Total de visualizações de página

Som de tristeza

  Som de minha tristeza Ecoa por dentro palavras que nem consigo dizer Não há letras no lamento Se em lágrimas almejasse olhos tristes derra...

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Recreação do intuir

Conheci um lugar onde a paz morava,
um ranchinho cuja coberta era de telhas vermelhas.
rodeadas por torrões de terracota.
Uma ilha em meio a um mar verde repletos de folhas
desenhadas diferentemente.
Dentro da casinha, meninos de pés descalços sorriam
alegremente, debruçados no patamar de um fogão à lenha.
O fogo crepitando abaixo da água que fervia dentro da chaleira.
Uma mulher cheirando á fumaça, adestrava a chama do fogo, e este,
lhe obedecia.
Quantas verdades existiam ali. tantas verdades que nem se conheciam mentiras -
a verdade do existir e coexistir um no outro.
O fogo exuberante e ativo, as mãos poderosas de artesã sustentando a vida e seus anfitriões
ávidos por sua coroa.
Do trigo se fazia pão. Do pão, o alimento.  Do alimento, a alegria. Da alegria, o motivo de viver!
E o fogo participava da ópera - cantando e batucando com seus galhos falantes. Aos olhos da artesã ia crescendo e se tornando alimento.
E a paz se adiantando em cada estalo das cinzas, incapaz e ainda criança, precisava de seus mimos.
Bocas entreabertas á mastigar o presente, na alegria da puberdade das coisas, até se tornarem adultos
de felicidade.
E nesse embalo infinito, a alegria crescia, o mato os esperava depois da ciranda, a roda viva estampada de cores se movimentava ao redor.
Tudo parecia sincero: o sorriso do tempo e até  o passar dele, o relógio se desligava na passagem da alegria.
O dia tomava seu rumo, á se esconder entre as copas das árvores. A noite, ainda mais divertida, o procurava até o amanhecer. Quando o encontrava, era ela à se esconder.
Divina brincadeira era essa, sem pressa, sem pressão, quando a claridade surgia, era mais fácil do que fazer pão.
Vinha então as nuvens, também a fazer parte da brincadeira, de corre-corre e pega pega, só diversão e prazer.
E o sol a fazer parte,  o prazer na paz e a paz no prazer.....
Hertinha Fischer













Nenhum comentário:

Postar um comentário