Penso nas criancinhas entregues nas
mãos dos homens, onde não tem cobertor.
Bom seria voltar ao casulo e não mais sentir dor.
Sem ver não pode haver sentido, só tato, as formas
sem cor são apenas formas.
De longe se reveste o horizonte sobre as plumas
anuviadas, que de tanto nascer e morrer já se
fez eterno.
Em desespero se faz a luz, entre as trevas se vive,
inutilidade, apenas.
Um raio que corta, que abre seu caminho fugaz, e tenta
chegar onde não há gente, e se desencaminha para
não se perder na imensidão do céu.
Atracados nos braços vazios da esperança, se vai, e
cai no abismo fiel da posse sedimentada.
Barros secos, fome de vida, trincas a esperar pela cura,
uma cura que cai, não sobrevive em seu eixo.
Desnorteado está, assim como o mar, que não
conhece mais o seu lugar, só lixos a desvendar, e nos
mistérios soltos de sua ruína, pede socorro a
quem não vê.
Como os passos de gigante, apenas destrói, não aguenta seu
próprio peso, que se dirá da rachadura?
Se quebra-se o copo, ha de se cortar com os
fragmentos minúsculos
que a deriva se vai, caindo em qualquer
lugar onde haja vento.
Vento que espalha horrores ante a pulsação da gravidade.
que debulha e despedaça com a fome de morrer.
Estou nula, mais ainda conto, estou zerada, mais ainda
sou número, que se vá na demagogia, pois ainda
sou luta!
Herta Fischer
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Lá onde aconteceu
Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...
segunda-feira, 2 de março de 2015
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