Gorjeei quando tudo era manhã,
Madruguei nas tardes de veraneioColori as asas dos bem-te-vis
Seguindo o caminho dos meios
Meio, ainda não é fim,
o fim que ainda não veio
Se foras fim ainda quero
Ser a filha do meio.
Pairei no caminho do sol
a noite e na madrugada
Depois da lua, ainda no céu
A densa escuridão é sugada
Se tiver que partir, partirei,
Não sem antes decidir
O resultado do caminho,
Se certo, terei que seguir
Se certo, terei que seguir
Errante, dá para voltar,
sem tirar nenhum proveito,
perdida é que não se acha,
nem o esquerdo, nem o direito
Sou nuvem que não desagua
Só a mercê vive e morre
Confia na possibilidade,
E o vento a socorre.
Quando falo do eu,
me pergunto quem sou eu?
Uma divida constante
ou um calote do instante.
Hertinha Fischer.
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