Vejo o mundo como se estivesse num deserto,
Vivo as miragens.
Eu estava vagando em meio as areias do tempo,
Debaixo de um sol forte, a meia luz. Descobri minha casinha,
castelo de areia.
Sobre a luz de lamparina, entravamos na noite,
Comigo andava mais seis esperanças individuais,
transformando a grossa camada de areia
em grãos pequeninos que se grudavam nos pés.
A noite nos amontoávamos no leito
como leitõezinhos famintos, dormentes em
colo de mãe.
E os caminhos, sem querer, nos viu distanciando,
e aquele recanto tornou-se apenas sonhos passageiros.
Areia e miragem
As passagens se fecharam, o rio transformou-se
num jardim de ninfeia-vermelha e estrela branca,
no meio do lodo.
A casinha perdeu as paredes e metade dela cedeu ao
tempo. Daquele corpo pequeno e singelo, só sobraram os ossos.
E outras tantas saudades que agora vem a tona. Miragem.
O deserto continua a trazer constrangimentos as paisagens,
Nada sobra, nada! Nem sombra dos que, por lá já passaram.
Hertinha Fischer
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