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Luz azul

  Quando olhava o que ele fazia, ficava extasiada. Era capaz de fazer qualquer coisa andar, especialmente, quando manejava seu tempo. Era me...

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Cada um por si

Ha uma tristeza em mim, lá do fundo, algo
enraizado desde criança, como se me incomodasse.
Tantas coisas vivi, momentos que não me dei
conta de nada e momentos que me dei conta de tudo.
Viver entre os seres é fácil, quando são vividos irracionalmente
com a gente, e racionais com os outros.
Ponderando o que se faz, e não nos dando conta do que fazem
com a gente, porque, vendo distorcidamente, também podemos
distorcidamente sentir.
E distorcidamente sentindo, podemos  distorcidamente sofrer.
A vida é generosa em si, mas a vaidade com que carregamos sentimentos
no decorrer da existência nos faz alienados a troca.
Se me dá motivos para sorrir, se me faz estar satisfeito, ai está
a minha satisfação.
Não acreditamos no servir, achamos que viemos para ser servidos em tudo,
E assim damos cada passo, na necessidade do outro, não como companhia,
mas, como servidor dos nossos desejos.
E acabamos por crescer sem motivações para auxiliar os outros sem contestar,
apenas suprindo nossos desejos meio que na fúria.
Assim como um cão não deixa o outro mexer com sua amante, ou com sua comida,
sem rosnar ou morder, assim, nós não abrimos mão da posse, seja ela quais forem.
Teve um tempo não muito distante, quando éramos livres para ir e vir, de uma distância a outra,
sem que nada interferisse naquele interesse, Hoje, já não podemos desfrutar de nenhuma
liberdade que não seja a liberdade ao quadrado, aquela liberdade comprada, quando pagamos
para desfrutar  ou quando nos sentimos donos de algo.: escravidão de sentimentos.
O mundo está cercado por um muro de vaidades, onde um quer poder mais que o outro, onde
o menor precisa se dobrar a vontade do maior, e aquele que foge um pouquinho das convenções sociais e dogmas religiosos, são, de certa forma, excluídos do rol  familiar e ou social.
Cada vez mais nos trancamos em casa, numa prisão invisível, quase que a morrer de solidão, 
juntos e separados,procurando por nossos merecimentos.
Sinto muita falta do amor. Embora se fale mais em amor hoje em dia.
Porque gostar é uma coisa, amar já é bem diferente. Gostar é estar junto, sentir-se
bem na companhia um do outro, suprir a necessidade na companhia do outro
querer o outro. Mas, amar é diferente, Amar é querer o bem do outro, apesar de.
É colocar-se no lugar do outro,  entristecer-se com a dor do outro, não querer o mal do outro,
estar seguro que, mesmo sofrendo injurias e aborrecimentos, jamais será motivo de tropeço!
E quem que, sendo humano, será esse alguém tão altruísta,
capaz de deixar este eu tão vaidoso?
E mesmo que queiramos, ainda assim, ficamos indignados com a ação do outro, quando
nos damos de forma genuína e ainda assim esse alguém nos trata com um certo descaso.
E assim o tempo segue com seu ritmo acelerado, e vamos perdendo cada vez mais a capacidade
de amar, devido as condições em que vivemos, moldados pelo ambiente nocivo da humanidade
que esqueceu Deus e se limitou a viver por si mesmo.
Herta Fischer  (Hertinha)
 










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