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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

sexta-feira, 20 de março de 2015

Modelo de conduta

Fala-se muito em tempos passados, muitos
acham que foi o melhor tempo, pois
era o tempo em que éramos jovens. Então, é natural
que digamos ser a  melhor época.
Me lembro da ditadura, é não existia  só ditadura militar,
havia ditadura entre a humanidade mesmo.
Não podíamos falar certos assuntos com os nossos
pais, eles eram extremamente fechados.
Na adolescência, precisamos desesperadamente
de informações, para construirmos nossa identidade,
no entanto, tínhamos que nos resolver sozinhos.
Precisávamos  domar a própria curiosidade, e também
a nossa natureza.
Me lembro que, já mocinha, a nossa vontade de estar
agrupados com pessoas da mesma idade, fazia com
que, naturalmente, procurássemos pela amizade dos
rapazes, e meu pai  não podia nos ver conversando com
os do sexo oposto, e quando o questionávamos sobre
o porque da proibição, ele apenas dizia: - É assim que
começa!
Começa o quê? O namoro? E como namorar sem conhecer?
E como saber se não nos contavam?
A forma de criação era totalmente arcaica, vivíamos para
o trabalho, e eles traziam o mesmo modelo dos seus pais e avós.
Não digo que hoje, temos um modelo ideal, pois devíamos
aprender que somos nós os responsáveis por aquilo que fazemos,
e quando Deus nos deu a oportunidade de fazer seres, Ele esperava que
nós pudéssemos, enfim, usar de todo o bom senso para formá-los.
E mais uma vez nos perdemos, não copiamos o modelo arcaico
de nossos pais, criamos outros métodos, e talvez seja ainda mais
nocivos que o deles.
Por acreditar, que, talvez, viveríamos bem melhor se tivéssemos mais
liberdade, cometemos tantos excessos em relação a liberdade na qual
conduzimos a educação dos nossos filhos.
Toda instituição precisa de algum líder. É assim que funcionam até
entre os animais irracionais.
E nós abrimos mão da liderança, por amor, ou por conveniência,
sei lá! É bem mais confortável para nós, observar de longe, sem
maiores envolvimentos, deixar o barco seguir seu curso, sem
direção, pois usar os remos exige trabalho.
E o resultado estão ai..Jovens perdidos, procurando o que lhe negamos,
o verdadeiro sentido do amor!  Pois liberdade não é afeto, afeto é direção.
Tratamos as crianças e os adolescentes como debiloides, como cristaizinhos
pequenos, sem medidas, sem disciplina, como pobres coitados a voar na
a sabedoria do vento.
Tinha uma coisa boa naquela época, pelo menos, na escola, os professores
nos forneciam o que nos faltava, pelo menos em parte, ensinando-nos a
consciência cívica e moral, também dava-nos um sentido religioso.
Não eramos rotulados, éramos considerados iguais, também pregavam
Deus, e não religião.
Tive ótimos professores.
Eles não escolhiam o lugar, também não davam tanta importância
para salário, o que faziam, faziam porque gostavam, tinham nascido para
uma missão ideológica, não comercial.
Da mesma forma os médicos. eram poucos, os doutores, mas faziam jus ao
nome, não existia picaretagem como atualmente nós conhecemos por ai.
Agora, em certas questões, eu acho que melhorou, pois ao abrirmos a nossa
mente, ao falarmos sobre tudo, sem tabu, nós também temos a oportunidade
de crescer. Só que, crescer só para nós não ha nenhuma vantagem, temos
que crescer a fim de somar, de participar, de questionar, e de liderar, pelo
menos, a que se refere aos que ainda precisam aprender.
Não trate os seus filhos como bibelôs, um dia, eles precisarão enfrentar
os reveses e precisarão provar que estão vivos.

Herta Fischer










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