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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Transição

Despertei  em meu dia, nem sei a que horas, não conhecia tempo, nem rostos,
nem nada.
E de nada me alimentava, sem gosto, sem cheiro, sem tato, apenas
existia.
De quando em quando despertava, em meu mundo, sem sol, sem chuva, sem vento,
apenas a vida que se oferecia.
Até que um dia, não sei como, a lucidez se rompeu na aurora, e como um
aluno acanhado, eu apenas aprendia.
Tombando de um lado para o outro, tentando me equilibrar nas pernas
que ainda me conduzia.
Comecei a identificar as pessoas, já sabia definir quem era João e quem era Maria.
Meus dedos tão  delicados aprenderam a se abrir e a se fechar, a pegar ou
deixar cair, e os sons eram só alegria.
Podia o mundo explodir, e todas as bombas cair, que eu nem percebia.
Tinha fome, me alimentava, tinha sede, bebia, tinha vontade de brincar, então,
me divertia.
Com bonequinhas de papel, petecas de palha de milho e nadar na água fria.
Tudo era sorrisos, até dos tombos, sorria.
Que pena que tudo passa e a gente um dia cresce e começa a agonia. de contar então, as horas e 
fazer separação entre noite e dia.
Noite dorme, dia trabalha, dinheiro paga e conhece-se economia.
Banho, perfume, identificação, consumo e mostrar aos outros o que se cria.
A leveza se torna um peso bem maior do que se via, um mundo contaminado
pela avareza e mentira.
A inocência que se vai, o adulto assim chega sem medidas entra em fria, aparências, rotulações,
comparações  e covardia.

Herta Fischer.











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