Ah, as velhas amizades, parecem novinhas em folha.
Quanta doçura há em quem nos aceita, seja feita de fita ou de grampos.
Meia duzia de faz de conta, algum sorriso enlameado em graça, meio sem graça se despe.
E aquela dona que passa, de nariz mais alto que os cabelos presos na nuca, nunca se cansa de desprezo, nunca está para quem não lhe estende um tapete.
Falsidade só se vê na cara dos outros, pois á passos largos só enxerga sua sombra.
Que belos versos se compunha no anti-tempo, no anti-momento, do anti-sentimento.
As ruas por qual passamos encolheu, a amizade que tínhamos desvaneceu, como nuvem sem água, o vento levou.
E ainda resta uma fresta, por onde se olha e se vê, uma saudade de longe, quase a subsistir na memória, meio que sublime e sem cor entre as arestas do tempo, pequeno grande amor que passou.
Hertinha Fischer
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