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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

terça-feira, 17 de março de 2015

Apostas: perdas e ganhos

No inicio da minha jornada, eu estava
tão convicta das coisas, procurava métodos
para fazer o que me dava contentamento, pois
por certo, era isto o que buscava, exatamente
o que todos buscam, satisfazer meus mais absolutos
desejos.
Achava que a vida só teria sentido, quando encontrasse
alguém na estrada da vida, que pudesse fazer comigo
uma parceira de amor.
Um amor para a vida inteira, nem pensava em quanto
isto, iria me custar.
Caminhava segura de minhas responsabilidades, embora,
ainda vivesse mascarada pela ânsia da conquista.
Quando ficamos assim, tão ansiosos por algo, nos esquecemos
que as coisas ou os amores acontecem naturalmente, sem
que para isto precisemos viver no experimento.
Não estou falando de sexualidade, embora os hormônios
nos coloquem em situações perigosas ao atingimos certa idade.
Estou falando de sonhos, sonho de construir família, de gerar
filhos, de dar ênfase a natureza criativa, aquela que leva para
frente uma geração.
Faz parte, fazermos planos de casamento, principalmente ao
se tratar do sexo feminino. E o que podemos oferecer neste
sentido?
Como aprendermos como se deve conquistar, o que oferecer,
como descobrir o que é certo, ou encontrar o parceiro ideal?
Assim como experimentamos diversos sabores através do
paladar, e assim consequentemente, definimos gostos, assim
também, passamos a qualificar e desqualificar pretendentes.
È uma luta íntima que envolve sentimentos dos dois lados, tornando
assim, muito sofrido fazer escolhas.
É um caminho extremamente íngreme, que exige tato, reflexos, paladar,
mas, especialmente bom senso, se isto for possível, pois em se tratando
de paixão, é impossível ver com exatidão o que está bem debaixo do
nosso nariz.
Por sorte eu apostei, e perdi muitas apostas, hoje, eu vejo isto com
bons olhos. O que foi feito para mim, é isto  mesmo que eu ganhei, e o
que não era, a vida sobre custodia do tempo, foi deixando para tráz.
Não posso dizer que tenho uma vida perfeita, pois ainda tenho que
lutar muito para aceitar o outro com as suas deficiências, aquelas que
sobre meus olhos apaixonados não apareceram, e que agora. sobre a
maturidade, vem se lançar a luz.
Eu tenho métodos para lutar contra isto. Eu olho sobre a perspectiva do
outro em relação a mim. Se o outro me aceita, na maturidade, quando o
 tempo já fez seus estragos, e também acentuou defeitos. Eu, naturalmente,
tenho que olhar com bons olhos, a dificuldade que o outro tem de me aceitar,
e assim mesmo me aceita.
Já não é mais paixão, já não é mais com a finalidade de fazer filhos, nem no
desejo de construir, e sim, no aconchego de cuidar-se mutuamente, de ter
um ao outro, de poder contar com alguém, de estar junto apesar de tudo.
Mudou a maneira do conquistar: o que antes era finalidade, agora tornou-se
principio. Não posso mais ver a vida como via antes. O que era desejo passou
a ser necessidade, e a paixão transformou-se em amor, aquele amor que prega
desprendimento, Um pelo outro e o outro a favor do conjunto.
E assim vou levando, chegarei no final, se Deus quiser, amontoando as pedrinhas
uma em cima da outra, até que não haja mais tempo nem espaço para continuar.
Herta Fischer




















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