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Sonhe-se

  Sonhe-se, poeme-se Tem dias que a alma pede mais que silencio entre um poema e outro, declamado na consciência. Sempre gostei de cores: O ...

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Rés-do-chão

 A terra enchia minhas unhas de vontades,

Vontade de água, de submergir em

seu leito, e conhecer suas entranhas.

Sapatos a gozar descanso, demasiado

limpo, enquanto meus pés brincavam com lama

Ah, quanta sujeira limpa. Que de tão

suja, me limpava a alma com risos

Tudo era chão, dentro e fora de casa,

Até o formoso pé de manjericão - tão

orgulhoso, repleto de flores perfumadas,

tinha seu pé, arraigado ao chão.

Minha casa parecia nascida da terra,

saia de sua barriga, sem cortar o cordão.

O céu se encontrava derramado no horizonte,

beijando chão.

O chão do rio era chão - rolava no chão

e escorria pelo chão.

Secava chão, molhava chão, e o

chão continuava chão.

 Eu no chão e o chão em mim.

Tenho a certeza  de que 

seremos um só, Faço parte

desse pó.

Hertinha Fischer









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