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Eu dando vida as coisas

  E o caminho era suave - sem obstáculos na pronúncia das flores. Um perfumado sonar de cores e risos, que se estendiam na passagem dos ol...

sábado, 30 de novembro de 2024

Sou o olhar de meu pai

 Meu pai tinha contos no olhar,

como contas de luar.

Sabia como saber, sabia pra merecer.

Suas vestes, seu modo de andar,

só as nuvens sabiam contar.

Segredos haviam em seu chapéu,

revelados aos pregos da parede,

desenhados com suores,

os rasgos de sua rede.

A terra o plantava no roçado,

a colheita o assistia,

o sol o prendia e 

a lua dava anistia.

Pouco sabia da vida, e a

vida lhe levava,

em flores de maracujás, ele

era a mamangava.

O céu regava as plantas e

as plantas lhe regava.

Cresci a sua sombra, e sua sombra ainda

me conta, os contos

que me ensinava.

Foi-se e eu fiquei

Em  seus olhos me inspirei.


Hertinha Fischer







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