Laranjas dormindo entre folhas
amareladas de pó, ao longo das estradas
quietas e quentes.
Lá que olhos de ventos por elas passam
e se apressam em não ver.
Se distanciam sem apreciar o gosto
maduro de suas pupilas dilatadas
de paixão, suspense e doçura.
Morrem em solidão apodrecida de
sucos mornos, amargadas pela
ação do terrível tempo sem colheita.
O sol que por ela se derrama sem piedade,
a noite, que, por fim, da-lhe uma trégua,
sem, no entanto, lhe conceder um frescor.
Pouco tempo se lhe seguram as cordas,
até que se espalhem ao chão.
As cores amareladas as abandonam,
até que fiquem marrom.
E o calor as consomem, de suculentas a seca
tornam-se nada outra vez.
Herta Fischer
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