Tenho na memória lugares e palavras lindas,
que um dia foi plantado, e agora dão seus frutos.
Não sou eu, pois eu sou nada, mas é o tudo que mora
em mim, que me faz assim.. tão lúcida e tão louca ao mesmo tempo.
O céu da minha aurora se torna límpido, as vezes, num azul tão profundo
que transborda em minha alma, porém, logo se formam nuvens passageiras,
que o vento á beijá-la as leva para longe.
Mas, quando elas se firmam neste meu céu azul, e negras se formam,
um temporal se aproxima, e raios se desenham rapidamente abraçando a terra,
como que se o céu e a terra fizessem amor.
Um amor tão grande que se tira faíscas, e o som do desejo se ouve em todo lugar.
Meu coração estremece ante esse som, pois sei que a natureza em festa logo
traz estragos, e os rios transbordam de tanta felicidade diante deste casamento perfeito.
E vamos crescendo, pois tudo se renova neste amor, o amor que conhecemos e que nos
leva de um ponto a outro neste imenso caminho de nuvens, de magias, de azul, de
cores e de amores.
Mesmo que não tenha agora tantas ilusões, ainda consigo ver além de mim, um mar
de pessoas caminhando numa mesma estrada, entre encontros e desencontros, procuras
e perdas, assim como o céu que as vezes perdem as nuvens, e elas se escondem,
para depois aparecerem novamente, como um véu a enfeitá-lo.
E agradecidos, amam seus dias e noites, o alumiar do sol e da lua, pois
nunca se cansam de se completarem para o descobrimento da felicidade perfeita.
Herta Fischer
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