Essas canções que componho,
de regas e podas.
De criações e cópias.
Na discordância em que me enredo,
sem poder sequer usar a verdade
como instrumento.
Como manejar uma enxada sem corte,
vai arrastando e moendo, sem resultado.
Sempre houve dificuldades, essas mesmas
dificuldades assolam meus jardins.
Não sou forte, sou uma sobrevivente,
forçada a ir em frente só por teimosia.
Cai num rio e tive que atravessar um mar,
sem barco, com dois remos nas mãos.
Afoguei-me muitas vezes, e muitas vezes, me vi
socorrida.
E ainda vago como se o mundo me espreitasse, de
tal maneira, que desenhei um céu só para mim.
Onde eu posso ser - Já que ser é tão labiríntico.
Hertinha Fischer
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