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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Horizonte perdido

Quisera eu, olhar novamente sobre a perspectiva dos olhos de uma criança,
para poder rever a inocência perdida.
Acho que nunca mais me verei assim, em esperança e confiança completa.
Deus, quando foi que se afastou de mim? Pois,mesmo me moendo por dentro, ainda
permite que me desmorone ainda mais?
Não suporto carregar a dor do mundo, que montado no lombo de todas as ilusões, fricciona
ainda mais as feridas  já abertas.
Assim, como a floresta que vê desaparecendo as suas árvores, e se vê impotente diante
dos homens que destroem.
E, sem misericórdia acionam suas máquinas e sem piedade derruba seus feitos, que levaram
milhares de anos para crescer.
Assim também me encontro, presa em minha cruz, como quem tem suas mãos pregadas na
impotência, sussurrando piedade em último suspiro.
Não posso mais me calar, mas, a quem dirigir esse grito?
Quem ouvira meus lamentos, se não ouves mais a minha voz?
Maldigo o dia em que pisei este chão pela primeira vez, e com olhos brilhantes, vi tudo
com bons olhos. Não me preocupei com o mundo, não quis saber de guerras, não precisava
de nada, a não ser viver o meu dia, assim como vivem as aves.
Mas, cortaram meus sonhos, assim como quem corta as asas de um pássaro. Me deixaram aqui para morrer, e sem que eu pudesse reclamar, segui cambaleando, tateando com os pés, um terreno
pedregoso.
Ninguém a vista, só o som do meu lamento me preenchendo de agonia, Lá longe os homens se matavam, estuprando uns aos outros como que gosta de estupidez.
Me senti como um gafanhoto sem asas, afiando meu nariz na terra a procura de alimento, mas, a terra estava com sede, e descartou todo o verde, e eu fiquei ali, como quem espera,.
E como quem espera vivi meus dias.
E hoje já vai se findando todo o poder que eu  preparei para o hoje. E se hoje, não tenho nada, onde entra a esperança?
Se olho e não tem mais horizonte, minha água refrescante chega aos pingos, mal toca em meus lábios e já seca.
Com quem falarei?
Quem me represará?
Antes os conselhos que não chegam, a virtude que se foi, o mel que os ursos me tomaram, a alegria que se foi com os perversos.
Onde me caibo, senão neste fosso aberto, neste descaso que assassina, neste sistema que não permite
que caminhe.
Estou me desfazendo aos poucos, como pedra úmida na encosta, pois o sol me deixou de lado, e os grandes me sufocam.
Quisera poder modelar o mundo com pastinha colorida, Quisera eu ser a estrada, ou quem abre um caminho, e por ele passa, mas todos os ensejos se vão com dores, E não ha mais lugar, nem para descanso, nem para trabalhar.
Herta Fischer.






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