longe do centro. fizemos as compras e voltamos a pé para casa. Agora sem maiores incidentes.
Graças a Deus, tudo só ficou gravado na lembrança, e quando conto o episódio, agora é só
motivos de riso.

Fim

Herta Fischer




Um ótimo final e um excelente começo

hoje, especialmente eu vim
para desejar um ótimo final de ano.
Que a esperança continue sendo a meta
para o ano seguinte.
Que nós possamos acreditar mais em nossas
realizações, com muito trabalho ao invés de
apenas esperar.
Que nossas mãos não sejam preguiçosas,
que a nossa mente esteja sempre revigorada
pela força de vontade.
Não precisamos esperar pela realização governamental,
nós podemos cuidar do país que é a nossa casa.
Começando por não reclamar tanto.
Como já disse em alguns post. Se todos mantivermos
a nossa calçada limpa, logo teremos uma cidade limpa.
Assim também em nossas atitudes, mantendo o semblante
sereno e alegre, logo, todas as faces iluminam.
Que cada um, ao invés de reclamar, faça a sua parte,
que possamos deixar de lado as desavenças e nos unamos em amor.
Não sejamos raios e trovões, sejamos como chuva fina e refrescante em
todos os nossos atos.
Que a família esteja unida num mesmo parecer, sobre os mesmos propósitos,
ou seja, a felicidade e o bem estar de todos.
Eu já aprendi a me controlar em muitas coisas, deixo meus entes
queridos livres, e eu sigo sem muitas preocupações, mesmo por que
não posso amarra-los ao meu colo, nem livrá-los de passar pelo que
eles tem de passar. Só na confiança, para preservar tanto a minha saúde,
quanto a saúde de todos.
No mais, aproveitem o baú de bençãos que chega
de graça em sua casa todos os dias. Abra-o e espalhe por onde for.
Deus é conosco. Em Seu Filho nos prepara para toda boa obra!
Amem!

Herta Fischer.



domingo, 28 de dezembro de 2014

Nem tudo que parece é

Eu tinha naquela época, pouco mais que doze anos,
morava no sitio, poucas vezes vinha para a cidade.
Até que um dia, meu pai resolveu me levar com ele a cidade, disse-nos que
chegara a cidade um profeta (falso).
Minha mãe ficou excitada com a possibilidade de sair de casa, de fazer algo diferente,
 então, com
muito gosto nos preparou com a melhor roupa.
Chegando ao local de culto, observei um palco enorme, localizado a um canto
 de um terreno baldio, Tinha um bom espaço para abrigar multidões.
Ouvimos então o sermão, que nos deixou emocionados. era lindo poder ouvir
a voz de Deus.
Depois do sermão, cantavam hinos, louvando ao Senhor e incentivando-nos
a amar.
"Não importa a igreja que tu vais,
se atrás do calvário tu estás,
Se o seu coração é igual ao meu,
Dá-me a mão, e meu irmão serás."
Era uma loucura, sons de muitas vozes que arrepiavam. Por várias vezes vi meu pai enxugando
lágrimas,
Bom, depois de louvar, admoestar e efetuar algumas possíveis curas, um coador enorme
aparecia no meio da multidão: Hora de colher ofertas. E cada um fazia a sua oferta conforme
podia.
Algumas semanas se passaram. Meu pai não perdia um só domingo, mesmo com
uma certa dificuldade no transporte, pois o útimo ônibus que saia da cidade rumo ao bairro
mais próximo do nosso, saia as dez horas da noite, se perdêssemos esse ônibus, só no
dia seguinte de manhã.
Então, muitas vezes saíamos antes do culto terminar.
Depois que descíamos do ônibus, ainda tínhamos que andar pelos cinco quilometros
seguintes, a pé, e no escuro.
Como éramos de uma família simples, não tínhamos nenhuma consciência de maldade
dentro da gente. Meu pai era um lavrador, só  tinha conhecimento da roça. E de gente? muito pouco1
Então, dentro do nosso mundo não havia mente doente, todos honravam o seu bigode, como diziam
por lá, naquela época.
E foi assim, que meu pai ingenuamente fez uma certa amizade com o Tal missionário, como ele
se autodenominava.
E o tal, percebendo nossa simplicidade, pediu para meu pai  me emprestasse a ele, a fim de que pudesse cuidar de sua esposa, que também cozinhasse e limpasse a casa, já que sua esposa não estava
apta para realizar tais tarefas.
E meu pai me levou até a sua casa, e lá me deixou.
Eu tinha tanta vergonha de estar num lugar desconhecido, tendo que andar por uma casa que não era minha, e ainda ser dirigida por gente estranha. mas, enfim, eu não podia negar ao pedido de meu pai,
mesmo porque era proibido desobedecer tais ordens.
Fiquei por lá durante algumas semanas, mesmo porque, pouco me era exigido. Se me lembro bem,
eu nunca vi a cara da esposa do tal homem, minha estadia se limitava a limpar a casa á meu modo,
cozinhar coisas simples e no final do dia sentar num sofá e assistir novela, para
depois deitar-me num sofá e acordar no outro dia para fazer as mesmas coisas.
Porém, logo as coisas mudaram. Quando eu sentava no sofá para assistir televisão, o missionário
colocava os pés sobre meu colo. Eu ficava totalmente sem jeito, mas não falava nada. isto aconteceu porque chegou na casa um irmão dele, e ele, talvez para se mostrar ao irmão começou a cometer
seus delitos, mostrando quem realmente ele era.
Eu ficava muito assustada, ninguém até então tinha me desrespeitado,  e eu não sabia o que fazer.
Então, ficava quieta, como se não tivesse acontecendo nada, e isto o incentivou a fazer coisa pior.
Eu achava estranho que sua mulher nunca tivesse mostrado a cara. Sabia que tinha alguém no quarto, mas esta pessoa não saia por nada, nem para tomar água.
Porém, num certo dia, eu passava pelo corredor, como fazia todos os dias, pois o tanque para
lavar roupas ficava ao lado do quarto do casal, e constantemente mantinham a porta fechada.. Este quarto ficava no andar de baixo, enquanto que a cozinha e a sala ficava no piso superior, dando acesso para a rua. Só que para alcançar o tanque, eu tinha que descer uma pequena escada até alcançar o corredor, onde ficava não só o quarto, mas também o banheiro e a lavanderia.. Antes
de começar a escadaria tinha um patamar, onde ficava um armário que eu guardava minha poucas roupas, e a frente, quase ao pé da escada eles deixavam uma caixa de bebida a base de chocolate dentro
de pequenos frascos de vidro, e eu amava aquela bebida. de vez em quando, ao me encontrar sozinha,
eu abria uma garrafinha e me deliciava com o sabor doce da bebida.

Bom, isto não vem ao caso, Como estava dizendo: Eu desci a escada naquele dia e vi a porta do quarto aberta, estava na casa apenas eu, e ao passar pela frente da porta, eu não resisti, minha curiosidade era tanta, que arrisquei uma olhadela.
Me surpreendi ao notar uma bela moça de olhar perdido, mais parecia uma boneca de porcelana,
tão alva e desbotada por não tomar sol, completamente nua.
Ele a mantinha trancada em seu quarto, eu acho que era consensual, porque ela podia ter pedido socorro, afinal não estava sozinha na casa, eu estava lá, e seu marido pouco ficava em casa.
Naquele dia eu fiquei tão nervosa , que não parava de me perguntar o que realmente estava acontecendo naquela casa? E o pior, eu estava ali, completamente vulnerável, não conhecia o local,
não sabia voltar sozinha para casa. Estava completamente amarrada pelos pés.
Eu não sabia se meu pai continuava frequentando aos cultos, eu também me tornei prisioneira daquela casa e daquele misterioso homem. Ele nunca pediu para que eu saísse, nem para comprar o que faltava, ele se encarregava de tudo.  E eu, como uma cordeirinha, não tinha coragem para enfrentá-lo, fui criada para obedecer, não podia abrir minha boca, estava a mercê do destino.
Meu pai nos ensinara a não contestar, sua palavra era lei, ou a gente obedecia, ou sofria as consequências, geralmente, com o que ele tinha nas mãos, cordas, varas e até com cintos na bunda.
Eu vivia com medo de tudo, até dos pequenos delitos que como criança cometia.
Continuando: sempre que ele estava em casa, e eu sentava para assistir televisão, ele continuava descansando seus pés em meu colo, eu ficava tremendo, mas não tinha coragem para falar o que eu estava sentindo.
Até que numa noite, eu já estava deitada sobre o sofá, que passou a ser minha cama até então. este sofá ficava em um canto da sala, quase perto da porta de entrada.
Eu ouvi passos na escada, não fiquei preocupada, era domingo, e provavelmente, ele estava indo trabalhar.
Cobri a minha cabeça com o lençol, como que, para esconder-me. Ele passou e retirou o lençol, e ainda no escuro me fez um estranho pedido: -Olha eu vou descer, depois de algum tempo, você bate palma, vai até o patamar da escada e me chama, diz que alguém esta querendo falar comigo.
E assim eu fiz! Sem desconfiar de nada, pelo menos não queria acreditar, pois meu coração acelerou parecendo
que ia sair do peito. Como que ja se preparasse para o que viria.
Ouvi nitidamente ele abrir e fechar a porta do quarto, subir vagarosamente as escadas, percorrer
a cozinha e entrar na sala. Então abriu a porta da sala, falou alguma coisa para simular a presença de alguém e fechando-a novamente, deitou-se comigo. Virei uma estátua de pedra, não conseguia me mexer, então começou a me beijar na boca e se esfregar em mim, e eu sem reação.
Por pura sorte, ou ação de Deus ao perceber a minha agonia, um ser revoltado apareceu para me tirar daquela miséria de situação., a meia luz, quase que parecendo um fantasma, um vulto de menina lançou uma garrafa na parede fazendo um barulho de cacos deslizando sobre os degraus. E vei outra e mais outra, e o homem saiu de cima de mim, e ficou tentando se defender das garrafas voando para todos os lados.
Ela chorava e nada dizia, apenas lançava as garrafas contra a parede e despedaçava-as como se fossem seu próprio coração a sofrer.
Eu estava atônita, com muito medo, agora dos dois lados, medo que ela me matasse, ou que ele para defender-se falasse que eu era culpada, que eu o incetivara, e que ele como homem, não resistiu.
Antes de colocar a mão nela, ele ainda fez um último pedido:
-Tenho que acalmá-la -ele disse. Vá até o local do culto, vá correndo, estou atrasado, diga-lhes
que houve um contratempo, que vou me atrasar um pouco, enfim,, fique la até eu chegar. Entreta a plateia!
Mais que rapidamente, eu sai correndo daquela casa, não sei como minhas pernas obedeceram, sei que cheguei ao lugar quase sem fôlego.
Lembro-me de subir no palco, de balbuciar algo como, ele se atrasa, mas chega, e comecei a cantar:
"Desta água quem quiser beber,
só a Cristo deve recorrer,
outra água nos fará perecer,
só a de Jesus nos fará viver."

"Não importa a igreja que tu vais...."

E o povo a cantar comigo, mal sabiam que por dentro eu estava inerte.
No meio de alguma canção, ele chegou, E eu sai! Desci e caminhei até a casa, deitei-me, pois estava
tudo quieto, não consegui dormir, vi quando ele chegou e desceu as escadas pisando nos cacos que estavam por todo lugar, não sobrara nenhuma garrafa inteira para contar a história.
Pela manhã, antes mesmo que o galo cantasse, peguei meus poucos pertences e fui para a
rodoviária, por sorte, achei algum dinheiro espalhado pela casa, apenas o que pagava minha passagem
para casa, não podia voltar a pé.
Tomei o ônibus quase como um autômato, e quando cheguei em casa, ninguém perguntou nada.
Não sei por quê? Eu também nada falei, mesmo quando minha irmã mais velha me achou chorando atrás da casa. depois de muita insistência da parte dela eu apenas balbuciei. Ele tentou me violentar.
E foi só, nunca mais se falou sobre o assunto, e esta história morreu comigo.
Nunca mais ouvi falar neste missionário, nem por parte do meu pai, que nunca tocou nesse assunto.
E eu aprendi que, não devemos confiar em ninguém a não ser em nós mesmos. E olha lá!
Fim....
Herta Fischer








Limites

Eu ouço muito falar em sofrimentos, em não
realizações de todos os sonhos.
Pedem para acreditarmos mais em nós, e
nós, o que fazemos?
Estamos de olhos nos outros.
Achamos mais competência nos outros do
que dentro de nós mesmos.
Sempre procurando mudar no outro aquilo que nos
desagrada. E o que nos desagrada  em nós, vamos acumulado,
até que se derrame. Depois lavamos os excessos com lágrimas.
Muito mais fácil seria fazer uma aposta, apostar na nossa capacidade,
procurar num primeiro momento, investir na vida profissional, para depois, então, pensarmos em constituir família.
Só que somos acostumados a colocar o arado adiante dos cavalos, como se o arado tivesse
capacidade de puxá-los.
Logo que nosso corpo se apronta para sensualidade, já nos julgamos aptos
para procriar, só que isto serve para animais e aves, não para os seres humanos.
Para os animais é só fazer e deixar a mercê do tempo.
Para as aves é só alimentá-las até que consigam voar. Se morrem, ela simplesmente
arranja outro parceiro e tudo recomeça. É só um ciclo, não envolve sentimentos profundos.
Agora, em se tratando de humanidade, temos que pensar no aconchego, na sobrevivência, tanto
de um quanto de outro, na educação, na saúde mental e psicológica dos filhos. Em não deixá-los
sobre circunstância alguma, dar todas as condições necessárias para torná-los aptos para viverem em sociedade.
É tão complexo, que de tão complexo, quase ninguém pensa. Quando percebe já concebeu a criatura,
e ai? Não tem mais volta.
Então a coerência nos diz: Toma cuidado!
Primeiramente pense na construção do melhor ninho, na sua própria condição para levar seu projeto adiante para que tudo dê certo. para depois pensar numa parceira(o).
Estou rindo por dentro. Isto é o que os homens atuais não fazem. Eles só querem diversão, não
levam a sexualidade a sério. Só o prazer do momento.
E são as criaturas inocentes que sofrem, enquanto os marmanjos irresponsáveis tentam se safar
da responsabilidade de assumir aquilo que eles mesmos quiseram fazer.
E o que é pior, as mulheres são tão irresponsáveis quanto os homens, se dão sem o menor constrangimento, como se sua vida dependesse disto. E depois recorrem a justiça a fim de
provar quem é o pai.
Ah! Faça-me o favor! Cabeça não foi feita para aparar cabelos e faces bem cuidadas, Cabeça foi feita
para pensar, refletir e ponderar. Não se ofereça a um monte de merda, ofereça-se a uma melhor fonte,
de preferência quando a fonte oferece boa água. A saúde da vida agradece!

Herta Fischer.



Minha felicidade depende da sua

Pode parecer besteira procurar por paz e segurança num
mundo falido e desonesto, mas um bom homem sabe ser
possível quando quer e batalha pela sua vida.
Vive ansioso para alcançar  a plenitude até nos piores
momentos. Durante todo o tempo deseja ser um principe.
Amontoa pedras uma sobre as outras,e neste espaço criado, vai
na esperança de poder ver com mais clareza o outro lado.
Assim é quem crê.
Nunca se afasta do que quer, por mais duro que seja a peleja,
já conhece suas armas.
E as usa com o coração, sem querer controlar o tempo.
Vai cancioneiro de vitórias, vai cantando suas súplicas ao vento,
até que ele te ouça e lhe traga o que pedistes.
Treine para ser piloto de suas próprias asas, plane sobre as correntes
marítimas da sua história, não temas.
Seu Deus é quem comanda, Ele te dá controle sobre o que irá acontecer.
E mesmo que você esteja nas mãos do acaso, não haverá nada que te derrube,
E se por ventura num dia desses suas pernas te enganar, e trôpego te levar
ao chão, mesmo assim, Ele será teu solo, e na maciez do amor maior, descansará.
Amo citar minhas experiências, mesmo dentro de uma pobre poesia, pois
meu dia é como um diálogo, entre eu e eu.
Ouço lá fora pássaros conversando entre eles, não os entendo, mas sei
que estão chamando uns aos outros para louvar.
Nuvens brancas se postam como se enviando alguma mensagem, fazem
do céu algo bonito de se admirar.
Em meu lar, todos estão conectados de alguma forma em si mesmos, cada um
em seu canto, administrando seu tempo, cada um á sua maneira.
E eu, cada vez mais solidão, cada vez mais entranhada numa esperança de felicidade,
porém, a minha felicidade depende do haver felicidade entre os meus.
Como é difícil compreender certos sofrimentos na juventude que só é feliz quando
tudo se faz conforme os desejos.
Como nos deferimos uns dos outros, a minha maneira de sentir não condiz com a maneira de
sentir dos meus familiares.
Eu sou mais ação que desilusão, sou muito mais aceitação, do que entravar discuções
onde não se aproveita nada.
Deixo o dia me guiar com sua luzes, e procuro estar satisfeita com o que vem. Se sol,
me aqueço, se chuva, me molho, se nuvens, me entrego.
E assim se completam os meus dias, mais para crescer do que propriamente para criar
obstáculos para mim mesma.
Deixo livre os que comigo andam, se querem seguir mais devagar, diminuo meus passos, se querem disparar, viro ventania.
E assim mais que todos eu sofro, porém, quando todos estão satisfeitos, eu também me entrego a satisfação de seus sorrisos.
 Meu querer está vinculado a satisfação dos outros, e é assim que me sinto bem...

Herta Fischer.












sábado, 27 de dezembro de 2014

Não ha mais porque chorar

Eu gostaria muito de contar uma história fenomenal, onde as
pessoas só se dão bem, onde não exista nenhum empecilho
a perseguir-nos, só a bem aventurança e a riqueza.
Eu gostaria de dizer que nada contrariará os seus desejos, que
o que desejar lhe cairá nas mãos.
Eu gostaria de dizer-lhe com toda certeza, que viverá um grande amor, tão
grande quanto os contos de fadas. E que será feliz para sempre.
Que o envelhecer lhe sera como muitas bençãos, nunca adoecerá.
Gostaria mesmo de dizer que quando morrer encontrará com seus entes
queridos num lugar especial, que estes lhes ensinarão muitas coisas, e
que você ainda poderá continuar fazendo o bem depois de morta(o).
Terá acesso a tudo que aqui deixou e que, de alguma forma,
poderá interferir nos acontecimentos mesmo que não mais faça
parte dos que ainda aqui vivem.
Que você poderá lhes escrever cartas através de outra pessoa e ficar
enviando mensagens psicografadas.
Eu gostaria mesmo, de poder acreditar que tudo isto é verdade, mas, não posso.
Seria como espalhar um consolo que não existe, seria como enganar e mentir para
que não sinta tão mal com a perda, que de antemão já fostes inteirados(as). Nada
é definitivo, e a morte do homem nada é, a não ser comprimento. Um salário a pagar.
Pecado x morte
Divida contraída por causa da desobediência: "Se  comeres da fruta da árvore da vida, morrerás!"
Não tem nada de injusto nisto! Quando instruímos alguém a respeito de alguma coisa que não deve fazer, e que se o fizer, pode ter consequências, e mesmo assim o fazem, de quem é a culpa?
Daquele que deixou-se levar por si mesmo, e pelo seu próprio desejo, então, deve assumir o que fez e também assumir a própria culpa diante dele mesmo e dos homens.
Também, quando ha promessa de que, se morrer, sera ressuscitado, deve crer, e não simplesmente acreditar que em algum lugar esquecido, onde os mortos reinam, eles próprios se ajudam a fim de que possa novamente voltar em outro corpo para pagar dividas do passado. e voltar, e voltar, até que finalmente encontre a luz, e possa enfim descansar.
Ou alcançar um estado tão alto, crescer tanto no entendimento dos mortos, que poderá descer á terra para instruir vivos.
Seria como  acreditar em Joãozinho e o pé de feijão na terra dos gigantes, um mundo paralelo e
de fácil acesso, onde as coisas acontecem e que só tem acesso quando morre.
Como dizia um amigo meu: -Alegorias, contos de fadas!
Então, a vida é assim...Tão lucida quando o sol do meio dia, tão visível quanto a lua cheia, não
ha nada que fuja da consciência bíblica. Deus é poder, esta vivo e entre vivos mora. Não faça aliança com a morte, pois acreditar em mentiras é como viver na morte.
Justiça é isto: Não se desviar dos mandamentos de Deus. Não negligenciar seus ensinos. Pois tudo que Ele falou, não falou em vão. E de tudo que ensinou, ensinou-nos para nos resgatar, não para
nos condenar.
Agora, que tenhamos plena consciência. O amor não pode ser injusto. Não podemos em nome do amor sermos injustos uns com os outros. Mesmo amando, os erros devem ser compreendidos como erros, e se houver julgamento justo, e for provado culpabilidade, na forma da lei, que seja feita
a justiça, igualmente para todos. Assim, Deus o fará.
 E não haverá lágrimas que o fará voltar atrás, porque o aviso foi dado, só não ouviu quem não quis!
 Quando você encontra uma placa de aviso que a frente uma ponte caiu e que você deverá voltar.
e mesmo assim insiste em continuar, e cai no rio, e mata a sua família, De quem é a culpa?
A- da estrada
B- da falta de sinalização
C- da sua mania de desobedecer
D- de Deus que não olhou por você.
Herta Fischer.














Superar

Estou meio enjoada, acho que preciso me afastar, ir embora de vez para
um lugar só meu e,
não me tornar cúmplice deste sistema doente.
Gostaria, e muito, de me sentir como os demais, alienados em
desejos, tornando-me escrava e cativa da idiobsessividade dos homens.
Eu já disse uma vez que não me enquadro neste mundo ilusório, vivo,
mas é como se estivesse num apartaid,
Não me sinto bem quando estou fingindo uma alegria que não sinto, ou
fazendo coisas só porque a maioria faz.
Me sinto bem em meu cantinho, sem a preocupação do "agradar". Detesto
viver numa caixinha, e fora dela me sentir uma estranha.
Ou eu sou o que sou, ou não sou ninguém, as vezes prefiro
mesmo não ser considerada, á viver miseravelmente na mentira.
Falo sempre a verdade em relação aos outros, doa a quem doer, só
que, assim me sobram poucos amigos.
Dou presente quando sinto vontade e quando posso, não me ligo
em data especial. Ou quando existe uma corda no pescoço, nos obrigando a
ser gentis só quando convém.
Detesto falsidade, sorrir só quando estou bem, nunca foi o meu forte, as
pessoas não tem culpa se as vezes nosso semblante está caído em decorrência
de uma mágoa que só dizem respeito a nós.
Mesmo com o coração sangrando, eu ainda mostro em meu semblante, um sorriso
que não é forçado, um sorriso verdadeiro para animar aqueles que não são culpados pela minha desventura.
Ninguém é obrigado a pagar uma divida que não é sua.
Cara feia para mim é falta de carácter. Sorrir na dor, só diz respeito aos fortes, que
de alguma maneira aprendeu que nem tudo são rosas, as vezes pode ser também espinhos, e dai?
 Herta Fischer








sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Mundo injusto

Bom. Depois de uma boa leitura, vou entrar mais
uma vez dentro de mim, e de lá retirar alguma coisa que
explique mais um pouco a minha razão. Razão de estar aqui,
enquanto alguns trabalham e outros se distraem com algum
passeio, ou simplesmente dormem.
Minha casa está um tanto cheia de coisas que geralmente não uso,
coisas que cansam meus olhos, é só para que prestam.
Como é difícil nos livrarmos do que incomoda?
Geralmente não nos livramos das coisas por pensar que um dia, talvez, um dia
possamos precisar.
E este dia nunca chega, e as coisas vão se deteriorando até virarem lixo. Não aproveitamos
nem deixamos que outros aproveitem.
Mal dos seres humanos, que amam o que se mostra, tem muito mais para se mostrar, do que
o que realmente necessitam.
E eu, querendo mudanças!
Ainda bem que aprendi a frear meus desejos, ou já não tinha tantos desejos como a maioria.
Tenho pouco, e nem consigo usar o que tenho, as vezes fico tentada a comprar mais, e no
mesmo instante vejo que não é necessário, então não compro.
A mídia me faz pensar que preciso até do que não preciso, me tenta, até me conquistar,
mas comigo, isto não funciona.
Sou dona dos meus desejos, controlo minha ânsia de gastar, só o que realmente me é necessário,
importa.
Ainda preciso  me controlar em relação a compra de alimentos. Detesto quando tenho que jogar comida fora.
Nossa, como é difícil viver neste mundo consumista!
Parece que tudo é feito para durar pouco. O dinheiro tornou-se mais importante que a qualidade.
Triste pensar que o nosso suor torna-se cada vez mais caro, e aquele que não precisa suar a camisa
para defender seu pão, fica cada vez mais abastado, enquanto que, quem realmente precisa, tem que se desdobrar para conseguir o seu, com um salário baixo, e ainda pagar para que outros ganhem muito
com pouco trabalho.
Herta Fischer







A vida pelo espírito

Portanto, agora já não ha condenação para os que estão
em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do espírito de vida
me libertou da lei do pecado e da morte. Porque aquilo que a Lei fora
incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando
seu próprio Filho, á semelhança do homem pecador.
 E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências
da Lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo
a carne, mas segundo o Espírito.
Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja,
mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada
para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas
a mentalidade do Espírito é vida e paz;
 a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete a Lei de Deus,
nem poder fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus.
Entretanto, vocês não estão sobre o domínio da carne, mas do Espirito,
 se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo,
não pertence a Cristo.
Mas se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça.
E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, Aquele
que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida ao seus corpos mortais, por
meio do seu Espírito que habita em vocês.
 Portanto, irmãos, estamos em divida, não para com a carne, para vivermos sujeitos a ela.
Pois se vocês vivem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer
os atos do corpo, viverão, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus
são filhos de Deus.
Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem,
mas receberam o Espírito que os torna filhos por adoção, por meio do qual clamamos "Aba Pai".
O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus e co-herdeiros com
Cristo., se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.

Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a gloria que
em nós sera revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus
sejam revelados. Pois ela foi submetida á inutilidade, não pela sua própria escolha, mas
por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada
será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo gloriosa liberdade
dos filhos de Deus.
sabemos que toda  a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não é só isso,
mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente,
esperando ansiosamente pela adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois
nesta esperança somos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.
Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar,
mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexpressíveis.
 E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito
intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam,
dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
Pois aquele que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes
a imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E
aos que predestinou, também chamou;aos que chamou, também justificou, aos que justificou,
também glorificou.
Que diremos, pois, diante destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele,
e de graça, todas as coisas?
Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem o justifica.
Quem os condenará? Foi Cristo Jesus quem morreu; e mais;; que ressuscitou e está a direita
de Deus, e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angustia,ou perseguição, ou fome,
ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito:
"Por amor de ti enfrentamos
a morte todos os dias;
somos considerados como
ovelhas destinadas ao matadouro".
 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o
presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus,
nosso Senhor.
Romanos 8
Escrevo-vos este versículo bíblico a fim de que possa encontrar paz neste mundo nebuloso e amargo
no qual vivemos, enfrentando dissabores e homens maus. Abrigue-se em Deus, por meio de Cristo
e confie: Tudo passará!

Herta Fischer

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Um pouco de reflexão

Bom dia!
Não dá para guardar sentimentos dentro de uma gaveta, de
minha parte, eu esgoto-á em palavras.
Tem determinadas coisas que gostaríamos de expôr, e que
não dá para falar com a boca. Então, solto minha alma a falar
por mim.
Na verdade, quem sabe o que é bom pra gente,
nos poucos dias de nossa vida vazia, em que passamos como sombra?
Quem poderá nos contar o que acontecerá debaixo da lona azul
do céu depois que partirmos?
Tema a Deus
e obedeça aos seus mandamentos, porque isto
nos é essencial
Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito,
inclusive tudo o que se acha escondido, seja bom, seja mau. (Eclesiastes)
Como uma macieira entre as árvores da floresta
é o meu amado entre os jovens.
Tenho prazer em sentar-me á sua sombra;
o seu fruto é doce ao meu paladar.
Ele me levou ao salão de banquetes,
e o seu estandarte sobre mim é o amor.
O seu braço esquerdo esteja debaixo
 da minha cabeça, e o seu braço
direito me abrace.
Mulheres de todos os cantos, eu as faço
jurar
pelas gazelas e pelas corças do campo:
não despertem e nem provoquem o amor
enquanto ele não o quiser. (Cânticos dos cânticos)
Tenho a maior esperança neste amor, de resto só
a vaidade da vida, que nos trazem mais sofrimentos que
alegria.
Quando nos apegamos demais a algo ou alguém, estes
nos enfraquecem á ponto de fazer com que
deixemos de acreditar na gente.
Esquecemos que chegamos sozinhos, atrelados
apenas na confiança de que pudéssemos crescer
sem maiores sustos.
Por pouco tempo nos guardamos na fé, para depois
 como bezerros desmamados, sofrêssemos com
a perda do leite, mesmo estando o leite a derramar.
Ilusão pensar que somos responsáveis por tudo,
quando alguém não nos quer, não é porque somos
dispensáveis ou pouco atrativo, mas que, tudo tem
a sua hora de acontecer, E no momento
certo as portas se abrem. Ai, é só entrar e fazer a festa.
 Herta Fischer.



quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Convite

Faça um login e deixe seu comentário!
Gostaria muito de saber o que pensam em relação
a vida e suas experiências.
Somando tudo dará um ótimo conto.
Não gosto de pensar que sou uma gota no oceano,
prefiro acreditar que somos muitas águas formando
um mar, e juntos somos mais.
Embora no mundo atual estejamos divididos, cada
um na sua, como um velho ditado que diz: "Cada um para si
e Deus em todos." Mas, se acreditamos num Deus de todos,
então não deveríamos nos dividir, e sim, multiplicar?
Até no seio familiar estamos divididos, não ha mais aquela
coisa gostosa da confraternização. Estamos cada vez mais
"Cada um pra si" Infelizmente!
Eu sinto muito pelas perdas que são muitas. Os amigos só
nos procuram quando estão sem opções, ou
quando alguém do meio, morre.
Minha rua está vazia, assim como meu coração, que
não encontra mais a alegria nas pessoas, só um mundaréu
de reclamações e desavenças.
Preocupados com seus problemas, não mais nos veem como
pessoas, e sim, como adversários.
Ai que saudade do sentimento puro, aquele que havia
no mundo não faz muito tempo, quando as pessoas
 se ajudavam mutuamente, sem cobrar nada por isto.

Herta Fischer.






Eu me importo com você, mais que eu mesma!

Nossa gente!
Conversando sobre psicologia, me identifico como
um ser que não pode lutar contra as identificações genéticas.
As heranças genéticas de algum antepassado pode me causar
transtornos obsessivos. que ao meu ver, pode não me afetar, mas
aos olhos dos outros podem ser extremamente nocivo.
Eu sou uma pessoa que não mede esforços para agradar, e se
mesmo assim,  não agrado, fico muito triste.
Já tive muitos problemas com isto.
Eu entendo muito bem a que se refere a escolha do parceiro para
terem filhos perfeitos e quando Deus pede que sejamos
 seletivos ao escolhermos  um macho para procriar, por
isto, entre os animais, há necessidade de que, apenas os machos
mais fortes estejam aptos para fecundar fêmeas. Os fracos são descartados,
a menos que hajam sobre as sombras.
Somos responsáveis sobre as ações, mas nem sempre somos
responsáveis pela maneira que somos.
O que somos depende de uma marca deixada em nós antes  mesmo de nascermos.
As cicatrizes deixadas em nós dizem bem quem somos e isto independe
do querer dos pais e até mesmo do nosso querer. Por isto, as vezes, é tão difícil mudar.
Uma cobra não consegue deixar de agir como uma cobra. Assim como um grilo não consegue
agir como se não fosse grilo.
A natureza, isto é, a genética, é responsável pela maneira que, muitas vezes agimos quase sem perceber.
Ao recebermos o espírito, cada um vem de um jeito, uns com mais capacidade para amar,e
outros desconhecem essa capacidade, agindo contrariamente, o ser mesmo não querendo, se resolve
a maneira pela qual foi constituído.
Eu acho que Deus quando fez os homens, Ele o fez de duas formas. Uma para ser Dele, e outra para apenas ser.
Ou melhor: Fez-se uma raça selvagem, sem a preocupação com nada a não ser sobreviver como
qualquer animal. E outra, sobre jurísdição. (Jurisdição é o poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir determinada categoria de lei e punir quem as infrinja em determinada área. É a capacidade instituída de forma legal de aplicar a lei e de conhecer as infrações cometidas contra a lei, estabelecendo as punições adequadas.)
 Isto fez com que os homens se divergissem entre si. Até que, por meio da não compreensão
da lei,os homens pela desobediência a lei, se colocaram todos no mesmo patamar, necessitando assim, que houvesse intervenção. Ai veio o que é 
perfeito em todas as coisas, O Senhor Jesus que, sem pecado, se fez moeda em nosso lugar, pagando as nossas dividas. Unindo assim o que estava separado.
Agora, sobre uma nova aliança e novas perspetivas pudéssemos enfim. como participantes
de um novo propósito, todos igualmente, sermos salvos pela fé, e não mais, simplesmente pelas normas da lei que condenava os homens.
Por isto o Senhor Jesus nos diz: Não vim para ab rogar as leis, e sim, para cumpri-la!
Ele a cumpriu em nosso lugar, não por temer a lei, e sim, por amor ao Pai e as suas criaturas.
Que assim como Ele, pudéssemos nós também, cumprirmos a lei por amor ao Seu nome e não mais para nos safar dos açoites.
O amor é isto: Eu me importo, mesmo que me custe a vida e a felicidade. Mesmo que para isto eu precise me anular!
Quanto mais me anulo pelo bem de todos, mais apareço aos olhos de Deus!


Herta Fischer.










terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Vencedores, sim!

Nesta incansável viagem da vida já percorri intermináveis
quilometragens.
Já me iludi com paisagens que me enganaram os olhos, e
também já aproveitei as que não foram apenas miragem.
Que bom poder, enfim, dizer que não foram só dores, nem
só falsos amores, também foi marcado por largos sorrisos.
e amores sinceros que só acabou por que assim tinha de ser. Nem
tudo que se constrói, dura uma eternidade, as vezes um instante marca
mais que do que se vive uma vida inteira.
Alguns encontros são inesquecíveis.
Não adianta dizer que a vida é bela, se assim a gente não a fizer.
Somos responsáveis pela ida e pela volta, porém, chega um momento que,
mesmo querendo voltar já não dá.
É mais fácil conservar a velha estrada do que abrir novos caminhos.
As passagens nos servem como lápis e o conhecimento como folhas
para que assim possamos escrever uma bela história, nem tão triste nem
tão alegre, mas com boas intensões.
Amo rever amigos que deixei para trás, juntos construímos alicerces, que
mesmo após muito tempo a amizade não se desfaz.
A vida é um tiquinho de tudo, somando os tiquinhos nos tornamos inteiros.
Sou extremamente positiva, mas mesmo no positivismo ainda podemos de vez em
quando passar por algumas pedras a rolar, elas até podem nos derrubar, mas as experiências
nos tornam fortes para nos levantarmos novamente.
Como a história do maior vendedor do mundo, de ( Ogg Mandino)
 que aprendeu com seu mestre a arte de acreditar em si e nas vitorias.
Não acontece igual para todo mundo, mas de alguma forma podemos nos considerar
vencedores, afinal, chegamos até aqui!
Um ótimo ano a todos... Que as bençãos nos visite!
Deus seja louvado!

Herta Fischer.


sábado, 20 de dezembro de 2014

Encontro com o verdadeiro amor

Eu gostaria de falar em Deus mais uma vez.
Falar de uma forma que mude a consciência
que alguns tem a respeito.
Já ouvi tantas historias, já fui até condenada por agir da minha
forma, não sou conhecida por rótulos.
Tive uma infância muito tranquila, com alguns pesadelos de menina, é claro,
mas na maioria das vezes fui feliz em meu castelo de sonhos.
Não tinha riquezas materiais, não aprendi vaidade, a simplicidade
era a minha historia.
Minha mãe era analfabeta, e meu pai sabia um pouco,
 lia e escrevia com uma certa dificuldade. Ma no quesito honestidade,
 eles eram professores.
Sempre os admirei pela maneira que nos educava. Minha mãe frequentava uma
igreja católica e meu pai  a igreja luterana do Brasil.
Ambos não nos impunham nada a respeito de religião, dava-nos o direito de ir
para onde queríamos.
Eu sempre gostei de ouvir,  mas quando criança, não me ligava muito nisto, o que
interessava era o passeio em si.
Depois de algum tempo, foi necessário sair da roça e ir para a cidade para encontrar
trabalho, já era hora de aprender a lidar com a vida, a maneira de gente grande.
Lutei muito para sobreviver, eu e meus irmãos.
Chegou um tempo em que precisei de consolo, precisei procurar algo que me
servisse de equilíbrio, então comecei minha batalha espiritual.
Eram tantas ofertas que me perdi em vários erros, não encontrava o meu lugar.
Estava muito dificultoso, pois cada hora um falava de um jeito e o que falavam
era muito contraditório.
Comecei a sentir medo, eu nunca seria uma boa cristã, julgava-me perdida e sem salvação.
Entrei em depressão, tinha pesadelos de olhos abertos, passava horas em claro com
medo de espíritos que poderiam me assombrar. Ou de um castigo eminente pela falta
de Deus no coração.
Ouvia algumas pessoas falando que eram boas, pois tinham uma religião, e estas mesmas
"pessoas boas" falavam e faziam coisas que me decepcionava.
Comecei a duvidar de tudo.
Passei a conhecer vários rótulos,  andei de igreja em igreja.
e eu não cabia em nenhuma.
Foi então que resolvi me apoiar no verdadeiro, esperava mesmo que a palavra de Deus
 me desse uma resposta que até então não tinha.
No início eu me apaixonei pela história do povo santo, só que dizia ser o povo de Israel, e eu
não era israelita.
Li a bíblia do inicio ao fim, e fiquei mais confusa, não obtive resultado imediato, e fiquei
mais frustrada ainda. Tive mais medo que confiança.
Então, abandonei a bíblia e voltei a procurar nos lugares de culto a resposta que buscava.
Nossa! tinha alguns templos que ferviam, eram tantas manifestações de alegria, tantas pessoas
se aconchegando em Deus, falando e louvando com tanto ênfase que faziam sentir-me no chão.
Me sentia tão pequena e desesperada que nem cabia mais em meu corpo, novamente me deprimi
ao ponto de isolar-me achando que a minha presença podia contaminar os santos.
Voltei a ler a Bíblia! Desta vez sem nenhuma pretensão, apenas esperando pela misericórdia de
Deus,  aquilo que os homens me negaram.
E Deus em sua gloria suprema foi me ensinando, que Ele sempre estivera ao meu lado, eu não
enxergava por que meus olhos estavam cegados pela ignorância dos homens, que pregavam
fantasias,  me afastando de Deus, ao invés de me levar até Ele.
E como foi bom o meu encontro com Cristo, como foi lindo conhecer a sua bondade, e através
de Seus conselhos eu pude bem compreender quão grande era a salvação. Compreendi
que não estava perdida, que para Ele, eu tinha valor, que Ele tinha tão grande amor  que entregou
a sua vida por mim, mesmo eu não sendo Israelita de sangue.
Só me pedia confiança. Através da confiança que me transmitia eu podia enfim crer que
 Meu Deus era e é infinitamente repleto de poder para me transformar.
E eu me transformo todo dia em alguém  cujo amor transborda, não tenho mais medo, levo
comigo tudo o que com Ele aprendi e como o Apóstolo Paulo diz: " Em Cristo, o morrer para mim é
lucro."
Ele me ensina obediência, pouco me importa me rotularem  de cordeirinha..Venço todos os dias por
amor Dele, e por meio Dele sou imensamente feliz.

Herta Fischer













Passagem comprada, viagem tranquila.

Como gostaria de encontrar palavras para dizer que
tudo vai dar certo.
No tempo certo, as coisas se encaixam.
No tempo certo vem.
Aqui, neste sistema, vemos coisas ruins acontecendo,
governos corruptos, pessoas invejosas, mortes precoces,
O sol forte deixa marcas na pele, mas dentro da gente, tudo
continua igual.
Para que nascemos? Só Deus sabe! Mas se aqui estamos é sobre algum propósito.
Diferentemente de mim, em algum lugar você está vivendo, sobre a mesma alegria
que tudo acolhe.
Eu só acho que quanto mais se vive mais se aprende, quem nasce para fazer o certo,
mais e mais aprende o que é certo, e quem nasce para contrapor o certo,
também vai se arraigando na contraversão.
Quando iniciei na tentativa de escrever, eu não escrevia tão bem,
 as idéias vinham meio que confusas e desalinhadas, e aquilo me deixava estressada.
Fui insistindo!
Tantos papéis joguei fora, depois de várias tentativas frustradas. Não desisti, amo
registrar pensamentos.
Não fico horas inventando temas, sento-me a frente do computador e simplesmente
escrevo. Nem sei se servem para alguma coisa, mas isto não me importa, eu
me sinto bem.
A vida é assim, de insistir em insistir é que nossos pés nos levam, e
alguma coisa boa sai de nós quando acreditamos no bem.
Eu não me considero uma pessoa boa, as vezes sou  muito dura comigo mesma, mas
é assim que aprendo a aceitar que independente de mim, mesmo em fraqueza, meu redentor
vai a frente. E o que me leva não é a minha força, nem minha capacidade, nem tampouco
o meu querer.
Já perdi tanta coisa que quis, já deixei de ganhar tanta coisa que desejei.
 E o que eu tenho. Veio assim, de presente, sem esforços, apenas frutificou em seu devido tempo,
quando já nem esperava,
Desde menina eu tinha sede de saber, foi difícil!
A vida é um campo minado, temos que aprender a avaliar onde pisamos, aprender a escolher
o que mais nos beneficia. crescer significa renuncias e perdas.
Todos os tempos são perigosos, mas a adolescência é muito mais, e eu de fato, transgredi muitas regras sem consciência, nada que trouxesse ruína á outrem. (eu acho).
E aqui estou, madura e serena, como uma flor sublinhada em papel, que definitivamente se apaga
sobre a umidade do tempo que passa.
Não tenho medo!
Já tive! Muito!
Antes de entender os propósitos da vida e ter meu encontro com a fé verdadeira.
Hoje, não caminho. Flutuo sobre uma certeza. Tudo está sobre o controle de Deus!
Se Ele controla..tudo vai bem!
 Feliz natal!

Herta Fischer.













sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Maratona contra o tempo

Emergindo a tarde, como borboletas a sair do casulo, já são seis horas.
O dia e sua fonte se esgotando.
Já se faz escuridão e o medo é tremendo.
Arrepia-me a alma á falta da luz, Preciso acostumar-me a solidão da noite.
Durante o dia é sensatez. Na noite a dúvida. E o que se enxergava bem, agora
estranhos vultos a povoar-me.
Estranha também é esta sensação de não poder voltar, não
ha mais caminho, tudo ficou na nebulosa prece do tempo fim.
Já secaram-se as melhores fontes, agora só respingos minguados
de uma água que não se pode mais beber. E minha língua se resseca cada vez mais,
abocanhando desesperadamente o que restou. Não há refresco!
Os melhores anos da melhor idade se foi,
Agora só resquícios de saudade
do que já passou, e do que vai passando quase sem perceber.
Os dias se arrastam e as experiências passadas não mais me acompanham,
pois as forças já não sustentam meus sonhos.
Eles se despedaçam ainda virgens sem conhecer o prazer, só a imaginação
do querer e não mais poder.
É...quando me olho nem mais me reconheço! A beleza da margem do rio
se fundiu com a terra seca, onde não mais se vê água, Apenas um rio evaporado e triste,
trincado pela aspereza do sol forte que não lhe dá trégua.
Todos os dias são como fazer uma refeição rápida e saborosa, sabendo que precisa
aproveitar ao máximo todo o tempo possível, pois não se sabe a que horas vai dormir.
Rapidez e prazer, duas coisas que vai ficando cada vez mais essencial e mais escasso.
Até que o dia termine e a noite fuja, e não haja nada a não ser nunca mais. Maratona contra o tempo
eis o que restou.

 Herta Fischer










Despedaçados, apodrecemos!

Que seria de mim se não houvesse esperança?
Com certeza, se está me faltasse, eu não desperdiçaria o meu tempo com a escrita.
Seria como se espalhasse milhos em meu quintal, sem que houvesse nenhuma
ave para comer.
Se escrevo, é com a esperança que alguma palavra  toque!
O lavrador não lança suas sementes na terra, sem a esperança de que frutifique.
Ele não sabe, mas espera.
Nem todas as sementes se desenvolvem, uma ou outra haverá de morrer antes
que se processe o crescimento, mas ele confia que a maioria, à seu tempo, hão de dar seus frutos.
A vida se baseia na confiança no invisível, naquilo que não se vê e que se espera.
Desde os primórdios tempos  que a humanidade espera pelo dia da redenção, pelo
dia da transformação do homem, De corrupto á incorruptível.
Enquanto isto não acontece, seguimos em dores.
 Segundo as escrituras: Um povo rebelde, que se deixou levar pela não confiança nas leis de Deus.
Esdras diz em seu livro:
'O povo de Israel, inclusive os sacerdotes e os levitas não se mantiveram separados dos povos vizinhos e de suas práticas repugnantes, como as dos cananeus, dos hititas, dos ferezeus, dos jebuzeus,
dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus. Eles se casaram com mulheres daqueles povos e com eles misturaram a "descendência santa". E os líderes e os oficiais estão à frente nessa atitude infiel.
Assim também, em nossos dias, com essa abertura política e comercial, nossas atitudes quase
sempre são importadas. Não há mais originalidade, tudo se transforma na mesma coisa, como átomos
desgovernados,se transformando em qualquer coisa.
Por isto eu sigo quase que sozinha, não me importo mais com as más atitudes dos meus vizinhos, nem com a boca suja das crianças. Nem com essa mania de preservar alguns em detrimento de outros.
Quem não faz diferença não fala sobre ela, prega-se na atitude, não em falatórios.
Não podemos causar divisões sem provocar ódio naquilo que foi dividido. Ou agimos de boa fé, ou
nada conseguiremos mudar.
Pela força não chegaremos a lugar algum, só aumentaremos as revoltas, e nas revoltas todos sairemos perdendo.

Herta Fischer







O que se derramou já era

Oi. Bom dia!
Novamente sou eu a estar aqui, despida de qualquer pretensão,
á não ser viver.
Como qualquer outro ser de uma ponta a outra do mundo, sou
uma razão que também espera, que também acredita em algo
muito maior do que isto que meus olhos enxergam.
Tenho sede, tenho fome, sinto frio, sinto dores, sou sentimental
a ponto de chorar até por quem não merece, mas sinto em mim uma grandeza
que me faz extrapolar na esperança.
Sinto em mim, uma necessidade de diálogo, uma necessidade de
 estar perto de alguma forma dos seres que assim como eu sabe
bem por onde anda, só não sabe se chega.
Sinto no ar uma expectação de juízo, uma áurea de cobrança sobre nós. Pois já não andamos
com pureza de coração.
Muitos só lamentam, como se Deus nos tivesse esquecido dentro deste mundo violento,
então só nos resta contra atacar da mesma forma, para nos defendermos da vara.
Tudo na mesma, não tenho muito a dizer, como se de todas as coisas que conhecemos,
já fosse do conhecimento de todos, não há mais o prazer da novidade. por isso que os homens
gastam tanto dinheiro para explorar o universo, na esperança de poder começar tudo de novo.
Sonham com um outro sistema, uma outra sociedade, sem vícios, uma outra forma de poder.
Tudo aqui já está desgastado; O amor, a amizade, a comunicação, a educação, até mesmo os relacionamentos entre pais e filhos.
É tão difícil deixar os vícios, não corromper nem ser corrompido, não pichar quando é só isto que se aprende.
Nos tempos antigos, quando ainda havia muito a desbravar, a ensinar, a conhecer, deveria ser mais interessante a arte de pensar.
Hoje é muito mais difícil ser quem somos, ou pensar sobre algum tema que já não esteja ultrapassado, Para mudar o sentido de alguma ideia da qual não concordamos, ou da qual não nos identificamos, geralmente gera discussão e desgaste emocional.
Todo mundo sabe e defende todas as coisas dentro do seu próprio conceito, não há mais ninguém
que escute, que reflita sem que, primeiro não agrida.
Por isto eu acho tão interessante o que o Senhor Jesus falou:( Conheça a verdade, e a verdade te libertará.) E até mesmo para quem conhece a verdade, ( eu falo da verdade universal, não da verdade parcial) quando que, realmente se está entendido de história e perfeitamente pronto para a oratória, Mesmo assim, discutir é uma maneira tola, pois quem está pleno da verdade não fica discutindo passado, nem tentando adivinhar futuro, nem condenando o que passou, é inútil  e perda de tempo.
O momento presente é precioso demais, é dele que devemos falar, é o daqui para a frente que deve-se conselho, o que foi, jamais voltará. Nem temos poder para mudar.
Insisto na ideia individual, na escolha de cada um, para o bem ou para o mal, cada um dá
ou dará conta de si no devido tempo.
O machado corta e a árvore deixa-se cortar....
Herta Fischer.















quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Os convites da sabedoria e da insensatez

A sabedoria construiu sua casa;
ergueu suas sete colunas.
Matou animais para a refeição,
preparou seu vinho e arrumou sua mesa.
Enviou suas servas para fazerem convites
desde o ponto mais alto da cidade,
clamando:
Venham todos os inexperientes!
Aos que não tem bom senso ela diz:
"Venham comer a minha comida
e beber o vinho que preparei,
deixem a insensatez e vocês terão vida;
andem pelo caminho do entendimento.

Quem corrige o zombador
traz sobre si o insulto;
quem repreende o ímpio
mancha o próprio nome.
Não repreenda o zombador;
caso contrário ele o odiará;
repreenda o sábio e ele o amará.
Instrua o homem sábio,
e ele será ainda mais sábio;
ensine o homem justo,
e ele aumentará o seu saber.

O temor do Senhor
é o princípio da sabedoria,
e o conhecimento do Santo
é  entendimento.
Pois por meu intermédio
os seus dias serão multiplicados,
e o tempo de sua vida se prolongará.
Se você for sábio, o benefício será seu;
 e se for zombador, sofrerá as consequências."

A insensatez é pura exibição,
sedução e ignorância.
Sentada a porta de sua casa,
no ponto mais alto da cidade,
clama aos que passam por ali
seguindo o seu caminho:
Venham todos os experientes!
Aos que não tem bom senso ela diz:
"A água roubada é doce,
o pão que se come escondido
 é saboroso !"
Mas eles nem imaginam
que ali estão os espíritos dos mortos,
que os seus convidados
estão nas profundezas da sepultura.

Herta Fischer  (Provérbios 9)


Crença

Muitas vezes eu me sinto como um pequena gaivota pairando no ar, só idealizando o meu momento crucial.
De cima observo, de longe aprendo, mas ao dar o meu mergulho no ar me arrependo.
De tudo que se vive na vida, o que tem menos importância é o ter, mas, é justamente neste mergulho misterioso e sucessivo que descobrimos a morte,
Eu me pergunto, as vezes, de que vale a vida, quando não podemos crescer como pessoa?
Quando não podemos fazer nossas escolhas moldadas na compreensão do que é realmente necessário?
Ontem eu estava assistindo uma reportagem de um rabino, e ele falou algumas palavras que me surpreenderam, referentes ao que hoje chamamos de religião.
Se estamos vivendo todos do mesmo modo, somos tidos por cautelosos, se desviarmos um pouco daquilo que a maioria pensa, nos consideram loucos.
Ele falava sobre o deus baal, o deus dos pagãos,  descrito na bíblia como o deus do dinheiro.
Então, a religião hoje, não esta dividida como muitos pensam, porque tudo gira em torno do deus baal.
Os templos servem para  a arrecadação de dinheiro para construírem templos magníficos, como se o prédio fosse mais importante que a palavra, como se o dinheiro fosse mais importante que os homens.
Desta forma mostram-se todos pagãos, porque são seus interesses  que faz  a crença.
Templos lotados não quer dizer fé.
Peregrinos andando a pé, carregando uma escultura está longe da verdade.
Pois, quando voltam para casa, depois dos sacrifícios, maltratam os pais, os irmãos, os amigos,
condenam pessoas.
Geralmente se vai ao templo não na necessidade de crescer como cristão, mas por achar que desta forma resolvem-se os problemas de relacionamentos e financeiros.
É este tipo de milagre que esperam. Não confiam plenamente em Deus, precisam estar agregados á outros, precisam de um guia para sentirem parcialmente seguros. Esperando  por algo que nunca acontece, se entregam á todo tipo de tentativas  assim como o vento, andam de um lugar á outro na busca frenética por alguma forma que satisfaz.
A vida em si, é como uma sementinha que por um tempo fica escondida sobre a terra. Ninguém a vê.  Mas, Deus já está auxiliando o seu crescimento. Tendo todas as condições necessárias, primeiro incha, depois se distende, e dentro dela mesmo, um milagre acontece, de suas células mortas, renasce a vida, do seu pequeno núcleo, sai o broto, e com uma força superior, mesmo sendo tão frágil, empurra a terra e desponta uma nova forma de vida, e assim sucessivamente.
Depois de adulta ela se entrega ao favor do tempo, e espera todo dia em Deus, sabendo que só depende do criador, viver ou morrer.
Precisa do alimento, precisa de socorro em tempos oportunos de escassez. Mas, sabe que nada depende do seu querer, e sim, do ciclo da vida, pois chegará o tempo de envelhecer, de murchar e morrer. Porém,  sabe que isto não será o seu fim. De si, e de suas células reprodutoras, sairá os seus descendentes , dando continuidade á sua espécie.
Se contarmos os milhões de anos que já se passaram,  e definitivamente, só podem falar do antes os que agora vivem, mais tarde, os que viverem em outras épocas falarão do nosso tempo.
Os homens eram os mesmos, e sonhavam como os de agora, alguns tinham muito, outros viviam com tão pouco, mas, nunca deixavam de lutar.
O ciclo da vida independe das crenças, o bem é Deus, sem o bem o mal toma conta, faça-se na obediência mesmo que seja em vão, mas, faça, ame  na medida, sem exageros, Mesmo que ninguém mais faça, seja o exemplo.

Herta Fischer.















quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Não confunda! Somos responsáveis por nós mesmos

Incrível como a humanidade tem tanta necessidade de contestar. Não basta
o viver, também precisam entender?
O que realmente é preciso? Tomar uma atitude diante de si, fazer um balanço e
refletir sobre o que  realmente é bom para o seu viver individual
 e também para aqueles
com qual se ajunta.
Se um alcoólatra está bem consigo mesmo, tomando todas, e não
quer ninguém dizendo que ele está errado, que beba, Porém, que beba sozinho,
não coloque em risco a saúde mental de outras pessoas que não tem nada a ver
com a sua escolha.
Se um homem está bem consigo mesmo acreditando ser descendente de um macaco,
que ele continue acreditando nisto, mesmo que não veja mais nenhuma evolução, está
no seu direito, Porém, não venha criticar quem acredita num Deus criador.
Não seja árbitro do outro, quando não quer juízes a lhe bater á porta.
Está escrito; não seja motivo de tropeço, não seja uma pedra que faz o outro tropeçar,
faça a sua escolha, mas que seja sua e de mais ninguém. Se cair, caia sozinho, não
puxe o outro consigo.
Pronto! Está ai a receita, só não enxerga quem não quer.
Cada um sabe de si, minha dor, a mim pertence, sua dor, eu não sofro, a menos que
o ame tanto, que queira o seu melhor. Porém, se quero o seu melhor, hei de querer-te
fazendo o que gosta e não é necessário que faça do meu jeito.
Um debate só é bom quando traz benefícios para ambas as partes, do contrário, só
aumenta a irritação e não se encontra comunhão. onde não há comunhão há guerras.
Quando penso em Deus e seus conselhos, penso no amor, no cuidado. Como um pai
amoroso instruindo seus filhos, não como condição, mas como que quem de fato
se importa, não querendo ver o filho sofrer.
Por isto existe leis até os dias de hoje, para que haja um lugar melhor para se viver, do
contrário, cada um fazendo o que bem quer, viraria bagunça. imagine! Todo mundo mandando e
ninguém obedecendo?
Ao criar os homens, fez-se duas espécies...Os primeiros seriam com todos os seres viventes
criados para a terra e seus afins, o segundo criado a imagem e semelhança de Deus, para servi-Lo
em seus jardins.
Como em toda a formação de sociedade, Deus criou leis para que o homem através dela pudesse
viver, pois de antemão, sabia que toda ação tem uma reação. Isto é claro!
Deu toda liberdade ao homem e sua companheira. Apenas uma ordem: - De todo fruto do jardim, poderás comer, menos os frutos da árvore da vida. Se o comer por certo morrerás.
Uma única lei, um único mandamento, não por que não queria, ou por que estava apenas em Seu poder, mas para livrá-lo de tornar-se como todos os seres viventes que habitavam a outra extremidade da terra,
E o homem e mulher criados á sua imagem e semelhança, na santidade, para viver eternamente
sobre Seu conselho, lhe desobedeceu. E ai? O que aconteceu?
Se lhe abriram os olhos, tornaram-se sabedores do bem e do mal, tornaram-se mortais como
todos os outros homens comuns. E foram lançados á terra, para dela tirarem o seu sustento, e como
todos os outros, conheceriam todo tipo de dor até que também conhecessem a dor da perda.
E foi com seu próprio filho que vieram a conhece-la. Um matou o outro, por inveja.
Então, tiveram outros filhos, e eles viram que as filhas dos homens  eram  bonitas, escolhendo para si, aquelas que lhes agradavam, e  assim juntou-se
as duas sementes, a corrupção se alastrou a ponto de Deus querer acabar com eles através do dilúvio.
Porém, a justiça suprema do criador falou mais alto, poupando Noé e sua família. Para depois se arrepender do seu ato fazendo uma promessa de não mais destruir os homens e nem a terra com água.
E assim conhecemos uma parte da história da humanidade.
De Noé veio a descendência judaica, e a partir dai nasceu a promessa de uma grande nação dos
filhos de Deus entre os gentios. (gentio) aquele que professa a religião pagã; idólatra; quantidade de gente; não-israelita; bárbaro; estrangeiro; indivíduo gentio)
 Então, Deus não é um Deus que faz acepção de pessoas, nem um Deus que castiga, pois Ele diz desde o princípio, quando falou á Caim: "Se você fizer o bem, não será por acaso aceito? Mas, se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça á porta; ele deseja conquistá-lo, cabe a você dominá-lo."

Herta Fischer    (gênesis)



Obs: Continuarei falando sobre isto em outra epístola...Me aguardem!















terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Advertências contra a insensatez

Meu filho, se você serviu de fiador
do seu próximo,
se com um aperto de mãos,
empenhou-se por um estranho
e caiu numa armadilha.
das palavras que você mesmo disse,
esta prisioneiro do que falou.
Então, meu filho,
uma vez que você caiu
nas mãos do seu próximo,
vá e humilhe-se;
insista, incomode o seu próximo!
Não se entregue ao sono,
não procure descansar.
Livre-se como a gazela se livra do caçador,
como  a ave do laço que a pode prender.

Observe a formiga, preguiçoso,
reflita nos caminhos dela e seja sábio.

Ela não tem nem chefe,
nem supervisor, nem governante,
e ainda assim armazena
as suas provisões no verão
e na época da colheita
ajunta o seu alimento.

Até quando vai ficar deitado,
preguiçoso?
Quando se levantará de seu sono?
Tirando uma soneca,
cochilando um pouco,
cruzando um pouco os braços para descansar,
a sua pobreza o surpreenderá
 como um assaltante,
 e a sua necessidade  lhe sobrevirá
como um homem armado.
O perverso não tem caráter.
Anda de um lado para  o outro
dizendo coisas maldosas;
pisca os olhos, arrasta os pés
e faz sinais com os dedos,
tem no coração
o propósito de enganar;
planeja sempre o mal e semeia discórdia.
por isso a desgraça
se abaterá repentinamente sobre ele;
de um golpe será destruído,
irremediavelmente.

Ha seis coisas que o Senhor odeia,
sete coisas que Ele detesta;
olhos altivos, língua mentirosa,
mãos que derramam sangue inocente;
coração que trata planos perversos,
pés que se apressam para fazer o mal,
a testemunha falsa que espalha mentiras
e aquele que provoca discórdias
 entre irmãos.

Provérbios 6

História sem fim

Oi galera...Bom dia!
Por aqui um sol maravilhoso sobre um céu azul.
Graças a Deus vai tudo caminhando como tem que ser.
Felicidade é isto .É saber que a história é infinita, as vezes sobre
nossos olhos, outras vezes sobre os olhos alheios.
Para todo lugar que se olha, a vida se faz abundante sobre a magia do tempo, e
as flores se abrem e se fecham em seu momento.
De minha parte já se foram os melhores bulbos, e agora, espero pela colheita que por
certo se dará em breve, quando chegar a hora da sega.
Engraçado como a maioria das pessoas vivem a correr atrás do vento,
em todos os sentidos, sempre sonhando com o que lhes falta.
E muitas vezes dando de cara com o sofrimento, pois quanto mais se quer,
mais se perde.
Eu me lembrei de uma história bíblica sobre um homem que depois de ter feito
tudo, colheu muito e armazenando em seus celeiros, sentou-se numa cadeira e
relaxado falou: -Agora já posso folgar, vou passar o resto do meu tempo
sentado, aproveitando tudo o que colhi!
E Deus conhecendo o seu coração pensou: - pobre homem, mal sabe que amanhã
mesmo lhe retirarei a vida.
Então, a vida é assim, mal se sabe o que virá amanhã, é bom que não se tenha muitas
expectativas.
Do hoje podemos aproveitar todo bem, o bem que fazemos, pois nem mesmo o plantar
é garantia de colheita, tudo dependerá das condições do tempo e da qualidade da terra.
Meditando sobre isto, eu sigo na fidelidade as minhas conquistas, sabendo que de
tudo que plantei, o suor foi meu, mas, o crescimento veio de Deus e dependerá Dele
a fortuna da colheita.
Mesmo num dia não tão bom, sigo agradecida por tudo, não depende de mim, e sim, Daquele
que escreveu a minha história. E se Ele escreve o inicio, também saberá finalizar da melhor forma.
Eu creio!
Herta Fischer.






segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Sons de vitoria

Cansa essa minha cegueira, no escuro
se faz caminhada, quando  o sol se vai e a lua é só
ameaço.
Da felicidade só bagaço. do açúcar da vida
só estilhaço.
Sinto-me como puxando uma corda sozinha
na esperança de fazê-la um traço,
 pouco resultado e muita dores nos braços.
De dias e dias minha alma esta cheia, pouca
vitorias, muito embaraço.
Por que não passa um só dia sem ver alguém triste?
Oh céus! traz-me um pouco de alento, dá-me apenas
uma oportunidade de ver dias alegres.
Alegria, alegria de verdade, paz no coração como
canção perfeita, final feliz para sempre.
Como um viajante não se cansa de ver o que passa ante
seus olhos e vai absorvendo a alegria de conhecer, assim fosse
meu dia, como uma vespa a colher seu mel.
Só mal a espreitar seus grandes, enquanto os pequenos choram
a esperança perdida.
Quem me dera tivesse asas e grande apreço pelo voo, como
uma águia a sustentar seus piazinhos, com olhos puros a olhar
para o chão pudesse então achar o que procuro.
Se nem mesmo sei o que quero, se nem mesmo alcanço
o que preciso, na perda vivo meu amanhã, e de hoje
minha alma lamenta.
Quero uma alegria escancarada como uma nova porta a se abrir, e
a encontrar lá fora, uma novidade a sorrir.
Saudade do paraíso, da visita do Senhor pela tarde, do cantar
de seus querubins.
Saudade da flauta, da citara, das cordas cancionistas, da voz suave do criador.
Saudade da boiada, do som da trombeta anunciando o amanhecer.
Saudade da aurora, saudade até da saudade, pois ela nos leva a presença de
quem a tempos não vemos.
Que passe logo esse tempo para encontrarmos outro tempo mais verão do
que inverno.

Herta Fischer.





Muitos enganos, pouca fé

Pois é crianças.
Me acabo nesta imagem fria que me consome,
a geleira da mentira.
Nem todo esforço é razão de dar certo, nem
a persistência é razão do sucesso.
Tentei fazer de mim, alguém notável e...
Ilusão!
Dei tudo de mim para me tornar sábia e a
sabedoria fugiu de mim.
Imaginei-me perfeita aos olhos dos outros,
mas eu só me iludi.
Comprei vestidos, frisei meus cabelos, colori
meu semblante, e mesmo assim, não fui notada.
Amei pela primeira vez, e meu coração me enganou,
não era amor.
Trabalhei muito para construir estacas que me sustentassem e
 ao soprar qualquer vento fraco, eu desmoronei.
Me deram manuais que ensinam a ser feliz, decorei.
rezei, e nunca aprendi.
Busquei Deus em vários lugares para que Ele me ensinasse fé,
e comigo me decepcionei.
Parecia que todo mundo conseguia, menos eu.
Desfavorecida que sou.
Tão fraca quanto uma flor arrancada do seu meio, tão
despreparada para a vida, tão cruel esse meu destino, que
me suga toda força.
Tenho medo do escuro, tenho medo da dor...medo, medo, medo...
Acredito na sorte, mas isto não me livra da morte, acredito no futuro,
mas ele se perde todo dia.
Meus pais eram, não são mais. Se foram sem nenhuma explicação. Não
mais os encontro em lugar algum, só dentro da minha solidão.
E a vida tão bela, tão desejável? Mais sofrimentos que alegria!
De competir estou cansada, jogo dinheiro pela janela e nem me dou
conta do quanto pelejo para consegui-lo.
E o amor...Tão aclamado, tão popular, onde se perdeu, e em que coração
se confinou?
Porque os objetos me fascinam, mesmo que seja só para os ver comendo pó?
Pés bem feitos dentro de sapatos apertados é o que somos.
Pés bem feitos dentro de sapatos apertados...é o que somos.
Praguejamos ao invés de abençoar, e nos tornamos culpados por nossas
dores.
Ganhamos, ganhamos, e desperdiçamos!
Não há um só que compartilhe, apenas trocas, beijos no vácuo.
Sede em pleno rio, e fome no milharal.
Somos como picos verticais, pedras soltas e mãos fortes, tudo se desmorona e
não enxergamos o óbvio..tentativas e erro.

Herta Fischer













Cidadã dos acasos

Sai de casa no limiar de poucos dias, ninguém
a esperar, nem que me esperassem.
Era eu e meu silencio entre lágrimas que caem.
Cidadã dos acasos, animal
a esperar por suas presas, a tornar-se
presa de alguém.
Um amor sem esperança num coração
magoado e ferido pela perda, que ainda encontra
forças para acreditar que sobreviverá.
Automutilar-se com pensamentos que nunca
conhecerá a luz, só a fantasia do que será.
Em negras trevas passei o meu dia, e outros
dias e...tantos dias que me acabei no inacabado
de sonhos em vão.
Dizem os sábios: Tudo passa! - Mas até passar, dói.
Há esperança, que passe. Há dezenas de pensamentos positivos
que de nada adiantam, há sorrisos forçados, há ilusões de volta,
de recomeço, de continuidade, de amor correspondido a
mesma medida do que se sente. Há também uma necessidade
de fugir da realidade, de sonhar de olhos abertos em plena
luz, de fazer de conta que nunca aconteceu.
E tudo se perde no vazio do tempo que passa sem resultados,
e sem piedade me mostra que foi tudo em vão.
Ainda bem que o que se vive, não se apaga, e de alguma
forma fica para sempre tatuado no coração do sonhador.
Se não houvesse essa capacidade de manipular
os próprios sentimentos, provavelmente eu nem mais
teria historias para contar.
De fazer de conta, os dias vão embora, e leva a dor com ele,
e se faz novamente novidade de existir.

Herta Fischer.








Asas feridas


Desacelerei!
Aprendi que devagar descansa os olhos.
Solto meu espaço nos braços do tempo que
prepara meu destino.
Num toque, num sopro, como o vento
leva uma folha, eu vou.
Se caio, descanso. no descanso não me machuco.
Uma pontinha de poesia num mundo empoeirado de dureza..
Eis o que sou.
Vivi a sombra como sobra que os pássaros comem,
razão nenhuma para ser feliz.
E no grande silencio inocente de menina, em
palavras, me transformei.
Não tive bons amigos e nem amigos tão maus, apenas
alguns que pouco me compreenderam por ser assim...Tão
a frente do meu tempo.
Não sei por que nasci assim, um tanto perceptiva,
sondava olhares e os decifrava antes mesmo da ação.
Quase sempre compreendi os que por mim passavam,
como uma lâmpada acesa me queimava na inconstância
do juízo a que de minha pessoa faziam.
Sou pássaro que voa a procura de um lugar para pousar,
nos altos dos rochedos é que faço meu ninho.
Com palhas de aço lustro meu destino, e a destemida terra
me recebe quase sempre a sorrir. No oco dos barrancos, elementos
preciosos me esperam e se completam me transformando
parte que também vive.
Até que se separe o mar da terra e a água se derrame não mais em
ondas, mas em enxames de respingos santificados na renúncia
do meu querer.
Vou vivendo e morrendo um pouco, na esperança de encontrar realmente
a saber quem eu sou. Uma espera inútil que de repente se
apaga e não mais encontra o seu lugar.

Herta Fischer










quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Faz sentido

É! Sou meio louca em minhas ideias, afinal,
compreender a vida  é para quem
não entende nada.
Pela manhã, sonhos, pela tarde, canseira.
pela noite, as duas coisas.
Todo dia igual. Comer, trabalhar, comer,
descansar, comer, dormir. Tudo se resume
em tédio, a menos que, em determinado momento
possamos nos divertir, mas até em momentos
de confraternidade, ainda assim, as vezes, é tédio
e canseira.
Então, dentro dessa minha concepção de vida, eu
desligo esse mundo externo e ligo um mundo
interno, só meu.
Sou só eu e as palavras, só eu e o que para
mim, eu entendo da vida.,
Pode até lhes soar confuso, desalinhado, mas é o que eu
consigo ser, é assim que me vejo, é assim que vejo
a vida, uma complexidade tamanha.
Também sou complexa, sinto que vivo, mas não faço
caso dela, faço coisas como todo mundo, mas
na verdade, é como se não fizesse.
Como este céu azul que se vê, e que, na verdade não existe,
é apenas vácuo, onde as estrelas vivem a dançar no vazio e
 não caem. Assim sou eu com as palavras. Um tanto incoerentes,
cheias de sentimentos, e muitas vezes passam despercebidas, somente sonhos
 dançando
sobre uma tela vazia.
Herta Fischer


Ilusão do que ficou

Hou! hou! hou!
Aqui estou, neste meu cantinho de saudade.
Outro ano se aproxima, Apenas mudança de número.
Vou seguindo o plano do dia, até alcançar outro dia,
que somado se façam semanas e meses, e anos.
Pessoas chegam,  pessoas vão embora, as
imagens se apagam, e a saudade não as trazem de volta,
só machuca o peito.
O Oleiro preparou o barro, fez sua peça, e a deixou cair,
depois não mais conseguiu fazer igual,
assim se completam os ciclos, e o
que era ontem ficou no ontem.
O que se perdeu para sempre, para sempre se perdeu,
somente o que ficou, agora é tão importante,
Mesmo que sonde a vida, nunca se saberá o momento
em que se finda a energia que nos faz assim tão lúcidos,
e nem para onde vai essa energia quando se acabar a lucidez.
Nuvens pesadas e intensas nos cobrem, e o tão amado azul
vai se dissipando, até que o cinza tome conta e não sobre
nada a não ser a ilusão do que se viu.
Uma alusão ao que é definitivo  e que aos poucos só deixam
rastros esbarrando em sonhos que
se dissipam a medida que vamos de mansinho saindo de cena.
No desgaste do que era, Já era a importância que dela tinha. da
felicidade que criara as expectativas e que não mais
se vê nem se cria.
Ouve-se um lamento, como música que ainda não se compôs,
que nos rabiscos se perdeu.
Na esperança cria-se um retrospecto, como se fechasse um túnel para
outro se abrir, quando na verdade é só uma continuidade, pois
nada se perdeu, apenas ficou para trás. E o novo nada mais é do
que a elasticidade do aprendizado que
o velho realizou...para que não houvesse mais fim.
Herta Fischer















terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Proverbios

lembra-te dos que passaram, para saber que também passará.
Não te curves nem se deixes levar para o abismo.
As ilusões dos desejos são forças que enforcam.
Melhor é um pedaço de pão em ambas as mãos do que um
banquete e coração vazio.
Sem alegria a aparência não é nada, mais vale o
simples na alegria que o vaidoso em seu vão caminho.
Viva a alegria em quaisquer circunstâncias, pois em dores as
doenças aparecem.
Saiba que da vida só se aproveita as seivas do equilíbrio, pois
o desequilibrado vive a cair.
O vento sabe bem o seu caminho, por isso vai em vem na confiança.
Aquele que tem confiança em si não se intimida diante de nada.
Todo ser nasce para realizar, embora se diferencie um do outro,
Uns nascem para edificar, outros para derrubar, ambos, tanto o que edifica
e o que derruba, para si o faz.
Não se engane, nem tudo o que se faz é bom, e nem tudo o que se aprecia
é saudável.
Há de se cair o muro que foi feito sem estacas, ante o temporal, mas, aquele
que foi bem edificado, permanece. Tudo na vida carece de um pouco de sabedoria,
até ao plantar há de se sondar a melhor época.
Com pouca chuva não se colhe, que o amor seja abundante, para que
não venha a faltar na penúria.
Enquanto ainda ha ponte, há uma passagem, ao cair a ponte, não
sei se sobreviverás as águas,
Não ponha a perder um amor sincero, pode nunca mais encontrar nada igual.
Aquele que caminha sozinho, ao cair, não terá nenhuma mão que
o ajude a levantar-se.
Herta Fischer






segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Apenas confiança no que não se compreende

As horas contam os minutos que contam os segundos que contam frações.
Assim, sucessivamente, o tempo conta suas historias, a que passou,
a que ainda está passando e aquela que ainda se fará.
Lindo esse tempo de Deus, na infinita esperança que se faz no tempo
dos homens.
As coisas mudam de lugar, assim como a vida se renova de tempos em tempos,
  na mais perfeita harmonia como um piano afinado, de nota em nota, compõe
a mais perfeita canção.
A linhagem de Deus é a continuidade do sonho perfeito, daquilo que não morre,
que permanece para sempre.
O tempo e a vida... Duas paralelas;
como o despertar de uma semente, que se rasga apenas com a força do querer de Deus, e
se forma em brotos, assim é a continuidade da vida, sobre o olhar atento do Pai.
Dentro dos ovos que embalam a vida,a dança da vitória de células se dividindo, se compondo,
se formando, se unindo, apenas na casca da mãe amorosa natureza.
Não é preciso muito, apenas fé.
O elo que  une  a vida e o tempo, entre o tempo e o querer, entre o querer e
o que se faz, em o que se faz e o que sobrevive em seu tempo, o
tempo dá conta, e o que conta é definitivamente a ação do próprio tempo.
O lavrador lavra a terra, e em cada sulco lança suas sementes, depois de verificar
que o que dependia dele está perfeito, espera pela perfeição do tempo, e o tempo
realiza em silêncio a sua obra, e os olhos dos homens contemplam a beleza e a realeza do
nascimento, do crescimento e do amadurecimento da sua lavoura. E no tempo
certo vem a ceifa, o corte e a alegria do benefício da colheita.
 A vida... tão difícil de compreender, assim como o amor, brota do nada, vai realizando
seus milagres no decorrer do tempo eterno de Deus.

Herta Fischer





domingo, 7 de dezembro de 2014

Boas novas

Hoje é dia de graça.
Meu aniversário!
Uma data que me dá alegria e tristeza ao mesmo tempo;
comemoro com gratidão e alegria, mais um ano de bênção,
e também comemoro com gratidão e tristeza, o aniversário da
morte do meu pai.
Faz vinte anos  que foi recolhido da terra dos mortais, nunca
mais se teve notícias dele.
Assim como minha mãe, ele deitou no pó. e espera pela consagração
do dia do Senhor, para que enfim, venha a despertar juntamente com
todos os remidos do Senhor no dia da sua gloria, para novamente ver a luz
definitivamente.
Não me entristeço em demasia com a morte, pois conheço os dois lados
da moeda e não costumo regar plantas mortas.
Em meu coração, pela constância de minha fé, eu creio na vida, e
crendo na vida,  apenas vejo a morte como algo que também passa.
Rego em meu coração a plantinha viva da fé que cresce em todos os sentidos,
Se assim não fosse, já estaria sucumbida na revolta, mas meu apreço pela vida
independe de ego;  pois o ego não nos deixa ver o inevitável,
 quando não enxergamos o inevitável, acabamos por nos perdermos em sofrimentos
que não muda o que já foi feito, e ao não conseguirmos mudar os acontecimentos,
nem voltar no tempo, acumulamos mágoas inúteis que causam sofrimentos duplos.
Sabedoria também é aceitação.
Meu lema: -O que está ao meu alcance, eu procuro fazer com muita determinação.
e o que não me compete, eu deixo para quem é Maior.
Se estou certa ou não, não cabe julgamentos, o que mais me importa, é seguir meus
próprios princípios e crença. O que eu tenho e o que me inspira, só servem para
mim, a minha fé também é para mim, ninguém anda com os meus pés, nem
ouve com o meu ouvido, nem sente com o meu coração, e nem entende com a minha
razão.
Assim como sei que se findará os meus dias na terra, assim também compreendo que
a morte não é definitiva, que ainda haverá uma oportunidade de  todos
os que ainda vivem e os que já sucumbiram a vontade da morte, juntos despertaremos
para a vida que desejamos, onde não mais se terá lembranças de dores.


Herta Fischer

















sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Última gota

Abandonei o meu ninho aos quatorze anos de idade, e
meus pais ficaram lá, a me observar de longe,
Tinha que aprender a me virar, até então como bola murcha,
Trabalhei em alguns lugares, em condições de escrava, sem
carteira assinada e muitas vezes sem salário.
Muitas vezes, me alimentei com miolo de pão e água,
mas era esta a minha porção, então não reclamava.
Era apenas um ser vivente.
Aos finais de semana rumava para casa, e achava um porto
seguro para descansar, o colo da minha mãe.
Chorava toda vez que tinha de deixá-la e voltar a luta.
Ao completar meus dezesseis anos, pela graça de Deus,
minha irmã mais velha arrumou um emprego numa fábrica e
me levou com ela. Agora com todos os benefícios.
No inicio foi difícil, quase que me mandaram embora, no
entanto, dei tudo de mim para aprender, e depois de algum tempo, dominava.
Tudo ia bem, mas passava de casa em casa, pagando mensalmente
um lugar para morar. Quase sempre acontecia algo e eu tinha que arrumar
outro lugar para ficar.
Aos dezenove anos aconteceu o que eu mais temera na vida, minha mãe,
sempre tão ativa, adoeceu.
E eu vi então, o que realmente era a vida, uma sucessão de lutas, e num determinado
 tempo, somos obrigados a encarar que tudo não passa de vaidade.
Minha mãe foi secando como um poço com pouca água, o liquido
tão precioso que é a vida, foi aos poucos se esgotando, até
transformar-se numa ultima gota que também secou.
E eu fiquei ali, parada, sem poder acreditar, pensei que mãe fosse eterna, e lá estava ela,
sem vida, apenas um corpinho frágil desgastado e sofrido, sem nenhum fôlego.
Não chorei a princípio, a dor que sentia não permitia que extravasasse,.
Deixamo-la então, deitada no pó, e assim como o vazio que a sua ausência deixou , um vazio em mim se formou, endurecendo meu coração, como se estivesse me transformando naquele mesmo
pó que a cobriu.
Porém, eu tinha que seguir, não tinha outro jeito, agora, fora de um jardim florido, eu
precisava me conformar em ser  apenas uma flor solitária perdida em qualquer lugar, num
lugar que não era meu.
Ao voltar para casa aos fins de semana, eu ainda esperava encontra-la a esperar por mim. Só que não,
da estrada onde podia ver a janela, eu não mais a encontrei, a janela se fechara para sempre.
Eu continuei, é preciso encarar a realidade, ainda havia muita água em meu poço e até que essa dor
passasse, eu precisava de toda coragem possível.
Procurei em muitos rostos uma compensação pela perda, mas, na verdade, esta é uma perda irreparável, e quanto mais me iludia, mais mal causava a mim.
Não via mais caminho, só uma névoa a cobri-lo, como se todos os caminhos se fechassem a minha frente, eu estava só.
Bom, em todo vácuo que se forma, alguma coisa o preenche, ao passar dois anos, uma outra pessoa entrou em seu lugar, meu pai não conseguiu caminhar sozinho.
E ai tive que encarar uma outra pessoa, completamente desconhecida, a usar todas as coisas que até então, eram da minha mãe. Não a culpava, porém não consegui amá-la.
Minhas visitas a minha casa foram diminuindo cada vez mais, porém não deixava de ir, por causa
do meu pai.
Eu me transformei naquela plantinha que vive sobre a sombra de outras árvores, miúda, solitária,
fraca, pois o sol não mais me alcançava, e a cada dia ia enfraquecendo mais e mais.
Porém, toda plantinha cresce e fica grande e alcança as copas de outras árvores enormes, e enfim,
chega mais perto do sol, e o sol a cobri-la a transforma, de fraca e miúda, a forte e eficaz.
Depois de muito sofrer, enfim achei o caminho, as névoas foram se dissipando, e o caminho se tornando mais nítido.
]Lógico que a gente encontra muitas criticas pelo caminho, para crescer é necessário enfrentar
os reveses, não mais como castigo, e sim., como ensino.
Ilhei-me muitas vezes, me perdi em pantanais de fraquezas e desalento, e sobrevivi.
Hoje já posso contar minha história, para lhes ensinar que passamos por tudo e um pouco mais, cada
um com a sua porção, mas a vida continua para alguns, quanto para outros se finda, até que  também em nossa fonte, seque a última gota.
Herta Fischer.