Queria novamente as estradas que percorriam minha alma, corajosas com suas nuvens de pó a fechar meus olhos. Dando nome ao novo, sussurrando o vento em meus ouvidos, cochichando perfumes em flores nos barrancos, adormecendo sobre pedras. Cultuando a sola, soletrando sulcos, desvendando segredos ainda não despertos. Esquecendo o que foi, saudando o que passou. Alegremente me espalhando em seu prazer, nas andanças da minha quimera, aceitando-me em seus devaneios, divagando com ela. Sorrateira, erguia-se acima da minha teia, marginalizada de afetos, enfeitada por cordões de seda que me enlaçavam pelos pés. Saía do lugar e sempre estava lá, rodeando espaços e trazendo o céu para mais perto. Fazendo birra na chuva, tempestades na seca, enlameando-se e subindo ao alto. Ah, meu encanto desenhado entre figueiras, a alegria das aroeiras, os capins alinhados. Natureza de homens fugidios, alcance de aldeias distantes, que delírio vê-la crescer, sua alma alcançar e outros mundos conhecer. Minhas são, minhas, as lembranças que tens de mim.
Hertinha Fischer.
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