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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

domingo, 31 de julho de 2011

Ser poeta

Para ser poeta basta ter imaginação!
Fazer da vida letras para compor uma bela canção.
O sol torna-se um hino,
e a lua uma benção.
A natureza fala do que
está cheio o coração.
De amor tristeza e paixão.
de saudade e abnegação.
O poeta é ingenuidade
não conhece falsidade.
tudo é felicidade
tanto na vida no campo
quanto a vida na cidade.
Fala da rosa como se não fosse flôr
E seu perfume como se fosse de amor
E do mundo, como se não houvesse dor
de um beijo cálido e doce
Diz que é de um beija-flôr.
Do homem faz um herói
Da mulher uma princesa
da fraqueza uma vitória
e da alegria uma certeza.
Ser poeta é acreditar
que tudo pode mudar
na terra, no mar, nas estrelas
no que é triste tranformando em alegria
o que é feio ver a beleza.
Ser poeta é poder viajar
dum lugar a outro, num piscar
É ser feliz em todo lugar
È viver, sorrir e amar
sem nunca ter que chorar.
  autora: herta fischer

sábado, 30 de julho de 2011

Sempre é tempo

Eu conheci uma mulher que vivia sozinha, em uma casinha humilde, cheia de sonhos. Ela não era mais tão jovem, mas estava sempre tão cheia de vida.
Trabalhava muito, como se a palavra cansaço não existisse, e o trabalho que realizava deixava qualquer homem com inveja.
Estava sempre pronta a ajudar quem passasse por aquelas bandas precisando de alguma coisa. Tinha um coração do tamanho do mundo.,
Os cabelos já estavam tão brancos quanto sua alma preciosa, as pernas fraquinhas parecia não aguentar o peso do seu corpo, porém sua força parecia vir não sei de onde.
Tinha sempre um sorriso nos lábios e uma boa palavra para os quebrantados de coração, e um prato de comida quentinho no fogão, caso alguém chegasse com fome.
Mulher de fibra, sustentava-se sozinha, e ainda mandava mantimentos para os filhos e noras.
O trabalho que realizava não era tão fácil, o cabo da enxada contava os calos que tinha nas mãos, e as olheiras profundas contavam a história de quanto chão ela limpou.
Quantos pés de laranjeiras testemunharam suas lágrimas e suor, enquanto esperavam pela benção das mãos daquela mulher.
Quantas vezes eu a vi, empurrando uma carriola tão pesada, cheia de lenha e de esperança, nada podia deter a força daqueles braços que nasceram para brilhar.
Limpava as flores, cortava a grama, podava as árvores, colhia seus frutos, não desperdiçava nem um grão. Quando não comia dava aos outros, ou então fazia sucos ou geléias, sempre dava um bom destino pra tudo que colhia, ou plantava.
Quando  eu ouvia alguém reclamar de seu destino, sempre usava o exemplo da boa senhora que desconhecia a palavra descanso sem nunca reclamar.
Certa vez ela me contou que logo que se casára, seu marido a levou para um lugar bem distante, onde a casa era de madeira, não tinha nada para preparar a comida, nem sequer tinha um fogão. Apenas um latão velho e alguns poucos grãos de feijão.
Então, usando o conhecimento de sofredor, ela resolveu improvisar, cavou um buraco no barranco na largura de seu latão, buscou água no rio, acendeu o fogo, e quando seu marido chegou ao cair da tarde já comeu feijão quentinho. Ficou muito surpreso com a força de sua mulher, qualquer outra se desesperaria sem saber o que fazer, mas ela não! Dizia que quem quer, não sabe o poder que tem.
Eu queria deixar aqui registrado um pouco da vida dessa mulher, é uma forma de agradecer por tudo que aprendi com uma mulher tão grande num corpo tão pequeno. Seu nome era.........era Daura, porque infelismente já não está entre nós. Deixou uma saudade imensa em meu coração!

Autora: herta fischer

Coração solitário

Onde está quem eu vivo procurando?
Meu coração está desempregado!
Vazio, solitário e desenganado.
Pode morrer a qualquer hora
se não encontrar o seu amor
Mostre-me a direção que segue,
vou te encontrar aonde for
Não seja tão escondidinho,
reflita só um pouquinho.
E me mostre o seu caminho!
 
Autora: herta fischer

Comovente sensação

A simplicidade do amor me comove!
No pequeno e incompreensível gesto de um botão virando flôr.
Na chuva que cai sobre a terra, Incorporando sobre ela os seus renovos verdejantes.
No tênue sorriso de um viajante antecipando  a alegria da chegada.
Numa criança no colo da mãe, sugando no peito o soro da vida.
No sorriso que transborda do rio da vida.
Na amizade que desconhece falsidade.
Na simplicidade de um lar em festa.
No carinho da família que se abraça.
No aconchego de um coração que acredita.
Na fé que se tem no que não vê.
Na esperança daquilo que aguardamos.
No sol que não se cansa.
Na lua que vive mudando suas fases.
Na mãe natureza que nunca esconde sua beleza.
E na força que mantém vivo, todos que nela esperam.

   Autora: Herta fischer

Esse amor que me fascina

Meu amor por você é tão grande e destemido.
Atravessa mares e tempestades só no desejo de te encontrar.
É tão poderoso! Faz o tempo parar. Comete loucuras, muda o rumo, conserva-se puro só pelo poder de te amar.
Asas abertas, pulo certeiro, presa certa para meu coração.
Alegrias imensas, veias pulsantes diante dos presságios contagiantes de pura emoção.
Pensamentos incertos, estranha corrente, formando um elo difícil de separar.
Risos e delirios, vergonha e medo, ao ouvir sua voz a me encantar.
Tateando no escuro, com a ponta dos dedos, tentando desvendar seus mais intímos segredos.
Vou deslizando lentamente, como as águas de um rio querendo chegar a algum lugar.
Vou abrindo caminho, com palavras tiradas de uma bela canção.
Até encontrar o rumo seguro do seu coração.
Com a chave esculpida por anjos, abrir, entrar e para sempre te amar!
O amor é um mistério gostoso de desvendar.
Ainda mais quando tenho certeza que esse amor que me fascina tem um nome: O seu!
                   

Autora:   Herta Fischer

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Preconceito

É difícil falar sobre esse tema, especialmente quando nos referimos á preconceitos de pessoas que vivem como se fossem os mais certinhos do mundo. Mero engano: "Quem não tem pecado que atire a primeira pedra".
Todos temos defeitos que podem desagradar a outros, e não gostamos que falem sobre eles. Quando alguém quer nos aconselhar, mostrando o jeito certo de viver, a gente sempre acha que o nosso modo é o certo e que cada um deve cuidar de sua vida.
E é assim mesmo que tem de ser, desde que nossa atitude não prejudique nem interfira na vida de outrem. Não existe nada mais precioso do que a liberdade.
Estamos vivendo em um mundo muito dividido, e a causa é justamente a intolerância.
Mesmo que nossa causa seja diferente da maioria, mesmo assim não devemos usar a violência como forma de proteção.
A forma mais eficaz de proteçao é o amor. Quando olhamos pelos olhos do amor, acabamos compreendendo que o ser humano é cheio de fraquezas e medos, mas nunca devemos esquecer que somos seres humanos. Também estamos sujeitos a todo tipo de fraquezas.
Quem julga, acaba julgando a sí próprio e se condenando, porque podemos não estar fazendo o mesmo ato condenável, mas outros atos que ao ver de outras pessoas podem ter o mesmo peso de condenação.
Vamos brincar de vida?
Eu cuido da minha e você cuida da sua.
Cada um torna-se responsável pelas suas próprias escolhas. Se for bom para ele, ótimo, se não for, ninguém tem nada com isso.
O que eu penso ou sou, independe do que o outro pensa ou seja.
Se sou azul e o outro é amarelo, qual a importância disso na minha vida?
Se a sua religião é essa e a minha aquela, que te importa?
Se a preferencia de um é o leão, e do outro o cordeiro, o que muda para você?
Nada!
Não acrescenta nem diminue.
Continuamos vivendo, fazendo nossas escolhas, errando e acertando e nem por isso queremos ser punidos por isso ou por aquilo.
Então porque julgas ao teu irmão, se você mesmo não consegue encontrar sua própria direção?
Se fosse tão seguro de sí, saberia entender a fraqueza da carne, mostraria superioridade diante de pensamentos e atitudes que fossem diferente das suas.
Na natureza existem rios, vegetações, pedras, cachoeiras, areias, mares, ilhas, pássaros, animais. Pode observar, quantas variedades. Nem por isso ficam se matando ou agredindo uns aos outros?
Tudo existe por existir, algum propósito deve ter, e brigar para mudar é dar murro em ponta de faca.
Quanto mais se dá importancia para algo, mais importante esse algo será!
Viva a sua vida e deixe os outros viverem em paz.
Só assim, voce poderá realmente acreditar que poderá mudar o mundo. Mudando primeiramente sua postura diante da vida. Quando você muda, tudo muda á sua volta.
Se você for bom, tudo a sua volta será bom , mas se você for mal, viverá no meio da podridão e será contaminado por ela.  A escolha é sua! Escolha viver. Escolha amor, ao invés de ódio!


Autora: Herta fischer

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Simplicidade

Certo dia eu entrei em um templo para dar testemunho de minha fé. Enquanto falava, as pessoas que lá estavam me ouviam com atenção.
A emoção tomou conta de mim e as palavras fluíam facilmente, como se o que falava já estivessem escritas em meu coração. Era como se estivesse lendo ás páginas de um livro.
E...eu falava que:
A maioria das pessoas tem uma imagem distorcida de Deus. Só conseguem enxergá-lo quando estão diante de um problema sem solução.
Eu sei que sou tão pequenina, mas consigo vê-lo até mesmo enquanto estou com a barriga encostada numa pia, lavando a louça. Quando a água tão mansa escorre pelos meus dedos, eu nem consigo imaginar o quanto a mesma viaja pelos canos, nem quantas curvas, subidas, retas e descidas percorre até chegar em minha torneira.
Para muitos isso pode ser um processo simples, mas podemos imaginar o quanto pode ser belo crer que na simplicidade das coisas se esconde um Ser indiscutivelmente superior que não revela seu rosto, mas nunca esconde seu poder.
É através desse poder que observamos todos os dias podemos usufruir de sua presença.
Quase sempre esperamos que aconteça algo extraordinário em nossas vidas, imaginando um Deus que sacie nosso ego. Esquecendo que Ele vive nas coisas mais simples.
Temos um Deus que ama os  humildes, porque é na simplicidade que o maior amor se revela.
Enquanto os Judeus esperavam pela pompa de um rei, um menino nascia em uma pequena manjedoura, cercado por animais.
Cresceu em um lar simples, tendo um marceneiro como pai e uma dona de casa como mãe. Cristo não viveu  em ostentação, muito pelo contrário, a simplicidade foi característica da maior revelação da história da humanidade.
Suas vestes eram simples, andava a pé como a maioria de seu povo, e escolheu pescadores como discípulos.
Sempre ajudava os mais necessitados, justamente aqueles que não tinham como pagar, doava o seu amor sem peso nem medida.
È um amor do tamanho do cèu, não digo da terra, porque o amor não é terreno, os homens terrenos são maus, portanto o amor não emana da terra, e sim, do céu, onde se encontra o trono de Deus.
Esse amor infinito só se revela quando o Senhor passa a viver no coração daquele que pratica o amor e a caridade.
No coração que não faz distinção, que ama somente pelo prazer de amar.
Viemos do pó e para o pó voltaremos, não existe bisturí que prolongue a vida, nem dinheiro que compre tempo.
Ricos e pobres, brancos e negros, gordos e magros, bonitos e feios, nacionais e estrangeiros. Todos entraremos no vale da morte. A única esperança que podemos ter é crer que Cristo pagou nosso resgate com sacrificio de sangue, e é através desse sacrifício santo que receberemos o galardão da vida eterna.

Laços de amor

No recanto manso do seu coração
quero encostar minha vida,
Nas ondas sinceras do seu olhar
com os olhos fechados mergulhar,
Quero conhecer o seu caminho
para  ao seu lado caminhar.
Provar de seu carinho,
e em seus sonhos me embalar.
Quero conhecer os seus segredos
e todo seu corpo decifrar.
Vagar sem rumo pelo seu mundo,
provar da delícia de te amar.
Quero ser um poeta,
para em letras garrafais
escrever nosso romance,
no sabor de quero mais.
Me enlaçar toda em seu corpo
para nunca mais soltar.
com laços e fitas de amor,
carinho atenção e muito mais.
Porque a vida só vale a pena,
para aquele que sabe amar,
no encanto que o tempo não desfaz.

         autora: Hertinha

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Razão de tudo

Cai a noite e a terra cobre-se com seu vestido negro, escondendo-se da luz atrás de uma cortina de renda, e a beleza que a luz mostrava, torna-se apenas vultos ameaçadores.
As vozes barulhentas do dia se calam, para dar lugar as vozes noturnas. O dia transformou-se em noite e a luz em penumbra, e os corações dos quebrantados tornaram-se ainda mais negros.
Luiza caminha pela calçada lentamente, como se carregasse um peso enorme sobre seus ombros. Os olhos vermelhos de tanto chorar contam uma história de agonia e de dor, tão negra quanto aquela noite que se formou.
Ela precisou abandonar seu ninho, pois naquela idade, daquele tamanho, sentiu que já não cabia nele.
Seu pai, tão carinhoso e meigo, depois que se casou novamente, transformou-se em uma pessoa que ela não conhecia mais.
Ou era ela que não era mais aquela menininha que aceitava tudo com tanta facilidade?
Sua mãe morrera quando ela tinha apenas tres anos de idade, nem deu para sofrer muito, porque não entendera muito a perda. Lembra-se apenas de pessoas chorando, uma caixa grande onde sua mãe dormia...Depois uma ausência sofrida, uma dor reprimida.
Uma outra pessoa entrando por aquela porta, tomando conta de tudo, mandando em tudo. disputando com ela até mesmo o carinho de seu pai.
Foi assim que cresceu, meio abandonada, atordoada numa confusão de sentimentos que ninguém conseguia decifrar.
Seu pai sempre ausente, apenas supria suas necessidades materiais. Nada mais!
Foi assim até os dezessete anos de idade, quando conheceu Arthur.
Ele era um homem muito interessante, sabia falar, enganar e mentir como ninguém!
Quando o conheceu, ficou deslumbrada com seu jeito  manso de falar, deixou se envolver com elogios exagerados a sua pessoa, mas principalmente com o carinho com que era tratada, coisa que até então lhe havia faltado.
Entregou-se a uma paixão cega, não pensou nem em sí mesma, apenas deixou-se envolver pelos desejos do corpo. E a consequência foi mais que cruel.
Uma semana depois, ele havia desaparecido, sem dar qualquer explicação. Apenas virou fumaça!
Foi então que tomou uma decisão precipitada, movida pelo desespero de saber que estava grávida, grávida e sozinha!
Não podia contar com sua madrasta, ela só sabia colocá-la ainda mais para baixo, e tinha vergonha de dividir com seu pai sua tremenda burrice.
Então resolveu abandonar o ninho, ele já estava frio ha muito tempo, tão frio como seu coração naquele momento, quando sentiu-se traída, pela pessoa que fez tantas juras de amor.
Arrumou uma pequena mala, onde cabia seus sonhos, escreveu um bilhete que contava sua dor  e sem muito o que pensar, virou as costas e saiu.
A rua estava tão triste, rude e negra, as lágrimas quentes rolavam livremente naquele rosto tão bonito.
Tremendo de medo, seu olhar desviava das figuras sem expressão que se desenhavam sobre a penúmbra da noite, querendo aterrorizá-la ainda mais.
Pensou em tudo que viveu. Não era muito. O suficiente para lembrar que não muito longe dalí, numa cidadezinha pitoresca, morava a irmã de sua mãe, única tia que conhecia, portanto a única pessoa que poderia estender-lhe a mão.
Luiza caminha esgueirando entre as sombras. Está com muito medo.
Tenta buscar na memória a imagem de sua tia Lucia, esteve com ela apenas uma vez, e depois disso passaram-se tanto tempo.
Sabia que ela morava naquela cidadezinha, mas não tinha a menor idéia de onde!
Tremendo de medo e de frio, encolhia-se dentro de seu casaco cada vez que ouvia vozes, caminhando pelas ruas tão escura, temia pela própria segurança.
Pareceu-lhe que passara uma eternidade, mas finalmente alcançou uma rua mais iluminada, levou as mãos aos olhos, esfregando-o, até que se acostumou com as luzes mais fortes, percebeu, então, que havia chegado ao seu destino.
Por hora, estava satisfeita!
Procurou pelo balcão de informação, um rapaz simpático , saiu de uma pequena salinha para atendê-la.
- Pois não? Disse ele.
Com uma voz fraquinha Luiza apenas balbuciou:
-A que horas sai um ônibus para Franca?
O rapaz quase não ouviu o que Luiza falava, repetindo a pergunta temendo não ter ouvido direito.
-A que horas o ônibus sai para Franca?
Luiza olhou para ele desconcertada com a repetição. Ia responder, perguntando se ele era surdo, mas se controlou, nunca fora mal educada e não seria naquela circunstância que começaria a ser.
Levantando um pouco mais o tom da voz, murmurou: - Sim!
-Olha moça, o ônibus saí daqui, as cinco horas da manhã, ainda falta muito tempo. Tem certeza que quer esperar?
-Estou aqui para isso! Não atravessei a cidade inteira, passando por ruas escuras, para depois ter de voltar?
Foi então que o moço percebeu que Luiza estava com os nervos a flor da pele, sentindo pena da menina, resolveu não fazer mais  perguntas, apenas convidou-a á sentar numa poltrona dentro da salinha de espera.
Sentia-se menos aflita naquele momento, porque sabia estar segura, nenhum malandro se atreveria molestá-la dentro daquela sala, e o moço da recepção estava logo alí ao lado.
Fechou os olhos para descansar um pouco. Sabia que a adrenalina não a deixaria dormir, também temia a reação do pai quando desse pela falta dela.
Era um pouco por culpa dele ela estar naquela situação, nunca tiveram muitos amigos e também nunca falaram sobre assuntos considerados perigosos, apenas falavam o necessário.
Se ela soubesse que poderia engravidar na primeira relação, teria tomado mais cuidado. Mas, ninguém a avisou!
Ela sabia estar grávida apenas pelo fato de ouvir algumas amigas do colégio falarem da preocupação com o atraso da mestruação. E o dela estava atrasado. Então não restava nenhuma dúvida quanto a isso.
Enquanto Luiza cochilava um pouco. No outro lado da cidade Frederico colocava suas coisas em uma pequena mochila, estava bastante excitado com a idéia de tornar-se independente.
Sua mãe entrou no quarto naquele instante, olhos brilhantes, parecia ter chorado.
Frederico a abraçou comovido, alisando seus cabelos, num tom bem carinhoso falou: -Mãe, não quero que se preocupe comigo, eu vou ficar bem!
Prometo para você que sempre que tiver folga nesse meu novo emprego, venho te ver!
Nora  se soltou do abraço do filho, tomou suas mãos nas suas, e meigamente lhe disse: -Eu sei que você é um bom menino, nâo é por isso que estou agoniada. É que já estou sentindo a sua falta!
-Eu também sentirei muito a sua falta, mas sei que preciso me soltar desse laço, já é hora de fortalecer minhas asas, porque nem sempre temos os pais do nosso lado.
Nora não respondeu, apenas fêz um movimento  de consentimento com a cabeça.
Frederico pegou a mão de Nora, jogou seus sonhos sobre as costas e foram caminhando em silêncio até a garagem.
Poucos minutos depois estavam se despedindo na roviária.
Nora arrumou a gola da jaqueta de Frederico, espanando suas costas com as mãos, e num fio de voz fêz uma oração.
- Que Deus te proteja, meu filho. Mande um abraço para Lucia!
Frederico não se conteve, e num momento bem emocionado, beijou sua mãe na testa, foi soltando do abraço bem lentamente até as pontas dos dedos, e virando as costas saiu apressadamente sem olhar para tráz.
Luiza ouviu sons de passos no corredor, naquela hora os passageiros já se apressavam para o embarque. Levantou os olhos por cima da mureta que a separava do corredor e viu um moço pelas costas, estava muito apressado, deu apenas para reparar na côr da mochila. Devia estar na hora de seu embarque.
Tirou o celular da mochila, o relógio marcava quinze para as cinco. Levantou-se, foi até o banheiro, jogou água no rosto, olhou-se no espelho e não gostou do que viu.
Um rosto cansado, os cabelos ruivos emaranhados entre a jaqueta.
Passou a escova nos cabelos, um batom nos lábios, e estava renovada, caminhou então para o guichê para comprar a passagem.
As filas já começavam a se formar, procurou o local onde vendia passagem para Franca.
A sua frente estava aquele rapaz que chamara sua atenção momentos antes, reconheceu pela cor da mochila
largada em suas costas.
Alguns momentos depois estava entrando no ônibus.
Ficou feliz ao perceber que sentaria ao lado do jovem da mochila côr de carne, assim poderia puxar conversa e a viagem não seria tão desgastante.
O moço sentou-se na poltrona da janela e Luiza aproveitou para iniciar uma conversa:
-Você se importa de trocar de lugar comigo?
Frederico olhou para a moça meio contrariado, pois gostava de viajar curtindo a paisagem, e estava satisfeito por conseguir aquele lugar. Porém ao encontrar um par de olhos tão expressivo, numa garota linda de doer, apenas levantou-se e abriu caminho para ela passar.
Já sentados confortavelmente, Frederico resolveu quebrar o silêncio:
Meu nome é Frederico, mas pode me chamar de Fred, e o seu nome, pode me dizer?
-Luiza! Ela falou meio sem jeito.
- Vai a Franca a passeio?
- Vou procurar uma tia!
-Procurar? - Então não sabe onde ela mora?
-Pior que não, não tenho a menor idéia de onde ela mora. Só sei que se chama Lucia de Alcantara.
Um belo sorriso se desenhou no rosto de Frederico, não acreditando na coencidência,
-O destino é mesmo de arrasar!
-Porque diz isso?
- Acredite ou não, eu também vou para a casa de uma amiga de minha mãe, e o nome dela é Lucia de alcantara!
Luiza olhou para o moço sem acreditar no que ouvira, num tom de surpresa quase que gritou:
-Você está falando sèrio, ou está brincando comigo?
-Estou falando serissimo, parece brincadeira mas não é, estou tão surpreso quanto você!
Então Luiza despejou uma enxurrada de perguntas:
-Como ela é, faz tempo que a conhece, em que bairro ela mora, ela tem filhos?
-Hei, uma pergunta de cada vez!
-Desculpe-me, eu fiquei muito empolgada, não conheço bem minha tia, aliás, só a vi uma vez, e eu era apenas uma menina.
-E como você acha que chegaria até ela?
-Sinceramente. Não pensei nisso!
Frederico olhou para ela desconfiando de sua sanidade mental, como alguém vai para uma cidade desconhecida, procurar uma pessoa sem rosto, sabendo apenas seu nome?
Resolveu deixar esse assunto para depois, porque a moça ainda esperava pelas respostas:
-A Lucia é uma mulher muito bacana, foi ela e seu filho que arrumaram um lugar para eu ficar, e um emprego também. Ela é amiga da minha mãe já faz um bom tempo, embora tenham mais contato por telefone. O filho dela dá um pouco de trabalho, não para em emprego e é um pouco galinha.
-Que quer dizer um pouco galinha? Ela perguntou sorridente.
-Quer dizer que é mulherengo!
-Ah, sei!
Ela não soube explicar direito nem para ela mesma, mas de repente perdeu toda vontade de saber da vida da tia, queria era saber um pouco mais da vida daquele rapaz tão envolvente, porque homem galinha, infelismente ela já conhecia muito bem. E a prova estava dentro dela.
Frederico resolveu quebrar o silêncio perguntando:
-Posso saber no que esta pensando?
-Mais ou menos, estou pensando no meu pai e em alguns segredos que ainda não posso revelar.
-Nossa! - Não posso imaginar que uma pessoa tão linda e tão jovem possa ter um segredo tão cabeludo que não possa revelar.
- Não é que não possa revelar, eu até posso, mas ainda não é o momento.
Luiza achou melhor mudar o rumo da conversa:
-Você tem irmãos?
Frederico coçou a palma da mão antes de responder :
-Não, sou filho único. fui adotado por um casal que não podia ter filhos!
-Desculpe, não devia ter perguntado!
-Não, tudo bem, eu consigo lidar bem com isso, amo demais minha família, sou muito grato a eles por tudo.
-Que bom!
Luiza fechou-se novamente em sua concha de pensamentos, imaginando como estaria seu pai. Será que já havia lido seu bilhete. Se leu, porque aida não ligara.
Parecendo ler seus pensamentos o celular tocou. Ela apenas verificou o número, fechou o aparelho contrariada e continuou calada.
Era o número de sua casa, provavelmente era sua madrasta querendo saber dela, mas por enquanto ela ainda não queria dar notícias suas, queria que sofressem um pouco.
O tempo passou depressa, logo entraram na cidade, e ela relaxou um pouco, aproveitando para curtir a paisagem que ía se desenhando  no vidro do ônibus enquanto ele passava entre árvores e casas.
Frederico chamou  sua atenção perguntando :
-Está gostando da cidade?
Antes que ela pudesse responder o ônibus deu um solavanco, passando por um quebra mola.
E luiza respondeu a pergunta de frederico;
-Linda, mas meio violenta.  E os dois caíram na gargalhada.
Era a primeira vêz que Luiza conseguia sorrir desde que saiu de sua casa. e frederico amou aquela boquinha que mostrou para ele dentes tão branquinhos. E pensou consigo mesmo, que amaria ainda mais se pudesse unir os seus lábios aos dela.
Chegaram á rodoviária, quando já haviam desembarcado, Luiza resolveu ligar o celular, nem tinha devolvido o aparelho na bolsa e ele tocou.
Luiza olhou para o visor, embora já soubesse que a ligação era de casa, então resolveu atender.
-Oi! disse ela meio contra gosto. Do outro lado da linha uma voz alterada quase gritando;
- Luiza, onde você está, e o que significa aquele bilhete dizendo que saiu de casa?
-Pai, eu acabei de chegar em Franca, estou indo para a casa da tia Lucia, depois eu ligo para te contar mais detalhe.
O pai de Luiza esbravejou:
-Como assim, na casa de sua tia em Franca, e para isso precisou fugir de casa, porque simplesmente não falou conosco. Não seria mais coerente, quase nos matou de susto?
-Pai, depois, por favor, depois, sim? E desligou o celular.
Frederico perguntou a ela se queria pegar um taxi, e ela respondeu que não. Queria andar um pouco.
Os dois sairam da rodoviária em silêncio, Luiza apenas seguia os passos de Frederico, olhando para todos os lugares, mas sem prestar muita atenção em nada.
Depois de alguns minutos Frederico quebrou aquele silêncio dizendo que já estavam na rua da casa de sua tia.
Mas foi Luiza quem descobriu sozinha qual era aquela casa, apontando com o dedo disse: -Aquele carro...
É aquela a casa não é?
-È aquela casa sim! Disse surpreso. -Como você sabe?
-Não sei´! - Mas aquele carro eu conheço!  È o carro do meu pai, só não sei como ele chegou aqui tão rápido.
- Você fugiu de casa?
- Digamos que saí sem dizer para onde iria.
Luiza e Frederico se aproximaram  e encontraram o pai de Luiza, a madrasta e a tia numa pequena reunião no jardim de entrada da casa.
Logo que o pai percebeu sua presença, parou de falar com sua cunhada e virou-se para o portão dizendo:
-Aí está a fujona. Que bonito Hein!
´Luiza engoliu em seco. Precisava encontrar alguma desculpa para dar aos seus.
Apenas conseguiu balbuciar: - O que vocês estão fazendo aqui, como chegaram tão depressa, como descobriram que eu viria para cá?
O pai de luiza estava furioso, respondeu suas perguntas com outras perguntas:
-Você é uma criança que se acha muito esperta mesmo. Tem certeza que não sabe porque estamos aqui,
nem como chegamos antes de você, e que realmente não descobriríamos para onde você viria?
Nòs estamos aqui por sua causa, viemos de carro, e o lugar era tão óbvio.
Luiza fazia uma cara de quem não estava entendendo nada. E o pai perdendo a paciência, pegou o seu braço, obrigando-á a sentar-se ao seu lado no pequeno banquinho do jardim.
-O que passou pela sua cabeça Luiza? Fale, Pelo amor de Deus!
- Luiza precisou reunir toda a sua força para mentir para seu pai, como se fosse uma santinha abaixou os olhos para falar:
-Eu precisava sair um pouco de casa, queria cortar os laços que nos une, preciso crescer, voar...Você entende?
-Não, não entendo! Em nossa casa você tem tudo, nós nunca deixamos lhe faltar nada, porque isso agora, qual é o motivo dessa rebeldia toda?
_-Pai, todos acham que ter tudo é vestir-se bem, ir á escola, ganhar presentes caros, ter o que comer... E por algum tempo isso nos basta, mas conforme vamos crescendo enxergamos além dessas necessidades básicas. Precisamos de muito mais para ser feliz! Queremos voar mais alto, explorar outros lugares, conhecer outras pessoas, errar também, porque não! 
Falou isso mais para aplacar sua consciência referindo-se ao seu próprio erro...-Só assim podemos crescer sem medo, não usando os pais como muletas, e não os culpando pelos nossos fracassos.
Seu pai quase que a olhou com admiração, não fosse o fato de ela ter saido de casa dessa forma, fugindo.
-Não seria mais decente de sua parte ter falado dessa forma antes, eu até poderia ter compreendido. Se mostrasse com sinceridade a vontade de vir conhecer sua tia, eu mesmo te acompanharia.
-Desculpe pai, fiz tudo errado, eu.... Não! Ainda não estava confiante para contar a seu pai toda a verdade.
Apenas se limitou a dizer: -Eu te amo, me deixe ficar por favor, eu preciso de um tempo,
Seu pai sorriu e a abraçou dizendo: - Está bem, vamos conversar com sua tia, com toda essa história até me esqueci de apresentá-la.
Depois das apresentações a tia de Luiza os convidou para entrar e tomar um café, enquanto a mulher foi para a cozinha Luiza teve uma conversa com a madrasta:
-Neide, me desculpe por tudo, eu agi como uma criança nestas últimas horas, você sempre foi muito legal comigo; eu confundi tudo, agora compreendo, sempre tive ciume de você, do lugar que você ocupa na vida do homem mais importante da minha vida.
Os olhos da mulher a sua frente encheram-se de lágrimas, muito emocionada ela falou:
-Eu é que tenho que pedir perdão, também falhei com você, principalmente em deixa-la longe da família de sua mãe. Mas, já conversei com seu pai e resolvemos consertar isso.
-Sim, Papai já me deixou ficar aqui por um tempo, e eu sou muito grata por isso, mas estou muito curiosa em saber como conseguiram chegar aqui antes de mim, se falei onde estava a apenas alguns minutos.
Sua madrasta olhou para ela e falou com um jeito divertido:
-Viemos voando. Brincadeira! Quando conseguimos falar com você pelo celular, nós já estavamos aqui, seu pai  e eu, logo que percebemos sua fuga, desconfiamos que você só poderia vir para cá.
-Vocês me conhecem tão bem assim?
-Você ainda tem alguma dúvida de que te amamos?
-Não.  Nenhuma dúvida!
Enquanto tomavam café numa saletinha bem simpática, a tia de Luiza colocou a mão na cabeça exclamando
com uma certa insatisfação: -Meu Deus!
-Todos olharam para ela sem entender, mas foi Luiza quem perguntou: -Que foi Tia, algum problema?
-Fred. Esquecemos completamente dele!
- Luiza quase teve um ataque do coração, como pudera esquecer alguém que fora tão importante para ela naquelas ultimas horas.
-Onde ele está?
Ambas chamaram por ele quase que ao mesmo tempo, como não obtiveram resposta, começaram a procura-lo pela casa.
Foi  a Lucia que o encontrou dormindo no sofá da sala, seguido logo após por Luiza que colocando o dedo sobre a boca fêz um pedido  de silêncio para sua tia. Quando se preparavam para se retirar, Fred abriu os olhos e meio sonolento, passou as mãos pelos cabelos se desculpando:
-Eu acabei dormindo, estava muito cansado, desculpe!
Luiza olhou para ele com uma certa ternura no olhar, ao vê-lo alí tão desprotegido, mas foi sua tia quem primeiro falou:
-Eu é que peço desculpas, esqueci completamente de você. Não estava esperando tantas visitas e acabei me envolvendo demais na situação.
Luiza também aproveitou para fazer seu discurso, pois sentia-se muito mais culpada do que sua tia por aquele episódio:
-Fred, eu tive uma ótima viagem graças a você, também graças a você cheguei aqui sem precisar me extressar procurando o endereço em listas telefônicas, Não me perdôo por ter niglegenciado sua amizade desse jeito, mas a situação foi tão inusitada que acabamos por esquecer que você poderia fazer parte de nossa conversa, sem problemas. Porque veio se refugiar aqui, porque não ficou lá conosco?
Fred muito educadamente explicou suas razões:
-Eu achei melhor não, era um assunto de família e seu pai poderia ficar meio constrangido em ter um estranho entre vocês.
Lucia balançou a cabeça contrariada. -De jeito nenhum meu filho, você já é de casa, é que com essa confusão toda eu acabei esquecendo completamente de você. Mais uma vez aceite minhas sinceras desculpas.
Fred segurou a mão daquela mulher tão bondosa e falou com carinho: -Estão desculpadas!
Lucia e Luiza quase que carregaram Fred até a copa, logo após terem feito as apresentações, carinhosamente luiza contou em detalhes a sua viagem e a forma com que conheceu seu amigo.
Logo após, os pais de luiza se despediram e voltaram á cidade em que residiam.
Lucia levou Fred até o comôdo em que iria ficar, Luiza os acompanhou, querendo aplacar um pouco a culpa que sentia por tê-lo esquecido enquanto resolvia seus problemas.
Deixando seu amigo nos seus aposentos, Lucia também apresentou o quarto que Luiza iria ocupar dizendo-lhe com carinho:
-Você ficará no quarto de hóspede. Embora seja pequeno, acho que ficará bem aqui. Poderia te oferecer o quarto do meu filho que está vazio, mas acredito que ele voltará em breve, e é muito chato ficar mudando de lugar á toda hora.
-Tia, você jé está fazendo muito me aceitando como hóspede, e o quarto está ótimo. Muito obrigada!
Tão logo sua tia a deixou sozinha, Luiza Fêz um balanço sobre seu dia que fora extremamente exaustivo. Pensou em tudo o que tinha acontecido nos ultimos dias e ficou chocada com suas próprias lembranças:
Conhecera Arthur na saída da escola, logo que o viu sentiu uma forte atração, e parecia que o mesmo tinha acontecido com ele. Porém logo que aconteceu o primeiro beijo, ela já sentia o perigo daquela relação.
Ela era inexpêriente e ele parecia um deus fazendo ela se sentir no paraíso. Tão depressa quanto o sentimento vieram as carícias ousadas, e obviamente com o calor das caricias acendeu-se o fogo.
E a consequência... Ela nem quiz relembrar, era muito dolorida.
As lágrimas quentes deslizavam sobre sua face, quando começou a lembrar que depois de consumado o ato do acasalamento, simplesmente ela esperou por ele dias e dias, e ele  desapareceu sem nenhuma explicação.
Um mês se passou desde então, ela ficou tão desesperada, com medo que estivesse grávida, porque na sua imaturidade, nem pediu para ele usar preservativo, crendo que a iniciativa deveria ser dele. Conclusão: Tremenda burrice!
Foi pensando nisso que acabou adormecendo.
No dia seguinte acordou bem cedo, um pouco indisposta, não conseguindo permanecer na cama por mais tempo, resolveu levantar. Encontrou sua tia tomando o café da manhã, logo que percebeu sua presença, saudou-a com um belo sorriso:
-Bom dia! Dormiu bem minha pequena?
-Bom dia pra você também! Dormi sim, muito bem obrigada.
A tia notou nela imensas olheiras, e sem mais delongas fez um comentário:
-Parece que a noite não foi tão boa assim, você não me parece tão bem!
-Acho que foi o cansaço e também o fato de não  estar acostumada com o lugar,,,Nem com a cama, acordei com um pouco de dor de cabeça.
-Tome o café que o seu mal deve ser fome.
Permaneceram a mesa por algum tempo enquanto Lucia derramava uma enxurrada de perguntas, e Luiza apenas respondia balançando a cabeça consentindo ou negando.
A conversa não fluiu como o esperado, então sua tia levantou-se dizendo;
-Eu preciso sair um pouco, tenho compromissos, você se importa se ficar sozinha um pouco?
Luiza respirou aliviada antes de responder, e sua tia percebendo que algo estava errado, abraçou-lhe sussurrando ao pé do seu ouvido: -Não se preocupe, eu entendo que não temos muita intimidade para conversarmos, entendo que você se sinta meio presa, mas logo isso passa e poderemos nos tornar grandes amigas.
Luiza fotaleceu ainda mais aquele abraço, sentindo a sinceridade da tia.-Sim eu sei que vamos ser grandes amigas, desculpe-me, eu realmente estou um pouco indisposta hoje.
Logo que a tia fechou a porta e saiu, Luiza foi para a cozinha fazer um chà, sentou-se numa cadeira pra sabore-á-lo um tanto sem expressão. Foi quando notou que a porta se abriu, pensando ser sua tia que tinha esquecido alguma coisa, virou-se para trás pronta para dizer algo, mas o que viu em seguida a deixou sem palavras, pigarreando como se estivesse engasgada conseguiu emitir apenas um som quase que inaudível:
-O que você está fazendo aqui?
O homem estava branco como cera, quase tão surpreso quanto ela, a voz lhe saiu da garganta um pouco tremida:
- Eu moro aqui! Não vai me dizer que você é minha prima ?
-Então.....Você é....
-Arthur... eu sou Arthur, filho da sua tia Lucia!
-Não pode ser...Como? - Esse é o problema, todos se referiam a você como filho da Lucia. Ela fechou os olhos pensando ser um pesadelo, mas quando os abriu, ele estava alí bem na sua frente e era absurdamente real. tão real que a deixava sem ação.
Já refeito da surpresa ele falou com sarcasmo: -Ora, ora,,, Então é realmente a priminha de que tanto falam, que coencidência!
- Eu preferia que fosse um pesadelo, seu cafajeste, Porquê? Eu fico me perguntando a toda hora. O que fez você sumir da minha vida , sem nenhuma explicação?
-Eu não queria compromisso, e geralmente, mocinhas virgens feito você sempre sonham com casamento. Deixam a gente louco, depois se fazem de santinha, jogando a culpa sobre os nossos lombos, querendo forçar um matrimônio, Então eu fujo. Não quero isso para mim.
- Se não quer compromisso, ao menos deve pegar alguém com mais experiência, não acha?
Debochando dela ele diz:
-O que vier eu traço!
Luiza não conteve sua fúria, levantando o copo, jogou o lìquido no rosto do primo, como se aquilo aliviasse a vergonha e o desprezo que estava sentindo por sí mesma.
Não esperou ele recobrar da surpresa, enquanto ele passava a mão pelo rosto proferindo palavras sem sentido, ela saiu correndo e se refugiou no quarto de seu amigo Fred, que naquele momento estava em seu novo tabalho.
Não soube quanto tempo permaneceu alí, estagnada, parecendo um defunto vivo sem energia e sem vontade nem de pensar. Alguém entrou, ela estremeceu, pensando que pudesse ser Arthur, mas logo resprirou aliviada, reconhecendo a voz que alegremente lhe saudou:
-Luiza! Que bom você estar aqui  me esperando,
-Oi, Fred, desculpe por ter invadido seu quarto assim, mas eu precisava me esconder,
-Esconder? Fred balbuciou meio sem entender.
-Sim, disse Luiza: -Você não sabe o que aconteceu?
-Se você não me contar? Até parece que viu fantasma!
-Antes fosse. Você lembra quando te falei que estava fugindo, pois é, estava fugindo de mim mesma e.... de alguém que tinha conhecido na nossa cidade... Esta pessoa não sabe quanto mal  me fêz....Eu... vou te contar tudo.
E Luiza começou a contar seus segredos a Fred, que ouvia sem interromper a narrativa, Luiza parecia nervosa e descontrolada, falava sem parar:
-Então, hoje o destino novamente me preparou uma cilada, ultimamente minha vida virou uma coencidência só, Eu tentei fugir dos meus problemas, mas acabei reencontrando a causa,
Fred olhava para Luiza sem entender o que estava acontecendo, resolveu então tirar suas dúvidas:
-Luiza, não dá para você ser mais objetiva. Você me contou do seu romance frustrado, até aí eu entendi.
Só não estou entendendo essa sua preocupação, quem nunca amou alguém e por um motivo ou outro, ficou a ver navios?
-Luiza não parava de esfregar as mãos uma na outra, não sabia como dizer ao jovem que aquele romance lhe deixou uma marca pelo resto de sua vida. Foi então que diante de tanto extresse, ela sentiu algo...Algo que escorreu por suas pernas, era um liquido quente e abundante. Não conseguiu disfarsar e deu um grito que assustou seu companheiro:
-Não pode ser? E correu para o banheiro:
Constatou então seu equivoco, não estava grávida nada, apenas um atraso na mestruação...um atraso que provocou uma confusão danada. E agora? Pensou consigo mesma. O que que eu vou fazer?
Não encontrou outro meio a não ser deixar a porta entre aberta e chamar por socorro:
-Fred, por favor venha até aqui um pouco!
Fred levantou-se preocupado com o chamado, temendo que ela pudesse estar passando mal, chegou na porta do banheiro e ouviu o pedido de Luiza: -Por favor, dá pra você ir na famácia comprar um pacote de absorvente e trazer aqui para mim, aconteceu um acidente...
Foi então que Fred entendeu o motivo pelo qual Luiza estava tão estranha. Era apenas tpm. Então foi até a farmácia mais próxima e voltou com o pacote entre as mãos, entregando a luiza pelo vão da porta entre aberta.
Voltou para a sala e sentou-se no sofá, esperando por ela.
Tão logo se recuperou da surpresa, desta vez muito agradável, pensava ela, voltou para a sala que compunha o quarto de Fred. Mas não sentou -se no sofá, e sim na cama de Fred.
Olhou para o amigo com uma carinha de fazer dó, e mansamente começou a falar:
- Eu acho...que é a terceira vez que lhe peço desculpas hoje, não quero que pense que sou maluca.
Eu estava pensando que estava gràvida...Pronto. falei!
Fred começou a rir sem parar, Contagiando Luiza que também começou a rir.
Luiza parecia uma criança levada, ficou com a buchecha vermelhinha, combinando com seu cabelos também avermelhados. Ao constatar que isso mexia com ele. Fred parou de sorrir e ... levantando-se de sua poltrona, sentou-se ao lado de Luiza na cama. Segurou a mão de Luiza entre a dele e começou a falar com ternura:
-Menina, você é tão jovem e bonita, mas tão confusa. Conte-me, por qual dos motivos está tão assustada, não pode ser só porque pensava estar grávida. Há muito mais por trás dessa sua história, Vai. Me conta, mas dessa vez sem esconder nada.
Luiza então contou sobre o encontro com seu primo Arthur e que era ele o homem que a deixou tão abalada.
-Fred, eu estou tão assustada. Não posso falar isso para minha tia sem magoá-la, também não posso fugir de novo, preciso encarar tudo isso como adulta. Me ajude!
-Luiza, você é tão jovem, deve encarar a vida com determinação. Tem coisas que acontecem e que não cabe a nós entender, e nem tudo corre conforme o esperado. Você deve esquecer essa dor e tocar sua vida em frente, sem mágoas ou ressentimentos.
Não deve envolver sua tia nisso, deixe a culpa para o Arthur, acredito que ele não deve estar bem, sabendo que enganou a própria prima. Volte para casa, esqueça tudo isso, afinal, Graças a Deus esse caso não trouxe um problema maior, pior seria se nessas circunstância você estivesse realmente gràvida, aí a coisa seria diferente.
Luiza refletiu sobre o que o seu amigo falou e concluiu que ele estava com a razão. Não seria necessário mais confusão. além do que ela já havia desencadeado, portanto voltaria para casa da tia.
E foi o que fêz de cabeça erguida.
Entrou pela porta dos fundos, encontrou a tia na cozinha, sentindo um cheiro delicioso de comida, alegremente falou:
-Oi!! Que cheiro é esse?
-Bom né!  Estou preparando um jantar especial para comemorar a volta do seu primo.
Vocês já se encontraram?
-Sim, nos já nos encontramos logo cedo, depois que você saiu,
-E o que você achou do seu primo? Ele é bonito né!
Luiza acabou rindo do jeito que sua tia falava e falou de um jeito brincalhão:
-Né, ele é muito charmoso e gostaria que soubesse que eu já o conhecia!
Lúcia olhou para ela sorrindo e balançando a mão num gesto de... deixa de brincadeira.
-Não tia, não é brincadeira, eu o conheci a mais ou menos um mês e meio, em nossa cidade.
-Como?
-È, mais uma coencidência na minha vida, o encontrei num barzinho perto da escola em que estudava, costumava ir lá com as amigas depois da aula, e foi num desses dias que conheci o Arthur. conversamos muito e depois tivemos vários encontros, porém jamais poderiamos imaginar que fossemos parentes.
-Agora eu estou me lembrando, o Arthur me disse que esteve na cidade de Batatais da última vêz em que esteve aqui, mas, não me disse nada sobre nenhuma garota não.
Acho que não teve muito tempo, porque passou por aqui tão rapidamente, como você sabe como representante no setor de alimentos, ele vive viajando.
-Eu sei tia, realmente nossa amizade...não foi muito importante.
A tia de Luiza estava um pouco atarefada naquele momento com muitas coisas no fogo, então para não chatear a sobrinha dizendo isso a ela, resolveu dar uma sugestão:
-Porque você não toma o seu banho antes do jantar?
Luiza concordou com um aceno de cabeça e foi saindo devagar em direção ao seu quarto.
Quando estava prestes a entrar, ouviu a voz de Arthur logo atrás dela:
-Luiza, podemos conversar um pouco?
Luiza sentiu um frio no estômago, respirou fundo, segurou a gola de sua blusinha com força e voltou-se para o primo:
-Podemos..... Acho que temos alguns assuntos pendentes.
Arthur olhou para a prima, depois baixou os olhos meio envergonhado diante daquele olhar tão suave.
-Eu... queria pedir perdão, fui um tolo, ou melhor, sou um tolo, sempre digo o que não devo, e me meto em confusão. Só que desta vêz, estou provando do meu próprio veneno. Você não merecia!
-Olha Arthur, eu fiquei muito chateada com você...quase que te odiei, mas agora...Vejo que, não tenho nenhuma razão para te culpar, você não me forçou a nada. Tudo o que aconteceu entre nós, embora agora saiba que foi um erro, foi porque eu também quis. Então não há o que desculpar, a não ser o jeito que você se referiu a isso, como o que vier eu traço..Isso foi cafagestagem de sua parte.
-Eu sei Luiza, as vezes eu falo o que não quero, principalmente quando sou pego de surpresa, e ainda mais dando de cara com você na minha casa, descobrindo que fui cafageste justo com minha prima. Isso foi demais para mim.
-Bom, eu acho que devemos esquecer esse episódio e tocar o barco em frente, quero que saiba que contei para sua mãe que já nos conheciamos, só omiti o fato de que tivemos um caso. eu não quero magoá-la, e espero que você também não queira magoar a sua mãe. Da minha parte está tudo esquecido, só não espere de mim nada mais que amizade.
-Obrigado Luiza.
Depois dessa conversa, os dois se encontraram à mesa do jantar e fizeram de conta que aquela história nunca aconteceu.
Muitos dias se passaram desde aquela conversa com seu primo, e tudo voltou ao normal, Luiza fazia muitas visitas ao quarto de Fred, e aquela amizade começou a transformar-se em algo mais. Até que um dia:
- Fred, eu queria lhe dizer que você se tornou muito importante para mim, Mais do que você possa imaginar.
Fred olhou com ternura para aquela menina que estava começando a tornar-se mulher e meigamente lhe disse:
-Eu também sinto o mesmo há muito tempo, só não lhe falei porque não queria te forçar a nada, senti que você precisava de um tempo, mas agora...
Os olhos de Luiza tinha um brilho nunca vistos antes, era a luz de um amor verdadeiro e cheio de emoção, e naquele momento dois lábios se uniram na mais doce promessa. Um amor nascido no meio de uma confusão de sentimentos, que pela magia do destino se intensifica e toma  proporções infindaveis.
E o que aconteceu depois, é muito íntimo para que se possa relatar, então vou deixar na imaginação de cada um, porque todos nós já vivemos ou vamos viver ainda um grande amor.
Fim                                                                   

                                                                  autora: Hertinha
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