atrás de uma porta.
Entre o ranger das horas, floreia a plantação.
Capinando seus sonhos, colhendo esperança em
suas espigas.
De manhã desperta as galinhas, os pintainhos e seus
outros animais, para uma jornada divina,
Que se enlaça nos segundos corridos, entre folhas e frutos,
canto e lamento, sugando suor.
Na terra que traz o sustento, revirada e amada, mãos calejadas
se sujeitam a ele.
No vai e vem da lamina cortante, num lampejo de instante,
tudo se renova outra vez.
Bocas se abrem em sulcos, recebendo a semente ou mudas viçosas,
na esperançosa engenhosidade do seu autor.
Que com grande destreza se propõe a doar seu amor.
Ouve a promessa do tempo, confessa sua fé na terra,
que nunca o decepciona. E planta, confiante, a sua alegria.
Assovia para o céu, melodioso agradecimento, enquanto se fia
no passo seguinte.
Sua boca faminta recebe da vida, a vida que nela há, na ponta dos dedos,
o sangue que corre sempre o socorrerá.
Tudo se planta na terra, ele pensa. A mesma,
que em tempo oportuno, também me receberá.
Hertinha Fischer
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