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Obscuro arrasto

 O já seco, leito do lago, ruínas nas bordas de barro Águas que esqueceram caminho Lírios que é só espinho. Nada, sonhei e os dias se passar...

sábado, 5 de outubro de 2024

Outono da primavera

 Talvez sejamos como a polpa

do vento
Adocicada e feroz
Leva e toca sem tocar
Fisga e desfolha sem olhar
Fiz promessa sem cumprir
Quis retorno mesmo sem ir
Aroeira brava sem flor,
arco-íris sem cor.
Indo embora, estou voltando
E voltando, já quero sair
Meus desejos são como vento
Seu caminho desconhece
Se esconde no universo
Do nada, ele falece.
E ainda me consolo
Nos pingos que caem na alma
Sendo Deus o meu caminho
Tudo por dentro se acalma.

Hertinha Fischer


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