Quando criança, tinha gosto pelas deliciosas
manhãs perfumadas.
Pouco havia, mas o cheiro de café, trazia
um plano real de acontecimentos que
viriam.
E transcorria pela tarde, um adocicado
enredo de refocilamento, quando a
alegria brincava com a gente de esconde-esconde,
e nos acomodava num mundo de puro fascínio.
A noite, um tanto requintada, nos presenteava
com o colorido pôr do sol, a desenhar, ponto
de luz, por entre as folhagens das jabuticabeiras.
Até que sumia por detrás da grande mata.
Acordando os grilos, as mariposas e os sapos,
que devidamente vestidos para o luar, se esmeravam
em acender outro mundo.
Minha mãe nos chamava para dormir, ainda
sem sono, ficava, por horas, a esperar pelo
dia que só aconteceria muito mais tarde,
quando, atordoada, pela falta de luz,
meus olhos se fechavam de infelicidade.
Até que se brotava, além da casa da vizinha,
aquele pontinho brilhante, trazendo, novamente,
a vontade de brincar sem brinquedos.
Hertinha Fischer
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