Já se ia as longas horas,
que delongas me contaramAs colinas cansadas declinavam, suavemente,
sobre uma superfície montanhosa.
Enquanto meu semblante se rejuvenescia,
na altivez do pensar.
Nunca me sentia maior, nem melhor,
só uma miudeza sem igual,
como as asas de um gafanhoto,
sustentava-me no alto.
Fui crescendo entre meio,
sem saber, ao certo, se realmente,
era.
Tudo me parecia grande demais, impenetráveis demais,
para que pudesse fazer parte.
Foi ai que me engrenhei em mim, fui adentrando
na sutileza do eu, quase que, em murmúrio,
para que eu mesma pudesse me escutar.
E ouvi meu próprio falar como os surdos
ouvem seus grunhidos e os compreende.
Atentei para a descoberta silenciosa de
poder, sem que soubessem que sabia.
E a poesia voou para dentro, e se propôs
a falar para fora, jorrando-me para a
completude da vida plena.
Ouvindo-me e relatando-me.
Hertinha Fischer.
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