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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quarta-feira, 11 de março de 2015

Dois terços de ignorância

Nem sei bem se tenho algum valor,
que me importa, amanhã nem sou mais,
passei, passou!
De tudo que ainda consigo ver com
os olhos, de tudo o que ainda consigo
sentir, não passam de até quando.
As vezes eu preferiria mesmo estar fora,
fora dessa loucura toda, que é estender-se
para ver até onde vai.
Ilógica é a vida, assim como também é ilógica
toda essa correria para depois chegar ao final
e ter que deixar tudo para trás.
O que hoje é importante, amanhã deixará de ser,
o que edifiquei durante este breve estágio de viver,
a algum tempo, não terá nenhum valor.
Até mesmo os amores que amei, amara outras e me
esquecerá.
Serei com as águas que passam, colhe-se o necessário, e o resto
perde o sentido, volta para onde veio, e para onde vai,
quem o poderá dizer?
Como os frutos da videira, depois de maduras, ou caem ao chão,
ou são colhidas para um fim, Assim sou eu na minha fonte, um
pedaço de nada, que pensa, e ainda me dizem que, não aproveito
nem um terço da minha capacidade, e o resto, o que sobra,
os outros dois terços, para que servem?
Meu único alento, é saber que ninguém poderá ocupar meu espaço,
enquanto aqui ainda vivo, e que ninguém poderá tirar-me a razão
 dessa mania de pensar, embora me canse um pouco, pois, mesmo
pensando, ainda continuo sendo prisioneira da ignorância, que me
coloca numa grade de apenas um terço.

Herta Fischer






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