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Obscuro arrasto

 O já seco, leito do lago, ruínas nas bordas de barro Águas que esqueceram caminho Lírios que é só espinho. Nada, sonhei e os dias se passar...

domingo, 13 de outubro de 2024

Cascatas biológicas

 Minhas eternas suplicas,

que de tempo em tempo, cessa

Na correria pouco se vê, sentada á porta

pouco se faz.

Quando menina, tinha tempo,

jovem, dele me libertava.

Velha, já percorri

Hoje, ainda me resta um pouco,

entre janelas fechadas

Já não me conduzo como deveria.

A graça que perdeu a graça,

o tempo já furtou a claridade do olhar

Um pouco da nebulosa no coração

Emoção escorre pelas veias e 

vai parar nas pontas dos dedos. Medo

A alva que despertava em todas as manhãs

virou alvo. Nada a acrescentar.

Velha?, sim! mas ainda a vida respira

Uma velha dor, bem diferente, nova a cada

momento.

Saudade de muitos, muito pouco para lembrar

Não há mais correria, pesos nos pés.

Uma prisão sem grades, uma liberdade sem teto.

Peixe sem escamas, arraia sem ferrão.

 A inútil tarefa de prosseguir.

Não tendo como fugir.


Hertinha Fischer





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