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Luz azul

  Quando olhava o que ele fazia, ficava extasiada. Era capaz de fazer qualquer coisa andar, especialmente, quando manejava seu tempo. Era me...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Asas que voam

Eu tenho muito para ser perdoada, porque, afinal, deixei de fazer o que tinha de fazer, pois me fechei dentro de mim mesma.
As fases da vida são tão difíceis de ser compreendida, e eu me vi como uma aranha grudada em sua própria teia,
Sei que a vida segue o seu curso, tanto para mim, como para todos.
Vivi por muito tempo sozinha, carregando os meus problemas, angustias e decepções, sem ter com quem contar ou dividir.
Eu sempre segui em frente, com garra e com força, mesmo quando via aquela imensa estrada que teria que caminhar. Vazia!
Não sei se foi por falta de amor ou apenas porque não amei o suficiente para trazer para perto de mim os amigos e familiares.
Eu tentei ser simpática e amorosa. Não convenci! Acho que vou morrer tentando chamar atenção das pessoas.
Sempre fui como uma folha seca, levada pelo vento, até que , em algum momento da vida, Deus teve compaixão de mim, e me fez pousar neste lugar. Lugar este que encontrei razão para minha triste existência.
Encontrei o amor, construímos um lar, onde pessoas, metade de mim, me fazem feliz e me amam.
Nesta minha longa caminhada, encontrei gente boa, mas também muita gente ruim. Todas elas. somadas, me fizeram ser  quem eu sou.
Muitas vezes, prefiro ficar no ninho, por medo de enfrentar os predadores dessa floresta desconhecida. Assim me sinto protegida de mim mesma, por medo de tentar me proteger e tornar-me uma predadora também.
Amo muito a vida que Deus me deu, amo também meus semelhantes, mas tenho muito medo de decepcioná-los, prefiro continuar minha vida na incógnita.
Porque sozinha, não corro o risco de ter que viver pedindo perdão.
Eu reconheço meus erros, e sinto muito pelas pessoas que magoei, se machuquei alguém, foi porque vivi a vida inteira, tentando me defender da dor.
Passei muito tempo na solidão. Senti fome. e me negaram o pão, senti frio, não me deram um cobertor.
Andei sozinha e vazia, sempre procurando alguém que pudesse me socorrer. Desconfiei de todos, desconfiei de mim mesma, por me acreditar incapaz de encontrar um lugar seguro para pousar.
Quando as asas já estavam bem cansadas e os músculos doloridos, pousei nos braços de alguém que conseguiu me amar.
Amou também os meus defeitos, perdoou minhas fraquezas, curou minhas feridas, secou minhas lágrimas, ofereceu-me o seu ninho e acabou com a solidão.
Neste ninho abençoado, eu encontrei o descanso. As vezes até mesmo no abrigo desse ninho, não sinto segurança, mas na companhia de quem amo, tento me libertar dos meus medos.
Sei que sou vencedora, e que continuo vencendo, vivendo um dia de cada vez. Só por hoje!
Porque amanhã? Bem se diz. É amanhã! No despertar de um novo dia, tudo pode acontecer....ou
mudar.

Autora: Herta Fischer

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