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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Espaço encantado (asas tenho)

Olhei para o céu, para as coisas,
poucas coisas, quase nada ante a 
percepção do olhar.
Uma frágil plantinha aqui,
outra ali, sentida de não poder
se alastrar sobre um chão de concreto.
Casinha humilde, cheias
de gente, entre mansões
suntuosas sem ninguém.
Carros que passam acelerados, com
medo da fuga do tempo, quase imperceptível ante
o costume de vê-los.
Se parecem com gente, mas, não são, só
motores barulhentos dentro de uma
caixa vazia. Dentro mora, talvez,
uma satisfação repentina de liberdade, mas
é tudo ilusão.
Por isso criei asas e me pus a voar.
Já estou voando á algum tempo, entre uma
realidade de sonhos que me levam, onde
eu quero estar.
Me desvencilhei dos sonhos
que se assemelham a nada, passei a construir
em mim, alguma coisa irreal aos olhos humanos.
Não conto para ninguém, apenas tento viver
neste mundo, no meio dele, mas, sem dele
fazer parte.
Estou a quilometro de distancia, Lá em cima, onde
os anjos moram. falo com eles quando preciso,
E constantemente eles também falam comigo.
Bato minhas asas sem cessar, e ouço a brisa
do tempo  me afagando, sentindo, mais que falando.
Em silencio olho para as nuvens que quase me tocam,
e abaixo, vejo homens se matando.
Já me disseram em algum momento, que sou
triste por que falo de despedida.
É dolorido pensar que se vai, quando nos prendemos
ao terreno. Mas, quando voamos mais alto, tudo
fica tão pequenininho, mais parecendo ilusão do
que outra coisa mais elevada.
Aquele que se conforma em se levantar, deitar
e dormir, vê a vida passando, e só.
batalha pelo pão e se satisfaz com migalhas:
 roupas novas, bons moveis, um carro, talvez!
Como se disso dependesse a vida.
Eu tenho, também já trabalhei, mas é como
se de nada precisasse. Só deste sonho de voar.
Não um voo aleatório, sonhado materialmente,
meu sonho é mais real, não tem nada a ver com o voo
das gaivotas, nem com o voo dos flamingos,
que tem  como objetivo, apenas comer.
É um voar por dentro, la na penumbra que de todos
se esconde. Onde não há desejos, nem abstinência, nem
hipocrisia qualquer.
Ha um céu aqui dentro, um céu também azul, que me encanta
e fascina. Com nuvens aceleradas, que passam constantemente,
ha chuva e ha sol, ha controversas, concavo e convexo.
Há algo mais valioso que tudo que já conheci. um céu
para voar, um infinito indomável, com possibilidades mil.
Ha aqui dentro um amor sem igual, que os homens ainda não encontraram.
Sabe, aquela felicidade sonhada, que dificilmente se concretiza,
quem vem com a rapidez de um raio, e como um raio se vai?
Então, essa felicidade mora neste céu, como um pergaminho
que oculta preciosos dizeres, estampados por todos os lados.
E, eu voando, na macies do espaço, sem nenhum obstáculo,
dentro de uma certeza:  a de que tudo é razão.
E vou voando, voando e voando. só de  vez em quando paro um pouco,
desço das minhas asas, cumpro com meus compromissos,
e volto a voar, completamente descompromissada com o
que aqui se faz...

Herta Fischer (Hertinha)









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