Entreguei-me ao acaso como quem brinca
de se dar.
Num ímpeto, emulsionei sonhos e realidade
que rapidamente se juntaram
como duas cordilheiras imponentes
que se ergueram no tempo.
E lá me ergui entre os nevoeiros
que não me abalam, em pico me desenha nas alturas
como um astro que sobrevive ao vento forte.
Empoleirei entre as pedras afiadas um dedal de esperança,
para que não houvesse abalo que me pusesse deslizando entre
geleiras.
Vinha um frio na barriga e uma fadiga ocultada,
de pedras e ar rarefeito de ilusão,
quase a circuncidar o coração.
Um branco de doer os olhos, essa mania de olhar descalço
Focar em nada, sem nenhum aparato que o protege,
só a imensidão de ladeira a desviar-se de si mesma,
descendo a ribanceira da vida que não dá trégua.
Num caso de acaso sem fim.
Hertinha
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