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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quarta-feira, 18 de março de 2015

Deixe o amor entrar

“[...] A maioria de nós continua a agir como se o amor não fosse um fenômeno a ser aprendido, e sim como se vivesse adormecido em cada ser humano, simplesmente esperando alguma idade mágica de consciência para emergir em toda a sua intensidade. Muitos esperam essa idade para sempre. Recusamo-nos a encarar o fato óbvio de que as pessoas, em sua maior parte, passam a vida tentando encontrar o amor, tentando vivê-lo, e morrendo sem nunca tê-lo descoberto verdadeiramente.” (Leo Buscaglia*)
Eu nunca vou desistir de amar: seja minha família, seja a família do meu vizinho,
do meus irmãos, ou, a família universal que somos.
Eu me lembro de quando realmente conheci o amor, antes, quando era apenas uma menina. eu vivia sem saber, sabia, tinha ideia que estava ali, que participava de um pequeno grupo; alguns vizinhos, e minha família, mas eram apenas instintos, não
conhecia sentimento, apenas ansiava para que fossem saciadas as minhas necessidades
básicas.
Foi então que, ao terminar o dia, estávamos, eu e meu irmão, sentados numa pedra
no meio de uma plantação de tomates, conversávamos alegremente, desprovidos
de qualquer preocupação a não ser nós mesmos e aquilo que tínhamos a frente.
Meu irmão saiu correndo, e eu fiquei só, ainda queria estar lá, amava a plantação,
não era nossa, mas era como se fosse. Todos aqueles pés, sustentados em armações
de taquaras, cada um em seu espaço como se fizessem parte junto comigo, daquela terra.
Meu irmão apareceu todo sorridente entre os pés de tomates, tinha uma caqui nas mãos, era muito apetitoso, e eu lhe perguntei o porque de não ter trazido um para mim; e ele
me disse: è o ultimo!
Então, eu lhe pedi um pedaço, e ele se negou a me dar, eu fiquei muito brava e dei um
tapa em sua mão,  fiz o caqui pular para longe, ele rolou e se sujou todo de terra.
Eu olhei para meu irmão  e ele estava com cara de tristeza. peguei o caqui e fui
até um tambor de água que havia ali perto, lavei a fruta,  me dirigi ao meu irmão
e lho entreguei. 
Mas meu irmão se negou a pegá-lo. Corri até em casa, peguei uma vasilha e levei
até a plantação, lavei novamente a fruta e tentei entregá-lo em suas mãos, mas,
desta vez, foi ele  a me dar um tapa, e novamente o caqui rolou plantação abaixo.
Voltei para casa pensando na maldade que fiz com meu irmão, não me conformava
em tê-lo privado  de comer sua fruta. Foi neste momento que compreendi o
quanto o amava, e como doía esta sensação de não poder voltar atrás e fazer
tudo diferente.
Chorei muito naquele dia, até não poder mais,
 depois deste acontecimento, passei a fazer tudo que me pediam, nunca mais
queria sentir aquela sensação de magoar aqueles que amava com tanta intensidade.
Foi neste dia que compreendi o valor do amor. E comecei a tomar mais cuidado
com os outros, não me importava o fato de conhecer ou não, eu fazia de tudo para
agradar, me libertei do instinto para verdadeiramente sentir amor.
E este sentimento carrego até hoje, não suporto a ideia de magoar, eu sou o amor
e por ele eu vivo, quem ama não consegue suportar sequer a hipótese de ver
alguém triste, ainda mais se for por nossa causa.

Herta Fischer (hertinha)










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