Com sacolas nas mãos, sacolejo
na calçada, só molejo.
Um pé me leva, dois pés,
me põe de pé.
Entre carros e gente, eu me represento,
de vento em vento, me reinvento.
Vou de mansinho, quase que lento,
atrás do meu intento.
Gosto de me ouvir nos passos
entre o compasso que me leva
na descida, na subida,
resfolegando cansaço
Assombro as sombras do meu caminho,
assopro como asas de vento,
enquanto ainda for tempo
em tempo me refrigero.
Gosto de suor no rosto
caindo sobre as costelas
existe coisa mais bela
que passear nas ruelas
cantando rimas ensaiadas
de frases que se atrela..
Hertinha
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