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Puro e inocente

  Era uma casinha pobre, cheia de cristais por dentro, nada feito com as mãos Riqueza de sentimento. Ouro estava na água Diamante no chiquei...

domingo, 28 de julho de 2024

O jogo do amor

 Cá com meus pensamentos.

Houve um dia em que me deparei com um olhar,

foi tão lindo ver a alma despertar

Em silêncio comecei a desejar

O tempo fez a gente se encontrar

Abriu-se uma porta em minha rua,

Onde se encontrou minha alma com a sua

Adentrei nos seus olhos quase nua,

Como o prélio do sol com a lua.

E em faíscas entramos na cafua.

Um sonar de amor se sucedeu

Não foi fácil  internar-me em seu peito

A razão já me deixava meio sem jeito

E meio louca, me deparei com esse pleito

E fazer com que entendesse esse amor perfeito

Eu vi você  me esquecendo em outros braços

Não era meu, e, sim, de outra, seus abraços

Ficava,  a pensar, o que que eu faço?

Ai, então, te venci pelo cansaço

Não desisti, insisti no seu olhar

Até fazer o seu coração parar

E olhar para mim, e nossas

almas, então, rimar,

na melodia que até hoje, só faz amar.

Hertinha Fischer




quinta-feira, 25 de julho de 2024

Manhãs encantadas

 Para o dia serenar, será preciso, doze horas de manhãs.

Que as manhãs morem dentro da gente, Manhãs que transbordam delicadeza, expelindo o cansaço

anterior, acomodando nossa alma na plenitude da fé e esperança, para que desenvolvamos em nós o cantar dos pássaros, como forma de chamar os outros para a alegria, contagiando a natureza que espera, todos os dias sem se cansar.

Gotículas de paz que vem do céu, cai das estrelas em seu encanto, molha as folhas de minhas razões.
Brota o silêncio de flores azuladas, canta o sertanejo as suas canções.
Será preciso, o mar espelhar, com ondas suaves em seu despertar,
o dia responde com eco de vida: Amar, Amar, Amar!
Hertinha Fischer!

terça-feira, 23 de julho de 2024

Cumplicidade do luar

 O sabor da tarde, tinha cheiro de mel

O mundo tornou-se uma colmeia.
Ouvia-se o zumbido das flores,
que se inclinavam, para adormecer,
enquanto a lua, fazia, timidamente,
uma seresta nas frestas das janelas
abertas.
Um lampejo alaranjado circundava
o rio, onde os peixes dançavam
Árvores se ajoelhavam em preces,
nas trilhazinhas abarrotadas
de folhas mortas
O imenso universo cantava a marchinha
do lusco-fusco que se precipitava na noite
Ondas de arrepios celebravam os amantes
que estavam sentados nos alpendres da paixão,
Era dia da lua. Cheia de cumplicidade, botando
o cansaço para correr, trazendo de volta,
a vontade de estender o dia, não deixando
que a escuridão encobrisse mais uma decisão de amar.

Hertinha Fischer.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

O amor é gente (gente é amor)

 Não é falar de amor.

É falar de gente.
Sem gente não nasce amor,
sem amor não nasce gente.
Embora o amor esteja interligado
á sentimentos, Ele é a gloria,
dos que se submetem a tê-lo
para si mesmo, refletido no outro,
a procura do bem estar para si,
envolvido com o outro.
Sem o outro, parece que a gente
se sufoca na solidão.
Por isso, tantos berros a solta,
como se o berrar fosse resolver alguma coisa.
Fomos feitos a imagem e semelhança de
Deus. Deus quer para si,
por isso é que é tão importante, para Ele,
que ao querer para nós, incluamos os demais.
Porque Ele nos amou primeiro. Suportando até mesmo
os seus inimigos, para que os seus sejam bem apurados,
( no fogo) a ponto de ficarem tão perfeitos, alcançando tal ponto,
que nunca mais desande.
Hertinha Fischer..

Confrontando nós

 Não estou aqui para ser admirada nem lida.

Sou como uma esteirinha jogada na praia.
Cheias de nós atados, de juncos partidos,
de tranças invertidas.
Areia e águas da maré me alargam a ignorância
fazem minha alma de esteira embalar.
Sou como milhares delas, surrada.
Não sou completa, ainda falta trança.
É o que já envelheceu de tanto abraçar,
ou ser abraçada pelo tempo.
Me esgueiro por entre conchas,
destilo cheiro de maré.
Solitária, nas vezes que o sol se põe,
quando me afasto demais da orla
Há um mundo de mar que não posso
cortejar.
Uma imensidão de nãos em meu olhar.

Hertinha Fischer.

domingo, 21 de julho de 2024

Tô comigo

 Queria ser eu mesma.

Ah, quem sou?
Nada que não seja ou que almeje.
E que será sempre. E que sempre será.
Não espero outra coisa, que não seja eu
Do que vivo, eu vivo,
do que morro, eu morro,
do que sofro, eu sofro,
do que me alegro, eu me alegro
Nada mais do que eu, que bom!
Se não eu, se sim, eu
Se fosse, eu, se não fosse, também eu
Que eu que tem a sorte
que sorte tenho eu,
eu que sou eu, continuo
sendo eu..
Hertinha Fischer.

sábado, 20 de julho de 2024

Veias

 A intrepidez das pedras

que em tempo,
endurece.
Será que é esculpida pelo vento,
ou é concebida numa prece.
É dura feito a vida,
Que de anos se alimenta
Quanto mais o tempo passa,
mais e mais se acrescenta.
Ouro e pedras preciosas
vem de pedras criaturas
Feitas nos rios e nas encostas
Quais metais te maturas?
Será pedaços de uma estrela
Ou asteroides amuletos
Saiu na forma nativa
Ou se transformou em teluretos
Assim desce as cavernas
entra no seio da terra,
Para em curvas de rios,
Ou em grande rochas se enterra.
Assim como os mortais
sem valor em estado bruto
Se escondem como pedra
Lapidado, da seu fruto.

Hertinha Fischer.

Mundo destemperado

 O que ainda não contei,

vou contar com precisão

Sentimento já murchou

e fez secar o coração

Nestes tempos escuros e claros

Destempero deste mundo

Há gente de todo tipo

Jogado no submundo

Uma mistura de certo e errado

Numa briga desleal

Fecha a boca do inocente

As falas dos culpados, constitucional

Sei dos agravos entre famílias

Dos velhos que são agredidos

Também os avessos dos moços

Que não tem nome, só apelidos

Virou terra de ninguém

Essa terra que me viu crescer

Os tiranos que se cuidem

A mesma terra há de lhe comer

Tudo bem, ainda penso

Na vitória que virá

O mundo dá muitas voltas

Quiça, quiça, quiça!


Hertinha Fischer





Asas nos pés

 Ambiciono o caminhar,

que nunca me falte os pés.
Asas tenho no calcanhar, entrelaçados
com cordões.
Intimidade com os passos que me levam,
que me conectam com as alturas
Passos? Quantos?
Já cheguei, Todos os lugares são meus,
até que se fechem as estradinhas açucaradas,
ainda sou lugar.
Os encontros que ainda haverá, os encontros que
me encantaram e já passou. Quanta casos
e acasos desvendaram e assistiram.
Quantos olhinhos já me olharam, quantos
corações ainda há para visitar. Quantas
imagens ainda há para descobrir
Não há falhas, só um presságio de que muito
ainda há para se viver.
Até que se esgote os caminhos,
e os pés se esqueçam os
passinhos que já deram
Hertinha Fischer.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Felicidade de estar

 A felicidade de existir, de poder ousar, de corresponder e as vezes até encolher. Que importa. É a sua história.

Mesmo sem horizonte, sem destino certo, Sem atrativos, meio lúcida, meio sem rumo. A estrada e seu caminho, dentro de seu andar.
Sua presença na obra - fazendo parte. Desenhada, pintada, escrita, esculpida. Única.
O Jorrar da esperança, da crença, da fé, do albergar, do participar, Você com outros.
Da construção, do crescimento, do descontentamento, as vezes, para moldar seu caráter.
Da junção do seu corpo com a alma, dos componentes que te fazem, do descobrimento e suas vantagens.
Da emoção, dos arrepios, da coragem, das andanças, da compreensão em todos os aspectos..
Dos que vieram, dos que se foram, da saudade, do amor e companheirismo.
Tudo isso soma nas águas de um rio bom e saudável, que vai atravessando tempestades, ruínas, bonanças, ruídos, pedras e raios.
Boa caminhada gente! que seus pés alcancem seu coração, para nunca mais se separarem.
Hertinha Fischer.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Via efúgio

 Eu e minhas manias

Tinha sede de ir embora, poço

fundo, eu te diria.

Os rastros que deixei para trás,

nem de sonhos sacudiram

Pedras risonhas e mato alto,

rosas mortas em pleno pasto.

Salto alto em lugar baixo,

 meio a samba eu andaria

Minha mãe deixei um dia

Lá na baixada que existia

Tudo que ali vivi

iria me fazer falta um dia.

Naveguei por entre mares

que de pedra somaria,

vezes tantas, me afoguei,

nas historias que inventei

Viajei em terras de rei,

com manjares me fartei

e de panos encardidos

fiz a cama que deitei.

Acordei no nunca mais,

antes mesmo de dormir.


Hertinha Fischer









corpo de escutas

 Clareia o dia, desvenda a hora

Não se aprece os ponteiros

Acrescenta em seus outeiros

 Mais gente que ri, que gente que chora

Sou andante equiparado

Pra resistir, e por certo andar

Na roça com meu arado

Na palhoça pra descansar

Traz-me lenha para o fogo

Assopro pra acender

Não me deixe fora do jogo

Também não me deixe perder

Trago forças em minhas mãos

Na ponta dos pés tenho olho

Oxigênio que chega aos pulmões

E tristeza fica de molho

Tenho tempo - acredito eu

E algum tempo pra seguir

Acrescente o que é meu

Tantas, que nem possa medir.

Minha pele tem boca

Meus órgãos tem ouvido 

Meu corpo tem  a comanda

mesmo sem ter nada escrito.

Hertinha Fischer









quarta-feira, 17 de julho de 2024

Portas da saída

 Nada perdi, nada achei

De nada precisei
Sei que em fonte,
embebedei
Se água ou vinho,
eu não sei
Abusei de minha sorte
ela não mais me sorriu
tanto que já desejei
e ela não mais me quis.
Sai de casa ainda tenro
E de casa precisei
Ao voltar pra mesma casa,
Dela nada eu achei
Me perdi em meia volta,
e voltando não me achei,
sei que vale uma vida,
as coisas que ali deixei
Portas novas que abri
das portas velhas não esqueci.

Hertinha Fischer.

Maturação

 Um camundongo a procura de

queijo,
menino céu, quero teu beijo.
Procura em mim o seu ensejo
Nem pura e nem impura, eu te desejo
Que seja suave o teu chegar
que venha repleto de tanto sonhar
e sonhe comigo no meu andar
Sou madura demais para te esperar
Se demoras um pouco,
posso me esfarelar,
Depressa caminhe ao meu encontro
e seu amor me entregue de pronto
Precisa também é a ultima chance
Venha a galope antes que
me desmanche.
Traga na mala esperança é fé
certos frutos só amadurecem no pé.

Hertinha Fischer.

Atmosfeu

 Sempre a terra e eu

Eu e a terra que sou
A terra que sou eu
Nada mais se combina
Nada que a terra não me dê
nada que não devolva a terra,
que a terra não aproveite
Sou mais que simples terra,
com ela aprendi a ser simples
lá onde a simplicidade se encerra
é onde me tornarei, ainda mais,
o mesmo componente da terra.
Hertinha Fischer.

Ventre santo

 Não tem nem um dia que não me lembre

da doce Tereza em seu caminhar

Trazia nos olhos tanta esperança

Muitos calos  duros em seu calcanhar

Mulher tão sofrida

que não reclamava

De cinzas e fogo se alimentava

A terra distante te fez radiante

fazendo de seu trabalho, o seu diamante

Minha doce Tereza, de olhos de mel

Ternura e simplicidade era seu pincel

Pintando a mão o seu próprio papel.

Não havia nela tristeza e nem lamento,

Só palavras de conforto vinham de dentro

Tudo á sua volta, ela no centro

Dela nada sabia, nem as letras conhecia

Vinha de Deus a sabedoria

Fazia dela, a maestria

A saber, Tereza era minha mãe

Emprestou seu ventre para me preparar

Tão logo, voltou para o céu,

para me abençoar.

Hertinha Fischer





terça-feira, 16 de julho de 2024

Integração natural

 Através de minha janela que se abria todo dia, havia esperanças presas em galhos.

Um esverdeado senso de préstimos nascendo na primavera e verão.
Pássaros que engoliram notas musicais, despertavam com músicas nos bicos.
Frutos que roubavam o açúcar dos potes nas madrugadas.
Carreirinhas, como de formigas, que as pisaduras abriam entre matas. Trazendo e levando gente.
As árvores teciam colchões sobre a mata, para esconder seus compatriotas de rastejar
Uma grande cidade feita de barro e rios e inclusões
No rio havia espaço para os lírios, sapos e juncos.
A mata cedia a sombra, os frutos, a madeira.
E a terra servia aos homens, as plantas, a Deus.
Uma congregação única, como constelação de estrelas
formadas no olhar.
Foi assim que me formei: tatuando no coração, folhas, perfumes, bulhas, cantos, sabores, flores e exemplos.
Não caibo numa caixa de cimento, nem tão pouco me encaixo na
cadeia solitária da cidade grande, meu corpo vive aqui, mas, minha alma se encontra, ainda, agarradas aquela janela de esperança, experimentando sentimentos que os homens já esqueceram.

Hertinha Fischer.

Eu e o tempo

 Ah, se o tempo falasse,

teria muitas coisas pra contar a meu respeito.

Coisas que ficou guardada dentro do peito,

fora do coração.

Amores reprimidos, que sequer vieram a luz,

Lágrimas que insistiram em secar antes de cair

Risos ao invés de dor, para preservar as artérias

Coisas que acontecem no dia a dia, que acabam

se anulando na pressa.

Ah, se o tempo contasse:

quantos medos caberiam

em simples folhas de papel?

Quantas renúncias caberiam numa saudade?

Foi-se muito, antes de contar-me o quanto

Não só de amores, muito mais de mim.

Quantas emoções enclausuradas, que agora chegam

atravessando tempo.

E o tempo me levando, como dono da pergunta,

E resposta não dá.

Hertinha Fischer







segunda-feira, 15 de julho de 2024

placenta do desejo

 O dia que se encerra

encerra o que já ocorreu
recolhendo minhas asas
dentro do voo meu
Ainda com tanta força
me vejo definhar
a bagunçar minhas frases,
nesse jeito de contar.
Que resta por entre as frestas
no bocejo que ainda festa
entre sorrisos que ainda resta
Foi-se os anos em correria
veio anos em disparada
Clara nuvem num
céu cinzento
céu aberto em cada estrada
Que venha a suplica dos
maus momentos
cansar a síntese de sentimento.
cessar a dor de cada renúncia
salvar a alma de sofrimento.
Ainda fujo se puder fugir
na floresta da melancolia
Que ainda reste por entre folhas
uma noite que me pareça dia.

Hertinha Fischer.

domingo, 14 de julho de 2024

E o tempo esqueceu

 A doce criancice

que de muito doce
se lambuzava
Não conhecia doce
e era doce que não faltava
Pés de feiões enfeitavam
a margem da terra da rua
Cresciam bem a noitinha
ao som da seresta da lua
Faróis acesos de quando
carros por ali passavam
alumiavam a passagem
da palhoça que desvendavam
De olhinhos abertos e vivos
No terreiro abaixo brincavam
A correr pela passagem estreita
onde vagalumes cercavam
A terra da rua a brincar
em poeiras se transformavam
Hoje a estradinha está triste,
a terra ressequida também,
Derrubaram a palhoça, e
as crianças se foram também.

Hertinha Fischer.

sábado, 13 de julho de 2024

Sonhos enviesados

 O convívio com a noite me enternece,

sobre a cama que me aquece
entro em transe como prece.
Da entrega a liturgia,
da volúpia á magia
que mais se pediria
anjos bons destilaria
Compreende-se descanso
enfadado, recluso e manso
a derramar o corpo em remanso
do sono de tanto ranço
Vai deixando-se levar
até a orla do divagar
Esse mar quer dessalgar
e a alma elevar
Somos apenas criaturas
que de dia segue as ruas
a resfolegar nuas e cruas
o nascer do sonho que te incluas.
Hertinha Fischer.

Vale do apreço

 Sossego e espera, 

Embora, espere mais que sossegar.

Vejo um desperdício de mim a vagar

Sementes, chochas, de tempo,

 me agrega as coisas sem valor

Juntando-as as poucas que realmente vale

a pena, 

Se vale, valei,

Se não vale! que o leve vento leve.

Vivo de súplicas salpicadas

sempre a espreita do que não vale,

mais vale o  pouco valer que o vale irrelevante

do prazer fútil e inútil

Hertinha Fischer







quarta-feira, 10 de julho de 2024

Se não houvesse

 Se não houver um amanhã,

de hoje farei minha fé
Consciente serei de mim
um segundo em meu jardim,
Se só hoje me completasse
tudo de mim seria agora
o resto ficaria de fora
menos a rosa que se demora
Se ontem me resgatasse
de hoje eu fugiria
Só para ter você de volta
e de amor eu te falaria
Se só o amanhã sobrasse
mesmo não sendo, eu pediria
uma dose de vida ainda
pra estar com você Maria.

Hertinha Fischer.

sábado, 6 de julho de 2024

Sótão do coração

 

Poesia que proseia
Não tenho saudade, tenho historia
De barro, de terra, de verão
De gente que se perderam no estradão.
De cigarras agarradas as cascas de cedro,
de crianças deixando rastros nas cinzas
do tempo.
de cabelos presos, soltos ao vento
Não tenho saudade, tenho é mania de reproduzir
sentimentos no sótão do coração.
Ali, onde o tempo não sente solidão
O presente no passado.
costas do tempo virado
Os gorjeios dos pássaros nas doces tardes inocentes.
O cantar do galo nas madrugadas, circundando a aduela
da janela da lua.
Os preciosos momentos de simplicidade,
com um copo de leite e farinha nas mãos.
A pequena vendinha, onde se consumia comunhão
Os resmungos da enxada sobre o chão
E eu, mesmo sem asas, voando nesse mundão.
O campo é livre, tão livre quanto a emoção.
O passado consome as coisas e deixa rastros no coração.
Sem saudade, só um grande amor por meu sertão.
Se derem o nome de saudade, também tá tudo bão!
Hertinha Fischer.

subterfúgios


As perfumadas tardes laranjeiras,
jasmins salientavam nas beiras.
Doce cantar das jabuticabeiras
sobre as asas dos ventos verceias

Encantos das rochas agulhas
no calcanhar se mergulhas
lançando-se em fagulhas
fazendo algazarras e bulhas

O ar que se prece e morte
vento que parece forte
se aquieta e apura a sorte
de sul, leste e norte.

De quando cerceia o medo
das mãos se falta o dedo
de noite o dia é cedo
o falso remédio é placebo

Do nada se rende o profeta
ousar de pronto a meta
aponta seguro a seta
e o seu coração se aquieta

Felicidade já se perdeu
na hora que não aconteceu
esperança que já morreu
e de dor adoeceu

Hertinha Fischer.



quinta-feira, 4 de julho de 2024

Garras do sorriso

 Com que garras tu me prendes, Oh, sorriso

Com que jubilo me acalentas
Na amizade sempre justa
Como refresco mel e menta.
Na descida se me abre
na subida me sustenta
riso fácil é a marca
De quem no frio se esquenta
Traz paz em sua luz,
colheita farta de feliz.
quem me conhece já sabe
que o sorriso é que me diz.
Hertinha Fischer.