Quem dera pudesse sobressair,
Escrever para mudar.
Eu mesma não mudo, nunca.
Somos o que viemos para ser.
Simples humanos desesperados
em busca de não sei o quê.
Quanto vemos, já fomos. sem grandes chances,
sequer, de brotar de novo.
De manhã, ainda, sementes germinando,
a tarde em flor despertando, E a noite, gemendo
em ruínas.
As pressas nos compõe,
a fome nos acomoda, e nas
poucas vezes em que saímos do
modo sobreviver, ainda é cansaço.
Muito a desejar e pouco a concluir.
Tão assim como despejar água na terra,
vê-se cair, vê-se molhando, mas, dela
mesma não sobra nada. Evapora-se.
E quando quero muito, ai mesmo é que não consigo.
E quando consigo, logo vem aquela vontade
de refazer, por que acho que não fiz direito.
E lá se foram, e lá vou eu, e lá vamos nós,
rumo ao esquecimento.
Hertinha Fischer
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