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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

terça-feira, 7 de abril de 2015

Sem líder, sem direção

Eu já dei o meu parecer sobre vários temas,
e se escrevi, é por ser assim mesmo o
meu proceder.
Dizer que nunca pensei mal de alguém, ou
que nunca cometi erros, é mentir para os outros
e para mim mesma.
É lógico que, muitas vezes tomamos os nossos
fracassos e atribuímos à vida, ao destino, ou,
o que é pior, à outros.
Atualmente, ainda mais. Quando para atenuar um ato
terrível contra alguém, ainda procuram justificar
quem o cometeu, dizendo ser consequências do
seu passado.
Fosse assim, seria muito fácil, Não haveria no mundo,
alguém capaz de fazer o bem, pois todos, ou a maioria, quando
criança sofreu algum tipo de bulling, seja de algum familiar,
ou de algum amiguinho na escola, ou de alguém próximo
que não fazia parte da família.
Eu mesma, posso contar a minha história sofrida, por ter
nascido entre três irmãos mais velhos, e uma irmã mais nova.
Quando todas as atenções e cuidados iam para a menor, e a atenção
que sobrava eram distribuídas aos irmãos mais velhos.
Eu ficava no meio, completamente sufocada pela falta de compreensão,
trazia na alma uma ânsia de ser amada, de que pudessem, pelo menos
uma vez só, perceberem a minha existência.
Fazia de tudo para ser notada, obedecendo a todos, como um cordeirinho
perdido  berra para chamar por sua mãe.
Eu acredito que pela minha inteligência precoce (modéstia a parte) eu estava
bem ciente do que ocorria a minha volta, sabia distinguir bem o sentimentos
que cercava a minha família e os demais.
Em casa, quando meus irmãos brigavam, muitas vezes, por coisas banais, eu
me encolhia, como se estivessem a brigar comigo.
Tinha medo de minhas escolhas, me sentia insegura até do meu modo de expressar,
então, desenvolvi em mim um método especial, o de pensar e conversar comigo
mesma.
Na triste solidão dos meus dias, eu me fazia companhia  dia e noite, durante o dia,
procurava me acertar com a sorte, e a noite, com meus medos.
Eu e minhas três irmãs dormíamos na mesma cama, empoleiradas uma quase que em cima da outra,
e o desconforto, era para todas, e para resolver a situação com o minimo impacto, resolvi
dormir no chão, em cima de uma pele de carneiro, como o chão tinha um certo desnível,
minha alma se agitava com a imensa dor no corpo, Porém, o que mais doía, era a falta
de compaixão dos meus irmãos e de meus pais.
Era como se eu não existisse. Noite após noite, minhas lágrimas rolavam, quentes como
fogo a queimar, e enquanto todos dormiam, meus lamentos se intensificavam, fazendo
com que meu espírito pulasse como cavalo bravo sendo esporeado sem piedade.
A vida não me foi muito simpática, tive que encarar o trabalho desde muito cedo, minha
irmã mais velha não dava tréguas, sempre dizendo que não era justo fazer todo trabalho
junto com meu pai, embora fosse seis anos mais velha que eu, ela agia como se houvesse
compatibilidade de força.
E, eu usei, tudo o que com isto aprendi, sempre a meu favor. Coloquei Deus como conselheiro,
e segui, deixando o tempo escrever minha história, mesmo porque, não dava para mapear
a estrada que ainda tinha a percorrer.
Encontrei em meu caminho várias pegadas, mas eu fui deixando as minhas, pois as pegadas
dos outros raramente me satisfaziam.
Eu queria ter auto-suficiência para encarar tudo de frente, e precisava de um líder, pois sem
uma autoridade a nos dirigir, vivemos a deriva como um barquinho sem motor. Nunca confiei
cegamente no que me diziam, então, busquei uma força maior, e quando o encontrei, me
tornei mais segura dos meus atos, e compreendi melhor a minhas fraquezas, e consequentemente,
á dos outros.
Depois de tudo, ainda sigo nas mãos do poder, Deus que em seu Filho amado, me mostrou
o caminho, e na Verdade me faz percorrer, No temor eu faço melhor, pois, cavalo sem
cabresto não tem dono, e cavalo sem dono não encontra direção certa, sem conhecer
obediência, segue machucando e sendo machucado pelos espinheiros da vida.

Herta Fischer











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