Sempre foi subida, as decidas sofridas.
Tinha em mim a mania de viver em concerto,
O maestro tempo com sua batuta, tamborilava
nas passagens.
Havia um mestre, que não se importava em falar,
dirigia ensinamentos, como quem dirige
um trem sobre os trilhos.
Me colocava onde deveria estar,
mesmo que o lugar fosse penumbra.
Com pouca força e muita vontade,
ia aprendendo a medida que meus olhos sabiam.
Luz, havia pouco, uma luneta me apontava a direção,
as vezes, nem isso, o tatear na escuridão me ameaçava.
Pouco se entendia de tudo, lá fora, apontava-se sobre buracos.
As estrelas se mostravam sorridentes, a noite, rindo para mim,
convidativas e prestimosas, nos apontava os céus. E abaixo
do manto azul celeste, sonhar não era pecado.
Olhar distante apontava outros mundos que não havia ali,
na reviravolta do olhar, as miudezas faziam sentido.
A mesinha do jantar que me parecia grande, o quintal já se tornara
mundo, e a ida até o rio, uma grande viagem, e os vizinhos seriam os
estrangeiros.
Meu pai significava a pátria, minha mãe, a bandeira, meus irmãos, o
território, eu, a cidadela.
Chegando a guerra contra o tempo, perdemos.
O território sobrevive em partes e a cidadela já não é como era antes.
Sem pátria e sem bandeira, sobrevivemos.
Hertinha Fischer.
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