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 Me encontrei com o mundo das letras quando o meu mundo se reduzia a nada. Fui muito maltratada pelas circunstâncias que não gostava de silê...

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A procura de um caminho

Cinquenta e sete batidas na porta, e quantas vezes, realmente abri..
Eu fico a pensar no tempo.
Parece real, mas, não é!
Só se torna real no tempo do corpo.
Enquanto ainda podemos plantar e colher.
Eu me lembrei de um menino que nasceu num quarto
pequeno, e ali cresceu, olhando a luz sobre a perspectiva
de uma claraboia.
Seu céu era quadrado, e o sol,  nunca visto,
esperava pelos aliens, sonhando que eles lhes mostraria um
mundo maior.
Assim sou, como esse menino, sonhando com
algo maior do que aquilo que vejo e sinto, por ânsiar por tempo.
Creio que, ainda que cresça e chegue as alturas e atinja o meu máximo,
 ainda assim, teria bem pouco, porque o conhecimento
é limitado ao que as criaturas consomem.
Há muito mais a se explorar, ha muito mais a se sentir,
penso eu, comigo mesma.
Ainda sobra espaço para um sentimento maior, ao alcance das mãos,
lá onde só o sonho alcança.
Não nasci ao acaso, o acaso não me fez, sou uma semente fértil, isolada
por curiosidades que poucos tem, que precisa alçar voo contínuo
até que encontre o meu lugar.
Onde as criaturas se encontram, não mais por desejos de posse, mas, por
estarem em sintonia umas com as outras,
numa dimensão maior, com aquele amor que idealizamos, difícil
de alcançar, quase impossível de realizar.
Mas que, por algum motivo, nasce com a gente.
O pouco que aqui se vive, sempre ha de nascer uma praga a rondar nossos dias, como
algo que nunca se alcança, como algo que se espera. Uma saudade, talvez.
Mesmo que seja a mais feliz das criaturas, que tenha todos os desejos realizados.
ainda assim, almejamos algo que ainda não temos,
algo que jamais teremos, E é isto que quero conseguir, talvez,
lá onde não possa ter mais sede, nem fome, nem este sentimento
voltado para a necessidade do corpo, só para
suprir minha força com energia.
Talvez precise de uma energia diferente, um sossego constante, onde o
medo não exista, somente a hora que
se torna hora bendita.
Quando o espaço me preencher com
seus amados braços e nunca mais me sentir tão
incompleta.
Herta Fischer






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