A terra enchia minhas unhas de vontades,
Vontade de água, de submergir em
seu leito, e conhecer suas entranhas.
Sapatos a gozar descanso, demasiado
limpo, enquanto meus pés brincavam com lama
Ah, quanta sujeira limpa. Que de tão
suja, me limpava a alma com risos
Tudo era chão, dentro e fora de casa,
Até o formoso pé de manjericão - tão
orgulhoso, repleto de flores perfumadas,
tinha seu pé, arraigado ao chão.
Minha casa parecia nascida da terra,
saia de sua barriga, sem cortar o cordão.
O céu se encontrava derramado no horizonte,
beijando chão.
O chão do rio era chão - rolava no chão
e escorria pelo chão.
Secava chão, molhava chão, e o
chão continuava chão.
Eu no chão e o chão em mim.
Tenho a certeza de que
seremos um só, Faço parte
desse pó.
Hertinha Fischer
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