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Obscuro arrasto

 O já seco, leito do lago, ruínas nas bordas de barro Águas que esqueceram caminho Lírios que é só espinho. Nada, sonhei e os dias se passar...

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Olhos de fogo

 Conta-se põe na conta.

Desterrada no asfalto.

Quem dera pudesse ser plantada em vaso

Folhada seria manhã

Florada seria hortelã

Que uivasse os passarinhos sobre as passagens,

que cantassem os arvoredos sobre as pastagens

Nunca houve um dia que se estendesse

nem uma noite que suportasse, Tudo foi embora.

Despediram-se sem adeus, trazendo

lágrimas no tempo meu.

Se não fosse os galhos a se esgrelhar 

como fogo a me queimar, empurrando as cinzas 

de lá pra cá.

Que seria de mim sem eu.

Os amores que se perderam

nos olhos quentes que ali pousaram

Só amargura em mim, plantaram

No, tão só, que me fincaram

Hertinha Fischer





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